1930
RÉCITA DE ANIVERSÁRIO
A obra, verdadeiramente notável no capítulo da educação popular, que a Sociedade de Instrução Tavaredense realiza na vizinha povoação de Tavarede, é bem conhecida. Devemos filiar nesta circunstância a expressiva e calorosa simpatia que o público dedica a esta colectividade e que se não dispensa de lhe testemunhar por ocasião dos seus aniversários.
RÉCITA DE ANIVERSÁRIO
A obra, verdadeiramente notável no capítulo da educação popular, que a Sociedade de Instrução Tavaredense realiza na vizinha povoação de Tavarede, é bem conhecida. Devemos filiar nesta circunstância a expressiva e calorosa simpatia que o público dedica a esta colectividade e que se não dispensa de lhe testemunhar por ocasião dos seus aniversários.
Na verdade, a acção desenvolvida pela Sociedade de Instrução Tavaredense é admirável sob todos os pontos de vista. Mantém, há quási três dezenas de anos, uma escola nocturna onde se recebem alunos, menores e adultos, sócios ou não sócios, aos quais é fornecido gratuitamente todo o material escolar. Não se limita a isto a sua função. Vai mais longe: entra no capítulo da educação e da cultura artística, limitada, como se compreende, às condições do meio -, servindo-se para isso do livro, da palestra educativa e do teatro. A influência moral e educativa exercida por intermédio do teatro, tanto sôbre os que nêle representam como nos espectadores, é evidente. Para atingir êste objectivo, segue-se na escolha das peças – algumas das quais expressamente escritas para êste fim – o critério de que o teatro não deve servir apenas para proporcionar distracção, deve, principalmente, ser um veículo de educação moral e cívica e até, num meio como é o de aldeia, um instrumento de cultura.
Foi-nos muito grato verificar, por isso mesmo, a demonstração vibrante de simpatia pela benemérita agremiação tavaredense, a que deu lugar a festa do seu 26º aniversário.
O programa executou-se com brilho excepcional, havendo nêle alguns números de muito relêvo.
No sábado, a récita de gala reuniu no teatro, artisticamente ornamentado e iluminado – colchas de damasco nas paredes, flores, enorme profusão de lâmpadas eléctricas e um formoso lustre, nas côres da Sociedade de Instrução -, uma assistência numerosíssima e distinta.
Abriu a récita a alta-comédia em 1 acto O Caso de Consciência, de Octave Feuillet, em cujo desempenho Maria Tereza de Oliveira, António Broeiro e João Cascão souberam com justiça fazer-se aplaudir.
Seguiu-se a peça em 1 acto Evocação, que deixou no público, mais pelo desempenho que propriamente pela peça, uma impressão agradabilíssima, diremos mesmo uma sensação de arte que bem se exteriorizou em aplausos calorosos. Emília Monteiro, Maria Tereza de Oliveira, António Broeiro e João Cascão representaram admiravelmente, mantendo uma perfeita harmonia de conjunto como não é fácil conseguir melhor em teatros de amadores duma pequena aldeia. Dignas de nota especial as primorosas caracterizações de António Esteves.
E a récita fechou com chave de ouro – a opereta O 66, cuja dificílima e formosíssima partitura teve execução esplêndida pela orquestra dirigida pelo distinto amador sr. António Simões, que a assistência chamou ao palco para melhor o aplaudir, e foi muito bem cantada por Emília Monteiro, João Cascão e Francisco Carvalho. A representação teve o ritmo próprio, decorrendo com uma animação exuberante. Muito bem! Os aplausos foram entusiásticos e merecidos. A montagem era magnífica, figurando nela um fundo de belo efeito do distinto artista pintor sr. Henrique Tavares. (Voz da Justiça – 01.22)
A RÉCITA DE HOMENAGEM A ALBERTO DE LACERDA
Foi entusiástica e brilhante a festa de homenagem realizada a Alberto de Lacerda. O artista e poeta distinto a quem principalmente se deve o êxito invulgar alcançado pela fantasia A Cigarra e a Formiga, foi alvo de calorosas manifestações de simpatia e admiração.
