“O Dever”, em 16 de Dezembro:
“ Em seu número de 3 de Dezembro, o nosso prezado colega local “O Figueirense” assentou tôdas as suas baterias contra O Dever mas, a metralha não correspondeu ao barulho. De certo, no desejo de nos maltratar, utilizou mais literatura do que argumentos, não se esquecendo de tudo aromatizar com o apreciado limonete. De todo o artigo, a única coisa que poderia parecer um argumento contra a nossa tese: - que a casa do antigo Grémio de Tavarede não foi prometida a ninguém; é o número dois da declaração que se diz jurada, sob palavra de honra, atribuida a um senhor Domingos Afonso Condado.
“ Em seu número de 3 de Dezembro, o nosso prezado colega local “O Figueirense” assentou tôdas as suas baterias contra O Dever mas, a metralha não correspondeu ao barulho. De certo, no desejo de nos maltratar, utilizou mais literatura do que argumentos, não se esquecendo de tudo aromatizar com o apreciado limonete. De todo o artigo, a única coisa que poderia parecer um argumento contra a nossa tese: - que a casa do antigo Grémio de Tavarede não foi prometida a ninguém; é o número dois da declaração que se diz jurada, sob palavra de honra, atribuida a um senhor Domingos Afonso Condado.
Mas trata-se duma declaração tardia, e por isso, desenxabida como fruto de outono. Não acreditamos no seu valor objectivo pela simples razão de que se “O Figueirense” a considerasse boa, teria feito uso dela na discussão anterior. Se tinha e julgava bom um tal testemunho porque o não apresentou em lugar de falar na promessa de apoio? A questão, na imprensa, está julgada e foi julgada com as palavras, o testemunho do próprio “O Figueirense”. “O Figueirense” disse a verdade quando referiu a promessa de apoio, mas falta á verdade quando fala de quaisquer outros compromissos tomados.
Não vale, porém, a pena gastar tempo com a questão. A palavra do sr. Bispo, que ninguém medianamente bem constituído sob o aspecto psicológico, se atreverá a pôr em dúvida, tem mais valor objectivo do que a do estudante Domingos. Ora S. Exª. Revmª. vai dentro em breve, dizer aos informadores de “O Figueirense” que não prometeu a casa nem fez outras promessas formais, além da sua boa vontade em atender os pedidos formulados; por isso mesmo que nunca mentiu nem faltou aos seus compromissos. O resto do artigo é um enrêdo de ilogicidades, chicanices e de ridículo.
É ilógico atribuir-se-nos indevido isolamento de frases; fomos tão corretos que numeramos as linhas e limitamo-nos a destacar os argumentos de referências estranhas ao assunto ou magras literaturas. Fizemos o que ensinam os compêndios da lógica. Ainda ilógico é pretender-se concluir da carta do sr. Bispo, publicada pelo “O Figueirense”, que S. Exª. fez qualquer promessa. Diz essa carta: “Cª. 10-VII-938 Exmo. Sr. Recebi a carta de V.Exª. Como estamos em deficit e grande, depois de ouvir o Conselho Diocesano, resolvi não fazer obras por falta de recursos, o que muito me penaliza. Se houver necessidade de proceder à caiação, V.Exª. terá a bondade de prevenir o sr. Vice-Reitor do Seminário. Os membros do Conselho inclinam-se à venda do prédio por entenderem que não é possível começar com novas despesas. De V.Exª. Mt. Attº e Obgd. a) + António, B. de Coimbra “
Onde está formulada explicita um implicitamente qualquer promessa? Não há promessa, há só uma informação. Mais uma vez é ilógico, e desta vez irrisoriamente ilógico: a pretensão de fazer crer que a promessa de apoio devia consistir na promessa da casa, por não ter sido feito outro pedido senão a cedência da casa. Não, não queira emendar porque não tem emenda, nem queira iludir ninguém. A promessa de apoio exclui totalmente a da casa. Quando se promete apoio é porque se não promete ou mesmo se não pode dispôr sòsinho, do que outrem pede.
