sábado, 7 de abril de 2012

Teatro da S.I.T. - Notas e Críticas -

1953

TEATRO

De Buarcos – Conforme noticiámos, veio no passado domingo ao Teatro Trindade, desta vila, o distinto Grupo Cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense, que honrou a terra com o célebre drama “Frei Luiz de Sousa”, representação esta em benefício da Associação dos Bombeiros Voluntários. O povo de Buarcos soube corresponder, pois a casa não podia comportar mais gente, completamente cheia. Bem haja esta benemérita Associação, que deve ter tirado qualquer resultado. Pena foi a casa não satisfazer o desejo de todos aqueles que quizeram contribuir, por ser pequena.

No desempenho da peça, não sabemos quem destacar, desde o protagonista até aos coros. Montagem, encenação e desempenho impecáveis. João Cascão e Violinda Medina e Silva nos papéis de Manuel (Frei Luiz) de Sousa e Dona Madalena de Vilhena; Maria Alice da Silva Mendes no papel de Dona Maria de Noronha; João de Oliveira Júnior no Frei Jorge Coutinho; Fernando Reis, no Romeiro e António Jorge da Silva, no Telmo Pais, foram de um extraordinário êxito, pois arrancaram aos espectadores os mais repetidos aplausos num nunca mais acabar, fazendo vir à cena o ilustre ensaiador sr. José da Silva Ribeiro. O público saiu convencido que voltará a ver muito em breve aquele muito apreciado Grupo Cénico em Buarcos, proporcionando-lhe um tão belo passatempo.


O Secretário da Direcção dos Bombeiros teve palavras de agradecimento para com a Direcção do União e do Grupo Cénico e muito especialmente para o seu director sr. José Ribeiro, que mostrou sempre de uma forma muito gentil e simpática a sua melhor boa vontade. Gostariamos de dar aqui resposta às consultas que nos têm sido feitas àcêrca de nova representação em Buarcos pelo Grupo de Tavarede, mas, limitamo-nos a encolher os ombros e a aguardar. Da nossa parte apresentamos os nossos parabéns à Sociedade de Instrução Tavaredense, que se presa de ter um grupo cénico digno de ser visto em qualquer parte. (O Figueirense – 01.24)

A SIT EM LEIRIA

A Sociedade de Instrução Tavaredense, com o agradável perfume do limonete – “alegria” desta pequenina aldeia – e a ansiedade de bem-fazer nos corações dos seus componentes cénicos, vai realizar mais uma jornada a Leiria, no dia 9 do corrente, e representar do Teatro D. Maria Pia a peça encantadora “Pé de Vento” dos saudosos e consagrados escritores espanhois, Irmáos Quintero, revertendo o produto da récita em benefício do Jardim-Escola João de Deus da simpática cidade do Lis.


Estamos convictos de que esta jornada será mais um triunfo para a Sociedade de Instrução Tavaredense, pois que o meio em que vai actuar sabe fazer justiça ao valor teatral dos que se lhes apresentam – quer sejam artistas de profissão, quer sejam simples amadores que do teatro colhem apenas o enlêvo espiritual.


Os nossos conterrâneos já são conhecidos da plateia de D. Maria Pia, de Leiria, e mais uma vez hão-de agradar com a interpretação da linda peça dos Quintero. (Notícias da Figueira – 02.07)


A SIT EM LEIRIA

Conforme dissémos a Sociedade de Instrução Tavaredense, foi a Leiria dar uma récita a favor do Jardim Escola João de Deus daquela cidade. Referindo-se a esse espectáculo de beneficência o jornal “Região de Leiria” diz:


“O Grupo Cénico de Tavarede realizou, no dia 9, o anunciado espectáculo a favor do Jardim Escola desta cidade. O Teatro D. Maria Pia, engalanado com bandeiras do concelho e bibes das crianças do Jardim Escola, estava cheio.


A representação da peça Pé de Vento agradou, sendo todos os seus intérpretes muito aplaudidos. No final do 2º. acto, o sr. Miguel Elias, em nome da Direcção, regente e professoras daquela instituição, proferiu palavras de agradecimento e elogio ao Grupo de Tavarede e seu Director, sr. José Ribeiro, aos quais ofereceu lembranças de mais esta benemérita visita a Leiria, lembranças que foram entregues por antigas alunas do Jardim Escola.


O sr. José Ribeiro – que é um experimentado e brilhante jornalista, democrata do mais puro quilate – expressou, em curto mas vibrante discurso, impressionante de sinceridade e grandeza moral, a devoção do seu Grupo à causa da solidariedade humana e o reconhecimento do mesmo pela forma como Leiria sempre o tem recebido”.


É com prazer que registamos a benemérita acção da Sociedade de Instrução Tavaredense e a continuação dos seus triunfos. (Notícias da Figueira – 02.21)


SERÃO HOMENS AMANHÃ

Alcançou extraordinário agrado a nova peça da Sociedade de Instrução Tavaredense – “Serão Homens Amanhã” -. O público, que esgotou a lotação e aplaudiu calorosamente, deixou-se empolgar pela curiosíssima alta-comédia. Rindo a bom rir com os ditos espirituosos e as situações imprevistas que se depararam no decorrer dos 3 actos, e enterneceu-se até às lágrimas nos passos em que o problema que dá o entrecho à peça é apresentado nos seus aspectos mais sérios.


“Serão Homens Amanhã” constitui um belo e risonho espectáculo que distrai, encanta e enternece, deixando o espectador contente e justificando plenamente o que escreveu o crítico do “Diário de Lisboa” quando, há 2 anos, esta obra argentina se estreou em Portugal.


“Teatro muito agradável. Essa exposição modelar de factos e cenas, mantém-se do princípio ao fim, ainda quando a história nos dá alguns truques e imprevistos, ou mesmo inverosimilhanças. Deve repetir-se que o assunto é tão habilmente explorado que desejamos, à medida que os factos se vão desenvolvendo, que se dê, na verdade, aquilo que acontece, o que só por si é uma indicação clara e valiosa da forma como se acha tratado”.


“Serão Homens Amanhã” repete-se hoje em última representação, na sede da Sociedade de Instrução Tavaredense, estando já assegurada nova enchente (Notícias da Figueira – 12.25)

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