O teatro da Sociedade de Instrução Tavaredense ornamentado com bom gôsto, oferecia um aspecto atraente. Colgaduras nas paredes e flores, muitas flores por tôda a parte. Era a última representação da encantadora peça – e a casa encheu-se! Da Figueira, do sul do concelho, de várias localidades, os automóveis e camionetas levaram muita gente a Tavarede. Esgotou-se a lotação e foi elevado o número de pessoas que não conseguiram obter bilhete.
A representação decorreu com brilho, sendo aplaudidos muitos números. Desempenho correcto, honrando as tradições do modesto e simpático grupo de amadores, que foi alvo dos maiores e mais expressivos elogios. Nos finais de acto os aplausos encheram a sala, obrigando o pano a subir repetidas vezes. E sobretudo no último, a assistência arrebatada pelos formosos versos do Amor, muito bem ditos por João Cascão, e pela beleza do quadro, irrompeu em ovações intermináveis, chamando os autores da peça e da partitura, os principais intérpretes, José Medina, que foi um valioso elemento no ensaio das vozes, e, por fim, tôda a companhia que tão brilhantemente representara A Cigarra e a Formiga. O público deixou o teatro com saudade, encantado com o espectáculo, tendo feito a Alberto de Lacerda, no final do 2º acto, uma manifestação especial e obrigando-o a vir ao palco, de onde saíu carregado de flores e envolto nas mais carinhosas e entusiásticas ovações.
Têm sido vários os pedidos para que de novo volte à scena esta festejadíssima peça. Estavam-lhe garantidas novas e sucessivas enchentes. Mas é impossível atender de momento estes desejos.
À noite, no Hotel Reis, um grupo de amigos e admiradores de Alberto de Lacerda ofereceu lhe um banquete, que decorreu numa atmosfera de viva simpatia. (Voz da Justiça – 05.14)
EXCURSÃO A TOMAR
Tomar é uma cidade encantadora. A beleza do seu rio, com margens verdejantes e arborizadas, convidando a gozá-las; a variedade de panoramas que oferece; e a maravilha do Convento de Cristo, jóia de arte que só por si basta para celebrizar aquela linda terra, - são motivos que atraem visitantes e justificam a constante passagem por ali de excursões, idas de todos os pontos do país. Quem uma vez fôr a Tomar, vem encantado e não se dispensa de lá voltar.
Pois a Sociedade de Instrução Tavaredense vai oferecer ao seu grupo dramático um passeio àquela risonha cidade, no dia 6 do próximo mês de Julho. Ali representará a linda fantasia em 3 actos A Cigarra e a Formiga, que por certo agradará em Tomar tanto como agradou nas sucessivas representações em Tavarede e na Figueira, onde alcançou um êxito invulgar. Esta peça, que tem uma lindíssima partitura, com cêrca de 30 números de música, será representada em Tomar com absoluto rigor de montagem, com todo o variado guarda-roupa e scenários dos 10 quadros que constituem A Cigarra e a Formiga. Seguirá com o grupo a esplêndida orquestra, dirigida por António Simões, distinto amador autor da partitura.
Sabemos que muitas pessoas estranhas ao grupo, que é constituído por 70 figuras, desejam aproveitar o belo passeio a Tomar. (Voz da Justiça – 06.04)
COISAS... DE TEATRO
Foi esta semana estreada em Lisboa uma revista a que se pôs o título de A Cigarra e a Formiga. Não se trata, bem entendido, da fantasia A Cigarra e a Formiga, escrita para o grupo da Sociedade de Instrução Tavaredense, muito representada em Tavarede, na Figueira e em Buarcos e que no dia 6 de Julho próximo subirá à scena no Teatro de Tomar.
Mas... vale a pena contar a história, que pode fazer-se com a simples transcrição do que disseram os jornais – sem aludir ao que êles não disseram.
Quando há pouco apareceu anunciada A Cigarra e a Formiga nº 2 – chamemos-lhe assim, para a distinguirmos da outra – estava a tratar-se em Lisboa de fazer representar a primeira, A Cigarra e a Formiga nº 1.
Foi por isso que um dos autores desta, o distinto artista sr. Alberto de Lacerda, fez as diligências que constam da seguinte carta por êle dirigida aos jornais:
“Exmo. sr. Director do jornal.....