O resto é chicana de argumentador perdido, que não merece discussão. Não está em causa nem concordâncias, nem promessa de obras - que não foi feita - nem interpretação de textos biblicos, nem nomeação de párocos nem... tantas outras fanfarronices. Mas é altamente ridículo que se corrija o período de 15 dias para 11, tão falso como o primeiro, pois foi um dos membros da falada Comissão Organizadora da Casa do Povo de Tavarede - que ainda não foi nomeada por quem de direito, e por isso não existe - quem deu lugar à nossa notícia de 30 de Setembro, indo barafustar com o seu pároco em Tavarede por causa da venda da casa. Riam-se povos...
Quem deu origem á nossa notícia de 30 de Setembro, aliás inexacta, foi um membro da decantada Comissão; é ridículo, é hilariante que o informador de “O Figueirense” nos venha impingir o êrro grosseiro de que foi a nossa notícia quem deu a certeza da venda á tal imaginada Comissão!... É de estôfo!... E que ridículo não é falar duma comissão que carece totalmente de nomeação ou ao menos de confirmação de quem de direito!... Presunção e água benta!... E é tolice chapada discretear sôbre a doação do sr. Pe. Manuel Vicente ou a situação da “Predial Económica”. As nossas informações são exactas e baseiam-se em documentos públicos arquivados na Administração do Concelho, Cartório do sr. Dr. Pinho, e outras repartições oficiais. Esses documentos valem um pouco mais do que qualquer informação de esquina.
Da “Predial” foi fundador e principal cotista o senhor Presidente do Conselho, a cuja honestidade tôda a gente presta homenagem. Mas “O Figueirense” quere ver-nos esmagados de baixo da sua metralha literária embalsamada de limonete. Gostosamente lhe fazemos a vontade. Declaramos publicamente não dispor de armas equivalentes para guerrear com o colega amigo: ilogicidade, chicanice e redícula insensatez. Só nos sabemos bater com quem produz argumentos e a tempo e horas. Abandonamos o campo e não voltaremos”.
Novo comunicado em “O Figueirense”, de 17 de Dezembro:
“ No jornal de V... de 3 do corrente, vem um “Comunicado” em que o sr. Belarmino Pedro, que o subscreve, pretende atacar-me, talvez mesmo expôr-me à irrisão e execração do público, com uma fertil produção de dislates e inexactidões, para o que tem muito engenho. De princípio pensei levá-lo à barra do Tribunal para ali provar certas afirmações injuriosas, mas, lembrado de que a minha atitude poderia ser tomada à conta de falta de caridade, desisti, porque, enfim, um padre deve ser generoso. Passou-me ainda pela mente negar-lhe resposta, mas isso poderia ser considerado pusilanimidade ou cobardia da minha parte, de forma que decidi-me a responder.
É o que venho fazer, esperando da lealdade de V... o subido obséquio de inserir já no próximo número, esta carta. Começa S. Senhoria por dizer “que em tempos bem recentes” o tratei por amigo e lhe fiz “lisongeiras referências” mas desde que se “intrometeu a pugnar pela criação da Casa do Povo de Tavarede” na persuasão de que “prestava à sua freguesia (êle é de Almalaguês, mas os tavaredenses que lhe agradeçam tão generoso interesse), um bom serviço”, tenho mostrado por todos os meios a minha boa vontade contra êle, que se confessa “obscuro paroquiano”: (obscurecido deveria dizer).
Antes de mais seria interessante saber-se a data recente em que o tratei por amigo e fiz as tais referências, e a data remota ou recente em que êle começou a pugnar pela Casa do Povo, para depois poder alguém averiguar da verdade das suas alegações. Parece-me bem que falta à verdade, pois o tratamento a que se refere é posterior ao início do seu entusiásmo pela Casa do Povo. Assim é que está certo e não minta que é feio. De resto, não sei por que meios empreguei a boa vontade contra êle, mas êle lá o sabe e o dirá. Diz que o insultei “numa epístola destrambelhada” mas não vejo o insulto. Estará êle no facto de lhe haver exigido em determinado praso e por escrito a entrega das chaves do Grémio que, havia mêses, tinha em seu poder, visto haver-lhas pedido anteriormente em cartão amável (com o sr. B.P. é necessário usar de todas as amabilidades), mas debalde?
