A década de 80 foi iniciada,
praticamente, com as comemorações do 77º aniversário da SIT. A Sociedade de Instrução Tavaredense está a
comemorar o 77º aniversário da sua fundação.
O engº Saraiva Santos, em representação
da Câmara Municipal da Figueira da Foz presidiu à sessão solene realizada no
teatro-sede da popular e prestigiosa colectividade da Terra do Limonete, sessão
que reuniu diversas entidades, civis, militares e eclesiásticas, e, para além
de apreciável número de associados, registou ainda a presença simpática duma
numerosa embaixada de Tomar, em que predominava a centenária Filarmónica
Gualdim Pais que efectuou um concerto antes de ter início a série de discursos
alusivos à efeméride.
Abrilhantou a festa de aniversário a
Filarmónica Figueirense, que entoou diversas vezes o hino da colectividade
aniversariante.
Após a leitura do expediente, que
continha felicitações vindas sobretudo de colectividades congéneres, seguiu-se
a proclamação ou tomada de posse dos novos corpos gerentes da SIT que terá à
frente da Assembleia Geral, Direcção e Conselho Fiscal, respectivamente, José
da Silva Ribeiro, Ernesto Lemos Serra e António Jorge da Silva.
Após a aposição de duas fitas no
estandarte da SIT e entrega de um ramo de flores pela representação da Gualdim
Pais, e oferta de uma salva de prata pelos dirigentes da Academia Musical
Arazedense, gestos simpáticos sublinhados com entusiasmo pelos presentes,
iniciou-se a série de intervenções com a palavra do padre António Matos, que
salientou o espírito de sacrifício que demonstraram os dirigentes que ora
terminaram o seu mandato. Faria ainda a apologia do teatro de Tavarede,
afirmando mesmo que “se algum dia deixasse de se fazer teatro em Tavarede,
Tavarede deixaria de o ser”.
Seguir-se-ia Jerónimo Pais,
administrador da Sociedade Figueira-Praia, que abordaria os aspectos culturais,
artísticos e recreativos da Sociedade de Instrução Tavaredense, e falaria ainda
da obra teatral representada no sábado, “Ecos da Terra do Limonete”.
O dr. Miguel Queirós, delegado regional
do FAOJ em Coimbra diria que cada aniversário rejuvesnece as colectividades e
são a afirmação da vida das populações, acrescentando que a Figueira da Foz era
uma “região excepcionalmente rica em actividade cultural”.
O dirigente da Sociedade Filarmónica
Gualdim Pais falou com entusiasmo das relações Figueira da Foz – Tavarede –
Tomar, dizendo que a SIT levou à cidade do Nabão cultura, teatro a sério.
Acrescentaria que se impunha o reatamento do convívio entre estas localidades e
que em Tomar o nome de José Ribeiro “estará sempre gravado a letras de oiro”. A
seguir entregaria a José Ribeiro a medalha comemorativa do centenário da sua Filarmónica.
O orador oficial da tarde seria o
revdº. José Leite, que dissertou sobre teatro, mais acentuadamente sobre a
actividade teatral da SIT, dizendo, a propósito da representação “Ecos da Terra
do Limonete” que o teatro proporciona andar-se “de braço dado com a cultura de
antanho”, e que a peça focava “várias etapas da história dum povo, ou melhor,
em paralelismo com dois povos: Figueira da Foz e Tavarede”.
José da Silva Ribeiro, o homem de
teatro em Tavarede, começaria por tocar em pontos relacionados com o critério
de distribuição de subsídios por parte da edilidade, salientando que eles são
sempre necessários, deverão reger-se por critérios correctos, devidamente
analisadas as actividades dos agrupamentos a quem se destinam, mas que os
subsídios nunca terão interesse “se dentro das colectividades não existir a
alma de cultura e recreio”.
Dissertaria ainda sobre conceitos de
liberdade e cultura, e saudaria efusivamente a representação de Tomar, a quem
entregou uma placa comemorativa do aniversário, o mesmo sucedendo com a
Filarmónica Figueirense, cuja presença saudou, formulando votos para que desta
feita tenha regressado para ficar, passada a fase apagada, recentemente
ocorrida.
Encerrou a sessão o engº Saraiva
Santos, que disse trazer o seu abraço de parabéns em nome da Câmara Municipal.
“É com muita honra que me encontro naquilo que eu considero um verdadeiro
santuário do teatro amador em Portugal, ou melhor, do teatro em Portugal”.
Manifestaria as preocupações da
edilidade em manter critérios de promoção e apoio, embora devessem ser revistos
“os princípios que hão-de nortear a política de subsídios”.
Terminaria com considerações elogiosas
à volta da figura de José da Silva Ribeiro, dizendo que o seu nome ficaria
indelevelmente “ligado à cultura portuguesa”.
Decorreu com o habitual ambiente
festivo esta sessão solene comemorativa do 77º aniversário da Sociedade de
Instrução Tavaredense, efectuada no domingo, e, por nossa parte, só formulamos
votos sinceros para que nunca se perca em Tavarede o gosto pela Arte de Talma,
sobretudo com aquele entusiasmo e minúcia técnica que ao longo dos anos têm
sido constantes da direcção de José Ribeiro que ensina teatro em todos os seus
pormenores, pelo menos até onde o propiciam os seus conhecimentos e que são bastantes,
como o tem demonstrado.