Tendo visto anunciada para breve uma revista com o título “A Cigarra e a Formiga”, venho, como co-autor da fantasia em 3 actos com o mesmo título, já representada em vários teatros da província, pedir a V.Exª o favor de publicar os seguintes esclarecimentos para evitar futuras confusões, quando, porventura, a peça a que me refiro e tem a prioridade do título, venha a ser, como espero, representada em Lisboa:
1º - ao ver anunciada a revista procurei um dos seus autores, meu colega, antigo colaborador em revistas escolares e velho amigo, sr. Fernando Santos, fazendo-lhe ver os inconvenientes de dar à sua o mesmo título da minha peça, que êle conhecia desde o dia seguinte ao da sua estreia em 18 de Maio de 1929, data em que lhe fiz oferta dum exemplar do volume das copias e contei a efabulação de “A Cigarra e a Formiga” nº 1.
2º - que Fernando Santos me prometeu resolver com os seus colaboradores o assunto, trazendo-me depois a seguinte resposta textual: “Não pode ser, tens de ter paciência”.
3º - que cá ficamos, o meu colaborador e eu, com paciência, à espera de aplaudir “A Cigarra e a Formiga” nº 2, fazendo votos pelo seu inteiro sucesso, mas não abdicando do título com que apresentaremos a nossa, a que tem o nº 5 no registo da conservatória da Propriedade Intelectual.
Agradecendo, sou, com a maior consideração...... Alberto de Lacerda”.
Apenas O Século publicou esta carta.
O Diário de Lisboa, talvez porque a carta fôsse... extensa, fez dela um resumo. Fez um resumo? Fez isto que aí vai:
“Do nosso amigo e distinto pintor Alberto Lacerda, recebemos uma carta, em que nos comunica ter uma opereta com o título “A Cigarra e a Formiga”, título êste igual àquele com que apareceu agora anunciada uma revista em que colabora o seu velho amigo e também pintor e colaborador em peças de estudantes, Fernando Santos. Diz mais que a pedido dêste resolveu êle e o seu colaborador ficarem à espera de aplaudir “A Cigarra e a Formiga nº 2”, fazendo votos pelo seu inteiro êxito”.
Compare-se isto com a carta, e digam-nos se isto é um resumo dela.
É pena que num jornal onde se escreve bem, numa secção teatral muito completa, que deve estar a cargo de bons redactores, se não saiba resumir uma carta. Se alguma vez chegar a fundar-se a Escola de Jornalismo, em que temos ouvido falar, deverá incluir-se no programa: - fazer resumo duma carta. Parece coisa fácil – e, todavia, tropeçam nela jornalistas muito distintos.
O jornal República publicou êste diz-se:
“Que o sr. Alberto de Lacerda, co-autor de uma fantasia em 3 actos intitulada “A Cigarra e a Formiga”, vai protestar contra o facto de estar anunciada para breve uma revista com o mesmo título”.
Diz-se?
Recebeu a carta de Alberto de Lacerda e escreveu: - Diz-se...
Que mais precisaria a República para – ter a certeza?
No dia seguinte acrescentava:
“Que o distinto escritor teatral, referindo-se ao nosso último “diz-se” de ontem opinou: - Ora, se alguém devia protestar seria o “La Fontaine”...
E assim matava a questão. Desde que os autores da nº 1 tiraram da fábula de La Fontaine o título para a sua peça, porque não haviam os outros da nº 2 aproveitar êste mesmo título para outra peça?
A República não quis ver mais nada. As circunstâncias em que foi baptizada não lhe interessaram. Como são as coisas! A nós parecia-nos que precisamente estas circunstâncias é que importava considerar. Curteza de inteligência nossa – não pode deixar de ser...
Depois da carta de Alberto de Lacerda, foi enviada aos redactores da secção teatral de todos os jornais de Lisboa a carta seguinte:
“Figueira da Foz, 12 de Junho de 1930.
Prezado Camarada
O signatário, redactor encarregado da secção teatral do jornal “A Voz da Justiça”, da Figueira da Foz, julga do seu dever levar ao conhecimento dos seus exmos. Camaradas o caso que com êle e com o seu colaborador Alberto Vergilio da Rocha Portugal Correia de Lacerda, de Lisboa, se está passando.
Resumirei em poucas palavras.
Sou autor, com Alberto de Lacerda, duma fantasia em 3 actos “A Cigarra e a Formiga”, peça estreada em 18 de Maio de 1929 e representada depois em vários teatros da província. Esta peça está registada, sob o nº 5, na Conservatória da Propriedade Intelectual e é nossa intenção fazê-la representar em Lisboa. Surpreendeu-nos, por isso, o facto de vermos anunciada para breve, em Lisboa, uma revista com o mesmo título.