Mas isso não foi um insulto foi a reprovação da pouca consideração que lhe mereceu o meu pedido, aliás justificado no mesmo cartão. Diz depois que “teci intrigas à sua volta e recorri à calunia”. (Olhe que isto é matéria criminal, ouviu?) e não sem em quê. Seria por ter afirmado que do gabinete da direcção do Grémio tinham desaparecido os volumes duma pequena biblioteca e os próprios livros da sociedade justamente no período de cinco mêses em que as chaves estiveram na sua mão? Mas eu não calunio, digo simplesmente a verdade. Lá que êles desapareceram, é certo; se foi o sr. B.P. ou qualquer mafarrico não o afirmei, não sei, e nem me interessa, porque tal assunto poderá interessar, quanto muito, aos... colecionadores de livros.
Afirma depois o sr. B.P. que eu “na mais ignóbil cópula com o insultador” do meu colega Cruz Diniz, andei a pescar pelos saguões anti-clericais um acervo de falsidades, (olhe que êste período envolve matéria criminal, ouviu?). Até parece que o sr. B.P. já conhece os caminhos de que fala, mas não me recordo, confesso, de ter percorrido tais saguões de mãos dadas com quem quer que seja. Decerto o sr. B.P. quere referir-se a um individuo a quem, por sinal, avisou amigavelmente para que não prosseguisse nas obras da antiga casa do Grémio porque... a casa seria expropriada (talvez à ordem do sr. B.P.) individuo que corroborou certas afirmações produzidas por outros individuos (que não são anti-clericais, note bem!) e se encontram reduzidas a escrito... lude irae!!!
Mas olhe o sr. B.P. se o individuo é ou não insultador de padres, ignoro-o como ignoro que seja anti-clerical. A mim nunca me insultou. Mas deixe-me dizer-lhe que há anti-clericais mais honestos que muitos católicos que batem do peito e não será de estranhar que êles insultem os padres (estão no seu papel, são anti-clericais) o que me causa admiração é que haja clericais que levem a sua audácia ao ponto de insultarem... os próprios Bispos. É verdade que está concluido um processo contra o sr. B.P. e seu companheiro de feitos valerosos, ordenado pelo Exmo. Prelado da Diocese, não para premiar os seus serviços à causa católica, é certo, mas para averiguar do catolicismo do sr. B.P. e camarada, que, um dia, numa conversa telefónica para o Seminário, se estendeu razoavelmente, sem saber que falava com o Prelado da Diocese.
Mas vamos adiante. Quanto a pedrinhas no bolso da batina é coisa que não uso; trago comigo o terço que reso habitualmente por aquêles também que andam fora da graça de Deus, que de resto eu não sou da igualha do sr. B.P., compreende? Depois o sr. B.P. restabelece a verdade dos factos, àcêrca do desaparecimento da Conferência de pobres, conta como entrou para ela, como chegou a presidente, quanto fez, os seus sacrifícios, perigos, trabalhos, a sua prosperidade, etc... etc... só não fala nos relatórios que deixou de fazer e enviar ao conselho particular da Figueira por ocasião das respectivas reuniões. E aproveita a descrição para elogiar o sr. Pe. Cruz Diniz e prestar homenagem ao meu antecessor sr. Pe. Bastos, embora algumas vezes tivesse, com um e outro, os seus desaguizados.
Mas, enfim, folgo com isso porque imaginei que os padres eram todos bandidos e canalhas, a começar por mim e a acabar nos meus predecessores em Tavarede. Ainda bem que me enganei! Adeante faz referências a um individuo com quem ando de “testo e pucarinho” e na verdade sempre vivi com êle em boas relações. É o sr. José Maria de Carvalho, não é verdade? Mas o sr. B.P. também viveu com êle em boas relações, pelo menos até há pouco tempo antes da publicação em “O Dever” daquele célebre conto De Cordeiro e Lobo, em que o sr. B.P., aliás iludindo a boa fé do chefe da redacção, dá largas aos seus instintos, fazendo por sinal, referências desprimorosas ao antigo patrão daquêle senhor e, finalmente, depois de haver dito a quem quiz que aquilo era uma carapuça para o Zé Maria, veio num dos números seguintes do mesmo jornal, e iludindo, mais uma vez, a censura da redacção, declarar que o referido conto fôra transcrito do “Diário de Notícias” e se referia a um facto ocorrido na capital. Recorda-se sr. B.P. ou estarei eu a tecer intrigas à sua volta?