Como referimos acima, a colectividade em
festa recebeu a visita da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, de Tomar. Dando excelente contributo para um maior
brilhantismo das comemorações do 77º. aniversário da Sociedade de Instrução
Tavaredense, a Filarmónica Gualdim Pais, de Tomar, realizou na tarde do dia 17,
um concerto na sede daquela colectividade de Tavarede.
Assim que ele foi iniciado, ficámos
logo com a certeza de se tratar de um agrupamento de real categoria.
E a presença desta banda, que foi
fundada no ano de 1877, contanto portanto 104 anos, constituiu um acontecimento
artístico que atraiu ao teatro de Tavarede, numerosa assistência.
Tendo dado inúmeros concertos em
Portugal, nomeadamente na nossa terra, no Grande Casino Peninsular e em
Espanha, e agora, pela segunda vez, na sede da Sociedade Teatral (perdoem-nos o
baptismo...) como que um encontro emocionante, como um abraço fraternal de
velhas amizades entre as duas antigas associações, conquistou o 1º. prémio no
concurso das bandas musicais do concelho de Santarém, tendo sido finalista no
Concurso das Bandas Portuguesas.
Trata-se de uma banda experiente,
contando imensos sucessos em outros tantos concertos, que lhe concederam
justificado prestígio.
A execução dos números do programa,
além da linda marcha de abertura “Margens do Tejo”, de Sousa Morais; “Alto
Minho”, de Miguel de Oliveira; “Campo das Flores”, de Sousa Morais; “Alma
Maiato”, e, no final, o hino da Sociedade de Instrução Tavaredense, foram
escrupulosamente interpretados.
Uma prova bem significativa do que
dizemos, em toda a sua verdade. A Filarmónica Gualdim Pais honra a linda cidade
de Tomar, onde, por motivos de deveres profissionais, vivemos durante nove
anos.
Mas, voltando ao concerto, foi pena –
que nos perdoe o seu insigne maestro – que dadas as possibilidades artísticas,
o grande sentido musical de cada instrumentista, apesar de se tratar de simples
amadores (o que lhes confere maior mérito) não tivesse presenteado o numeroso
auditório com a execução de, pelo menos, uma peça de um autor célebre, cujo
teor, no que respeita a dificuldades técnicas e interpretativas, pusesse à
prova as tendências e as aptidões de todos os elementos, proporcionando-nos uma
completa imagem do seu real valor.
A música não é algo mais ou menos
limitado e sonoro. É bela, transcendente. Sublime, desde que a entendamos por
música e nos seja transmitida como obra de arte e consciência.
Consideramos o maestro – sublinhe-se –
como um dos bons regentes portugueses da actualidade. Para ele os nossos
parabéns pela perfeição obtida nos vários naipes, responsabilidade, saber
profissional, regência e eficiente uniformidade de conjunto, confirmando o
prestígio de que muito justamente disfruta.
O
público gostou. Compreendeu. Aplaudiu calorosamente todos os números neste
excelente concerto.
E
em Fevereiro, o Grupo Musical recebeu da Câmara Municipal o terreno prometido
para a construção da sua nova sede. Em
continuação da deliberação de 19 de Agosto findo, foi novamente presente o
processo em epígrafe acompanhado de carta daquela colectividade do seguinte
teor:
“Tendo sido concedidos ao Grupo Musical
e de Instrução Tavaredense dois lotes de terreno na Quinta do Paço – Tavarede,
com a área de 440 m2 ,
fomos informados pelos Serviços Técnicos dessa Câmara que apenas poderíamos
utilizar 168 m2
(catorze por doze). Verificando ser esta área insuficiente para o que nos
propomos fazer, (sede da referida Associação com fins sociais e culturais),
vimos solicitar a V... se digne autorizar o aumento da área coberta para 268 m2 (catorze por
dezassete)”.
Verifica-se no processo que as
condições especiais são as seguintes:
_ Em cada lote a área coberta tem
frente de 7 metros
e profundidade de 11
metros , o que perfaz no conjunto dos dois lotes cedidos,
14 metros
de frente por 11 de profundidade, ou seja 154 m2 , e não, como consta
da carta acima mencionada, 168
m2 .
O presidente informou a Câmara que
tinha ouvido sobre o assunto o arquitecto Alberto José Pessoa, e também o chefe
dos STOU, presente na reunião.
A Câmara, atendendo a que se trata de
uma construção com fins sociais e culturais, que não terá ocupação permanente
destinada a habitação, e atendendo ainda à configuração do loteamento previsto
no Plano para o local, deliberou, por unanimidade, autorizar a área coberta de 7 metros por 15, em cada
lote, ou seja a área total de 14
metros de frente por 15 metros de
profundidade, num total de 210 metros quadrados .
Mais foi deliberado que, a implantação,
no conjunto dos dois lotes, da área coberta agora autorizada seja definida
pelos STOU.
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