Nada mais natural, todavia, que aparecerem duas peças com o mesmo título, e nenhum reparo se faria se duma coincidência se tratasse. Sucede, porém, que é um dos autores da revista anunciada com o título da nossa peça, o exmo. sr. Fernando Santos, que eu não conheço pessoalmente mas sei ser amigo e camarada do meu colaborador Alberto de Lacerda, ao qual êste ofereceu, logo no dia seguinte ao da estreia da nossa fantasia, um exemplar do livro das cópias de “A Cigarra e a Formiga”, tendo-lhe ainda contado a efabulação da peça.
Alberto de Lacerda procurou agora o seu amigo exmo. sr. Fernando Santos e fez-lhe ver os inconvenientes de apresentar a sua revista com o mesmo título da nossa fantasia, e pediu-lhe que o substituísse. Esta solicitação não foi atendida, persistindo os autores da revista em apresentá-la com um título que êles muito bem sabem que pertence a outra peça já representada, devidamente registada e que se procurava fazer representar em Lisboa.
Não há, como se vê, simples e natural coincidência nesta igualdade de títulos. Trata-se dum caso consciente.
Não acrescentarei outras considerações. Esta simples exposição de factos é bastante para que com inteiro conhecimento os exmos. Camaradas possam apreciar o acto de que, eu e o meu colaborador, nos confessamos vitimas.
Agradecendo a vossa atenção, subscrevo-me com a maior consideração, Camarada mº. obdº. José da Silva Ribeiro”.
Não se solicitou a publicação desta carta; não se pediu sequer uma referência: pretendeu-se pôr apenas os camaradas ao corrente de factos cujo conhecimento talvez pudesse interessar às suas secções e de qualquer modo facilitaria os seus juízos. Não houve o propósito – que seria desumano, temos de reconhecer! – de incomodar os camaradas. Não há, portanto, que estranhar o silêncio dos que silenciosos se ficaram.
O Rebate, amavelmente, publicou a carta na íntegra. E o Diário de Notícias não pôde reprimir o seu azedume, a que deu escape desta maneira:
“Uma questão de títulos – Escreveu-nos o sr. José da Silva Ribeiro, queixando-se de ter sido espoliado dum título duma peça, que já foi representada e se encontra devidamente registada. Se assim é, não percebemos porque nos escreve o sr. José da Silva Ribeiro. Aos jornais recorre-se, quando a sua intervenção se reputa indispensável. Se o sr. Ribeiro tem a peça registada, isto é, se tem a lei por si, não precisa de incomodar os jornais: invoque a lei e embargue a peça que usurpou o título da sua, e está acabada a questão”.
Se assim é...
Pois claro que é. Que dúvida tem? Não se lhe indicou o número do registo da peça? Se a carta não tivesse sido dactilografada, poderíamos supôr que no Diário de Notícias não entenderam a letra...
A revista ABC, com um desassombro que deve ter deixado assombrados outros colegas, não se esquivou a tratar do caso, e fê-lo desta maneira:
“Do ilustre artista sr. Alberto de Lacerda e do nosso prezado camarada na imprensa da Figueira da Foz, sr. José da Silva Ribeiro, recebemos há dias uma carta relatando um facto grave e que, por dever de justiça e de leal camaradagem, resolvemos dar a devida publicidade.
É o caso que sendo êstes senhores autores de uma peça teatral intitulada “A Cigarra e a Formiga”, que foi representada em 1929 em vários teatros do país e cujo título se encontra registado na Conservatória da Propriedade Intelectual, se consideram espoliados nos seus direitos ao verem o título da sua peça aproveitado por outros para a nova revista actualmente em scena no Teatro da Trindade.
Porém, o mais grave da questão é que um dos autores da nova revista, o sr. Fernando Santos, possuía, por lhe ter sido oferecido pelo sr. Alberto de Lacerda, um exemplar da peça dêste senhor, pelo que não pode alegar ignorância da existência do referido título. Acresce ainda a circunstância de o sr. Fernando Santos ter sido procurado pelo sr. Alberto de Lacerda logo que a nova revista apareceu anunciada e ter-se recusado a modificar o título da peça de que é co-autor.
