1938
ENTRE GIESTAS
A simpatia e o carinho de que justamente goza o Jardim Escola João de Deus da Figueira expressivamente se afirmaram na têrça-feira à noite: o teatro do Casino Peninsular, onde se realizava uma festa a favor desta admirável instituição, encheu-se.
À hora marcada, com a pontualidade habitual das récitas do grupo tavaredense, abriu-se a cortina de veludo e no palco apareceram as 80 crianças que frequentam o Jardim-Escola, que foram carinhosamente saudadas com uma salva de palmas.
Durante uns 20 minutos, a assistência esteve encantada com os ingénuos recitativos, as cantigas, as danças com que aquelas crianças encheram a sala de gorgeios, de ruido, de movimento, de alegria que a todos se comunicou.
Quando a cortina se fechou, escondendo à nossa vista as oito dezenas de crianças que, acompanhadas pelas suas distintas professoras, ali viamos tôdas felizes e tôdas lindas nos seus bibes do Jardim-Escola, uma impressão agradabilissima, de ternura e de encanto, dominada os espíritos.
Seguiu-se a representação de Entre Giestas pelo grupo da Sociedade de Instrução Tavaredense. A explêndida peça de Carlos Selvagem tem desempenho brilhante por parte dos amadores tavaredenses.
Nos aplausos com que a assistência se manifestou, não houve sombra de favor.
É muito raro ver uma peça de tamanha responsabilidades assim representada por amadores.
Aqui deixamos à simpática e benemérita Sociedade de Instrução Tavaredense – que ainda há pouco foi representar às Alhadas a favor do Jardim-Escola dali e agora veio em auxilio do Jardim-Escola da Figueira – o nosso aplauso caloroso. (Jornal da Figueira – 04.30)
A RÉCITA DA SOCIEDADE DE INSTRUÇÃO TAVAREDENSE
Prevendo uma grande concorrência à récita da Sociedade de Instrução Tavaredense, na próxima quarta-feira, no teatro do Casino Peninsular, não nos enganamos: a peça que o grupo tavaredense traz à Figueira, em única representação, é uma obra-prima dos célebres comediógrafos espanhóis Irmãos Quinteros, que em Génio Alegre têm uma bela afirmação do seu génio e do seu talento artístico neste género de teatro que êles criaram e em que ninguém os excedeu. São 3 actos admiráveis, de diálogo expontâneo, vivo, com figuras de recorte característico, cheios de bom humor, de optimismo, de ternura, representados na moldura própria – um lindo cenário expressamente pintado pelo distinto artista Reynaud – e com uma montagem cénica cénica primorosa, em que todos os pormenores são considerados, desde o guarda-roupa ao arranjo da cena. Pode afoitamente garantir-se que a representação do Génio Alegre será um espectáculo encantador, que deixará contentes os espectadores e será na Figueira, como o foi em Tavarede, mais um brilhante êxito artistico dos simples amadores tavaredenses.
Acresce a tudo isto a simpatia de que justamente goza a Sociedade de Instrução Tavaredense, pela sua notável acção educativa e cultural e pelo muito que lhe devem as instituições de beneficência.
Sempre que se lhe dirigiram instituições de beneficência da nossa terra a pedir a colaboração, tôdas, absolutamente tôdas, receberam da parte da Sociedade de Instrução Tavaredense a mais decidida anuência e sempre com um desinterêsse completo, absoluto, que ninguém ultrapassou. Dentre outras récitas de beneficência no nosso concelho, lembramo-nos de ter visto representadas as peças: Amores de Mariana, Sonho do Cavador, Em busca da Lúcia-Lima, A Cigarra e a Formiga, Os Fidalgos da Casa Mourisca, Canção do Berço, A Morgadinha de Valflor, Entre Giestas, etc.
Por isso o público da nossa terra – que aliás nunca foi assediado pela Sociedade de Instrução Tavaredense com a usual passagem da casa – acorre expontâneamente às suas récitas e aplaude, como êle merece, o simpático e distinto grupo de amadores.
Isso mesmo se repetirá no dia 15. (Jornal da Figueira – 06.11)
GÉNIO ALEGRE
Foi o que previramos: um brilhante êxito, a representação da encantadora peça dos Quinteros – Génio Alegre.
Numa interpretação excelente e em conjunto afinadíssimo, os distintos amadores tavaredenses afirmaram mais uma vez o seu valor vencendo galhardamente as dificuldades da obra, que são muitas. Génio Alegre foi admiravelmente representado, no ritmo que a peça exige. O público sentiu-se dominado, e do seu completo agrado claramente dizem as grandes salvas de palmas com que aplaudiu nos finais de acto, e sobretudo a calorosíssima, espontânea e prolongada ovação com que interrompeu o 2º acto, sublinhando a magistral descrição do repique feita por Consuelo. Poucas vezes temos ouvido tão entusiásticos aplausos cortando a representação duma peça. Mas o público só fêz justiça.
A montagem da peça dos Quinteros teve por parte da Sociedade de Instrução Tavaredense um cuidado meticuloso. Foi realmente primorosa. Guarda-roupa excelente. E cenário lindíssimo, que confirma os méritos do distinto artista que é Rogério Reynaud.
Emfim: um êxito brilhante, invulgar, muito honroso para os tavaredenses.
Muito bem! (Jornal da Figueira – 06.18)
GÉNIO ALEGRE
A recita de quarta-feira no Teatro do Casino Peninsularm pelo grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense, foi mais um triunfo para o festejado grupo de amadores que, sob a direcção de José Ribeiro, tem tido ocasião de se ver justamente aplaudido por diversas plateias: umas em que o carinho patricio envolve os personagens e as peças e os cenarios, outras em que os espectadores se manifestam em aplausos de admiração, onde o coração não toma parte, porque os amadores lhes são desconhecidos...
A peça dos Irmãos Quintero – “Genio Alegre” – teve uma interpretação muito afinada, todos os amadores compreenderam bem as situações, e do conjunto resultou a satisfação do publico que sem deixar correr a cortina premiou o trabalho da amadora D. Violinda Medina, após uma fala que ela disse com ternura, com beleza, com espirito e entusiasmo... que entusiasmou a plateia. Bem merecidas palmas.
O cenario, bom. Os arranjos de cena, bem. Tudo bem, pelo que damos os nossos emboras a José Ribeiro e ao seu grupo, que enriqueceram o seu repertorio já vasto com mais uma peça que se vê com agrado, e é uma novidade introduzida no genero de teatro a que os amadores de Tavarede se têm dedicado. (Jornal Reclamo – 06.19)
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