Voltemos porém ao fio da meada. A Conferência foi-se abaixo porque, enfim o sr. B.P. não conseguiu, apesar de todos os seus esforços, apaziguar os confrades; (nem juntar à sua volta ao menos mais dois? - como sabe três chegam para haver reuniões regulares). Estava desfalcada dos seus elementos mais activos, como diz, e também de dinheiro, segundo me consta, ficando a dever certa quantia (que suponho já foi saldada, não sei por quem) numa casa de comércio do lugar. Afirma ainda que com a minha nomeação luziu no seu espírito uma nova esperança convencido de que eu empenharia o meu esfôrço “para reanimar os organismos católicos adormecidos” (adormecidos ou mortos?, pergunto eu) e diz que se enganou porque, para tal não arrisquei um passo.
Mas... valha-nos Deus, ao menos diga a verdade tôda. Diga que procurei e consegui reanimar a associação do Coração de Jesus que em 1928, após a trágica morte do saudoso vigário Revº. Vicente, fundei no período em que estive encarregado daquela freguesia, e a qual conta já noventa associados inscritos. Diga sr. B.P., diga que até o sr. e sua esposa, embora não fôssem dos primeiros, mas quási dos últimos se inscreveram nesta associação que eu considero absolutamente necessária para a obra de recristianização duma freguesia, assim os católicos a compreendessem e acarinhassem... Mas ela vai singrando... apesar dos amúos de certas pessoas.
Diga também que um dia - talvez um ano após a minha posse - o senhor me procurou na secretaria para me dizer que tinha lá os livros da conferência e os nomes dos confrades e que m’os traria para eu fazer uma exortação a todos, à hora da missa paroquial comprometendo-se a apresentá-los no domingo imediato para eu tratar de reanimar a Conferência e... ainda hoje aguardo que o senhor apareça a desempenhar-se do que combinámos. Recorda-se sr. B.P.? recorda-se disto? veja lá se puxa pela memória - que até me disse que a Conferência estava a dever (quanto, não sei precisar) numa loja do lugar e eu lhe disse que isso era uma vergonha? Depois o sr. B.P. afirma com entono que logo de entrada as minhas preocupações foram a venda da casa do Grémio a o magro rendimento da freguesia.
Não minta, sr. B.P., que é muito feio mentir. O senhor sabe perfeitamente que só um ano depois da minha nomeação é que, por escrito e oficialmente, expuz aos meus superiores o estado em que se encontrava a casa e o senhor sabe e conhece a resposta. Recorda-se sr. B.P. que até por sinal saíu da Igreja quando eu, à leitura do meu ofício e subsequente resposta acrescentei uns ligeiros comentários?
Quanto ao rendimento da freguesia o sr. B.P. chama-lhe magro e eu apelido-o de gordo. Quer vêr? O sr. Pe. Vicente, de saudosa memória, se não fôra o quintal a cuja cultura se entregava teria morrido de fome. O sr Pe. Cruz Diniz, para poder sustentar-se teve de dedicar-se ao magistério no então Colégio-liceu. O sr. Pe. Bastos, se não fôra a prègação a que se entregava, teria de mendigar e saíu da freguesia empenhando-se até às orelhas! no curto espaço dum ano que lá esteve. Foi então que o Exmo. Prelado, informado do gordo rendimento da freguesia, houve por bem anexá-la a Buarcos.
E já não quero referir-me aos peditórios anuais para o Seminário, Boa Imprensa, Missões, Clérigos, etc... e rendimento da bula duma freguesia que tem mais de seiscentos fogos - tão irrisórios eles são! Mas o sr. B.P. só viu em mim preocupações de dinheiro... Seria por eu não ter anuido aos seus desejos quando dias antes, no cartório paroquial da Figueira me pediu para fazer gratuitamente o casamento - o 1º. após a minha entrada em Tavarede - dum servo lá da casa e cujos padrinhos eram o pai e o sôgro do sr. B.P., pessoas, aliás abastadas, a quem competiam as despezas? Recorda-se sr. B.P.? Pois eu lembro-me muito bem, que no domingo imediato, lá estavam todos de automóvel à porta da Igreja.