Dadas estas agravantes, nada nos impede de supôr que, tendo-se os autores da nova revista apoderado do título de uma peça alheia, se tenham também apropriado do resto...”.
Cabe dizer que na Inspecção Geral dos Teatros foi, muitos dias antes da representação da nº 2, apresentada uma reclamação, devidamente documentada, que ainda não obteve despacho.
E, agora que a nº 2 – depois de três ou quatro vezes ter sido adiada a sua estreia – subiu à scena e se viu que a revista tanto pode chamar-se A Cigarra e a Formiga como, por exemplo, Agulhas e Alfinetes, visto que a obra representada nenhuma relação apresenta com o título, ocorre perguntar: que teria custado ao sr. Fernando Santos mudar o título, lembrando-se, quando lho lembraram, que se esquecera de que tinha em seu poder as copias oferecidas por um seu amigo e antigo colaborador, duma peça intitulada A Cigarra e a Formiga e de que êsse mesmo seu amigo era autor?
E aqui está a história. (Voz da Justiça – 06.28)
O SONHO DO CAVADOR
Mais uma récita, ontem, com esta peça festejadíssima. Mais uma enchente à cunha no teatro da Sociedade de Instrução Tavaredense, tendo sido elevado o número de pessoas que não pôde obter lugar. A lotação esgotou-se mais uma vez, como nas vinte e tantas representações anteriores.
No 3º acto, o quadro novo As pragas do Egipto produziu esplêndido eleito. Os scenários são do sr. dr. João Carlos Gomes e o guarda-roupa, que é excelente, foi executado segundo figurinos do sr. Henrique Tavares. As decorações foram feitas pelas alunas dêste distinto artista, srªs DD. Henriqueta Leite da Silva, Maria Eugénia Coelho, Guiomar Gaspar da Mota Veiga, Regina Simões, Cremilde de Freitas, Emília Saraiva, Celeste Amaral e Ilda Carvalheiro.
O número da Fonte de Tavarede igualmente agradou muito.
A assistência aplaudiu calorosamente O Sonho do Cavador, que continua firme no agrado do público. (Voz da Justiça – 07.05)
FIGUEIRA – TOMAR
De Tomar – Impossível dar uma notícia, embora resumida, a tempo de ser publicada na Voz da Justiça de quarta-feira, pela qual os leitores possam avaliar o que foi a recepção que aqui teve a excursão organizada pela Sociedade de Instrução Tavaredense. Imponência, beleza, entusiasmo, sinceridade – eis as características dessa admirável recepção, que não esquece aos que da Figueira vieram a Tomar.
Na estação as duas centenas de excursionistas eram aguardados por enorme multidão. O povo de Tomar – que admirável, hospitaleiro e carinhoso povo, êste de Tomar! – acorreu a receber e saudar os visitantes.
Um cortejo imponente, constituido pelas duas bandas e tuna locais, representantes de várias colectividades, imprensa, etc., atravessou as ruas de Tomar por entre aclamações à Figueira, a Tomar e à Sociedade de Instrução Tavaredense. O aspecto da rua principal era imponentíssimo, com colgaduras de damasco nas janelas. Senhoras gentilíssimas lançavam flores sôbre os visitantes.
A sessão de boas-vindas na Câmara Municipal foi entusiástica.
À noite, a récita com A Cigarra e a Formiga – com uma casa à cunha – atingiu um êxito indescritivel. O pano subiu duas, três, quatro vezes, e as aclamações delirantes, não cessavam. Foi colocada no estandarte da Sociedade de Instrução Tavaredense uma lindíssima fita.
A comissão de senhoras e a comissão de recepção foram duma gentileza rara. Encantaram-nos.
Dentro de 2 horas começará a representação do Sonho do Cavador, em benefício da Misericórdia de Tomar. Grande entusiasmo.
Só no próximo número é possível fazer relato desenvolvido. (Voz da Justiça – 07.09)
FIGUEIRA – TOMAR
A direcção da simpática Sociedade de Instrução Tavaredense tem fortes razões para sentir-se inteiramente satisfeita com o brilho invulgar, com o êxito verdadeiramente notável da sua última iniciativa: a visita a Tomar.
