É vulgar dizer-se que não foi por acaso que as fronteiras foram marcadas no papel, ou seja uma certa forma de afirmar as diferenças dos povos. É evidente que num sentido amplo, a asserção pode colher, mas os casos especiais também devem ser ressalvados, pois há marcas que se não extinguem facilmente e há também quem se orgulhe da sua identidade.
Estas situações visíveis um pouco por toda a parte, assume em especiaç acuidade nos casos em que o alargamento dos centros urbanos se faz com o ‘sacrifício’ de áreas de feição nitidamente rural. Via de regra estas ‘invasões’ provocam situações ambíguas e uma descaracterização que em nada abonam da condição do homem como um todo.
Decerto estas (e outras) razões pesam hoje na orientação do Grupo Desportivo e Recreativo da Chã, uma colectividade que se enraizou nesta área da freguesia de Tavarede, e que nasceu há exactamente 17 anos para praticar futebol.
O lugar da Chã, onde as terras de cultivo vão sendo substituidas pela construção e a condição de ‘dormitório’ surge como inevitável, o seu Grupo Desportivo e Recreativo pode (e deve) como nos disse o presidente da direcção, José Silveira, ser ‘o elemento de ligação de gerações e ajudar a juventude a encontrar o seu caminho’.
Aliás, como nos referiu ainda este dirigente, o nascimento do G. D. R. da Chã, surgiu numa época especial da nossa história contemporânea e de forma invulgar, ‘pois tendo como objectivo a prática do futebol (Inatel) teve como sede nos 6 primeiros anos de existência a residência do primeiro presidente, e sócio nº 1, António da Paz’. Aliás, o problema da sede ainda hoje se mantém e a sua conclusão é objectivo, prioritário, de qualquer elenco respectivo. De momento, a instalação no 2º piso, de um salão para teatro é tarefa premente e urgente.
Com efeito, o teatro já hoje movimenta grande número de associados, a par do folclore (rancho infantil), actividades que necessitam de espaço próprio. Com cerca de 600 associados, e movimentando nas suas vertentes mais de 100 pessoas, o G. D. R. da Chã, ainda que mantenha os vínculos da ‘zona velha’ deste lugar está aberto aos novos residentes, procurando, como lje compete, ser elo de ligação entre gerações e os diversos extractos sociais na linha da tradição do associativismo que honra a Figueira da Foz.
(Diário de Coimbra - 1993.05.14)
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