Não, sr. B.P., nunca me deixei cegar pelo dinheiro, mas também não quero ser iludido por cantos de sereia. A quem não pode pagar, presto da melhor vontade os meus serviços, gratuitamente; êsse é o meu dever e se quizer provas disso peça-as. De resto, o sr. B.P. o tem grandes razões de queixa, porquanto, há um ano, apadrinhou com sua esposa o batismo dum pequeno, filho de gente pobre, e nada pagou, enquanto o pai entrava com a multa de 5$00 para o Seminário (!)... Recorda-se, sr. B.P.?
E vamos a ver se consigo levar esta cruz ao fim... Diz o sr. B.P. que não fez parte da última direcção do Grémio e... respira fundo. Mas eu não o acusei disso, simplesmente escrevi que não podia dar o meu apoio “a individuos que tendo responsabilidades a dentro (está assim no original) do extinto Grémio não dispuzeram de influência bastante, nem arriscaram um centavo para evitar a sua ruína, ao menos conseguindo a ligação da luz”, etc. Ora o sr. B.P. e seu parente eram lá da casa, foram apaixonados construtores da obra, devotados e infatigáveis organizadores, influentes propagandistas e exerceram, por isso mesmo, a dentro do Grémio, grande actividade.
Não, sr. B.P., não deturpe a ideia expressa nas minhas palavras. Não fuja, que o senhor tem também responsabilidades na sua ruína; foi dos poucos que se evidenciaram e também foi dos poucos que pensaram em reorganizá-lo, depois de esfacelado, quiçá para... gozar a corôa de louros. Mas o que não é honesto é que o senhor pretenda envolver no sarilho e ajustar o remoque que a si e ao seu primo dirigi, a outras personalidades que... não foram do Grémio nem da Conferência. Não; não destaque o último período do contexto. Leia tudo, pois não é necessário ser muito esperto para perceber onde e a quem pretendi dirigir-me.
De resto, não continue a falar em comissão organizadora da Casa do Povo que isso é coisa que não existe, creia, para que a sua expressão: isto significa que os católicos de Tavarede são todos uns sarrafaçais, indignos de ter à sua frente um pároco tão ilustre não vá recair, como de recochete, sôbre pessoas que deviam merecer-lhe tôda a consideração. Com tal caso, seria a si, e não a mim que deviam agradecer a amabilidade... inventada pelo sr. B.P. Não fale no sr. Conego que levou a sua lealdade ao ponto de procurar-me para saber qual a minha opinião sôbre a ida dos senhores ao sr. Bispo a quem iria apresentá-los, e ao qual respondi que só me interessava cumprir em tudo as ordens do meu Prelado. Não, os senhores dois não foram leais nem sérios para comigo.
Quanto à expressão parodianos que o sr. B.P. atribuiu às minhas conversas com os meus colegas, confesso lealmente que a empreguei naquele célebre dia em que o sr. B.P. e seu primo foram ao antigo colégio-liceu em busca do sr. Dr. Mendes Pinheiro, onde eu me encontrava com colegas e só dessa vez a empreguei para os dois a ouvirem. Mas olhe que aquilo foi piada, sr. B.P... Para que a tomou a sério? Decerto para fechar o seu comunicado. E já agora, para meter também um naco de latim: Jam satis, prata bibernut...
Eu nunca viria a público beliscar o sr. B.P. se êle não me tivesse chamado à pedra. O diabo foi o tal “ponto nevrálgico” que ocasionou tudo isto. Termino declarando sinceramente ao sr. B.P. e a seu primo que não lhes quero mal nem lho desejo, nem com esta exposição tive intento de maguar um ou outro, tão sòmente fazer-lhes compreender que estão fóra da razão quando se permitem atacar-me. Ao sr. B.P. dou-lhe um conselho: deixe-se destas pretensões a pessoa importante; olhe que isso fica-lhe mal, torna-se ridículo, até aos olhos dos seus muitos compatrícios. E V.. senhor Director, perdõe o ter-lhe roubado tanto espaço, mas eu tinha de dizer estas coisas senão para dar uma satisfação ao sr. Belarmino Pedro, pelo menos para gaudio dos leitores de “O Figueirense”. Muito reconhecido lhe fica pela publicação desta o que é De V... etc. Buarcos, 6 de Dezembro de 1938 O prior de Buarcos e encarregado de Tavarede Pe. Alfredo de Melo Abrantes Couto”.
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