Promovendo esta visita, a Sociedade de Instrução não proporcionou somente um passeio magnífico, tanto sob o ponto de vista de beleza como educativo, aos 80 elementos da sua secção teatral: realizou um acto digno de ser considerado pelo que êle representa de valioso no estreitamento de relações entre Figueira e Tomar, na propaganda recíproca das duas cidades.
Tomar conhece mais a Figueira do que a Figueira conhece Tomar. Ali o número de pessoas que vêm à nossa praia passar o verão é relativamente elevado, constituindo uma colónia em que predominam a admiração e a simpatia pela nossa terra. Com a visita de agora, se esta simpatia naturalmente alastra e se avigora, também é verdade que Tomar conquistou lugar no espírito dos figueirenses, que para a Figueira vieram verdadeiramente encantados. E tanto e de tal maneira, que muitos se dispõem a repetir o passeio e fazem, aliás com verdade, a mais convincente propaganda de Tomar.
E compreende-se que assim seja!
Tomar é uma terra privilegiada de beleza. A cidade não é grande. Quem subiu lá acima ao castelo – que panorama de deslumbramento! – vê-a muito aconchegada, as casas encostadas umas às outras, comprimindo-se, afastando-se dum e outro lado das ruas perpendiculares que vão dar ao sopé do monte, partindo da praça em frente da Câmara, até que a vista encontra, lá ao fundo, a corrente verde-azulada do rio, ensombrado de esguios choupos e langorosos chorões. Mas as suas belezas naturais e o valor artístico dos seus monumentos dão-lhe grande e justo renome como verdadeira cidade de turismo que é.
A paisagem é deslumbradora. Em redor, perdendo-se nos longes, alastra na planície e trepa às encostas a mancha acizentada dos olivedos, sôbre os quais o oiro do sol parece transformar-se em prata.
Mais perto de nós, nos jardins e nos quintais que ficam dentro da cidade, a vegetação é exuberante, o verde é o fundo sôbre que se projecta e brinca e se transforma a luz.
Há frescura saudável – Tomar bebe-a constantemente no seu rio pródigo e lindo, fonte de riqueza e de poesia: são as águas nabantinas que alimentam as noras pitorescas que regam hortas e jardins, e cantam nos açudes a canção da energia que movimenta os maquinismos das fábricas, e dão a graça e a ternura ao arvoredo e às sebes das margens acolhedoras que chamam pelo Amor...
O convento de Cristo é uma jóia que por si só justifica uma visita a Tomar. O espírito sente-se preso no rendilhado daquelas pedras que falam da nossa história – e as horas passam sem que sintamos aproximar o desejo de nos apartarmos de tanta maravilha.
E o povo de Tomar? A sua franqueza, a sua comunicativa sinceridade, o carinho que não esconde aos seus visitantes, o espírito acolhedor que faz a sua tradição de povo hospitaleiro como nenhum outro o é mais!
Tomar vivia há cêrca de um mês no pensamento dos promotores dêste passeio. Até que o dia próprio chegou.
A excursão partiu da Figueira no combóio das 9,50 de domingo, seguindo nela, além dos elementos do grupo teatral da Sociedade de Instrução Tavaredense, muitas outras pessoas da Figueira. Eram cêrca de duas centenas os excursionistas. E muitas mais teriam sido se a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses tivesse concedido facilidades para o transporte. Além das que seguiram pelo combóio muitas pessoas foram da Figueira em automóveis.
Após uma longa demora na Lamarosa, chega o combóio que conduz a excursão pelo ramal de Tomar.
Os figueirenses sabiam, contavam que seriam recebidos com simpatia. Mas não podiam esperar a grandiosidade das manifestações que lhes reservavam os tomarenses.
Finalmente o combóio parou, e uma grande girândola de foguetes estraleja no espaço. Cá dentro, na gare, trocam-se os primeiros cumprimentos estão a comissão de recepção, representantes da Câmara Municipal, das diversas agremiações locais, imprensa, etc.; está também a comissão de gentis senhoras, a quem o presidente da Sociedade de Instrução Tavaredense oferece, em nome dos excursionistas, um lindíssimo ramo de cravos.
Lá fora, uma multidão enorme aguardava os visitantes. A manifestação é calorosa, ouvindo-se palmas e vivas incessantemente. O estandarte da Sociedade de Instrução cruza com os das associações que ali esperavam. A Tuna Comercial e Industrial de Tomar, a Banda Republicana Marcial Nabantina e a Sociedade Filarmónica Gualdim Pais executam os seus hinos. E, em meio de grande entusiasmo, forma-se um cortejo imponente em que estão representados, além da comissão de recepção, a Câmara Municipal, Associação Comercial e Industrial, Centro Democrático Tomarense, Clube Tomarense, Grémio Artístico Tomarense, Tuna Comercial e Industrial de Tomar, Banda Republicana Marcial Nabantina, Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, Sporting Clube de Tomar, União Foot-ball Comércio e Indústria, Associação de Classe dos Caixeiros de Tomar, Orfeão Tomarense, jornal “De Tomar”, jornal “Acção”, Liga dos Combatentes da Grande Guerra, os excursionistas e muito povo.
O cortejo atravessou as ruas da cidade por entre aclamações e vivas. Das janelas pendiam ricas e lindas colchas e as senhoras atiravam flores. Os da Figueira, entusiasmados e reconhecidos, gritavam: - “Viva Tomar! Vivam as senhoras de Tomar! Viva o povo tomarense!” – e logo a multidão correspondia e as muitas centenas de vozes diziam: “Viva a Figueira! Viva a Sociedade de Instrução Tavaredense!”.
O cortejo, enorme, imponente, as bandas de música e a tuna tocando alternadamente, sobe a Rua de Serpa Pinto, cujo aspecto era deslumbrante. As aclamações sucedem-se e as flores não deixam de caír das janelas engalanadas. Ao desembocar na praça, em frente ao edifício da Câmara Municipal, uma grande girândola de foguetes sobe e estraleja no ar.
Os excursionistas são recebidos na escada pela comissão administrativa e sobem ao andar nobre. A sala das sessões enche-se rapidamente, ficando a multidão pela escadaria e no largo fronteiro.
O sr. tenente José da Rocha Mendes, vogal da comissão administrativa que estava servindo de presidente, apresenta saudações de boas-vindas aos visitantes.
No seu discurso fala das belezas de Tomar, dos seus atractivos como cidade de turismo, dos seus monumentos gloriosos. Afirma a sua simpatia pelos visitantes e faz um elogio rasgado e caloroso da acção educativa da Sociedade de Instrução Tavaredense, promotora desta excursão, lamentando que associações como estas não estejam espalhadas por todo o país. Ao terminar, afirmando o seu desejo de que os visitantes levem de Tomar as mesmas agradáveis impressões que de si hão de deixar, ouviu-se uma entusiástica e prolongada ovação.
Respondeu José Ribeiro em nome dos excursionistas. Num discurso breve agradeceu as saudações e afirmou o seu reconhecimento perdurável pelo acolhimento mais do que amável, mais do que gentil, porque era sinceramente carinhoso, que lhes dispensava o povo de Tomar e que ali, na Câmara Municipal, tão eloquentemente se ratificava. E, tendo palavras de admiração pela cidade de Tomar, e pelas qualidades afectivas e virtudes cívicas do seu povo, terminou erguendo um viva a Tomar, que foi secundado e aplaudido delirantemente.
Terminada a sessão de boas-vindas, que foi entusiástica e amistosíssima, o cortejo dispersou.
Depois de a Direcção da Sociedade de Instrução Tavaredense ter apresentado cumprimentos no Quartel General, foi recebida, com mais figueirenses que a acompanhavam, no Grémio Artístico, onde lhe foi oferecido um “Pôrto de Honra” pela comissão de recepção, constituída pelos senhores..........
Trocaram-se entusiásticos brindes por Tomar, pela Figueira, por Tavarede, pelas agremiações de Tomar e pela Sociedade promotora da excursão.
Esta gentileza da comissão de recepção – que não seria a última! – deixou os visitantes reconhecidíssimos.
Muitos excursionistas aproveitaram o resto da tarde para visitar os lugares pitorescos da cidade.
À noite realizava-se no teatro a récita anunciada, na qual o grupo da Sociedade de Instrução Tavaredense representava a fantasia A Cigarra e a Formiga.
Os visitantes, ao entrarem no teatro, não puderam esconder a sua surprêsa. A sala estava ricamente ornamentada. Mas não era apenas a riqueza da ornamentação que deslumbrava: eram, sobretudo, o seu bom-gôsto e a sua requintada feição artística. No proscénio, suspensas no alto, uma enorme cigarra e uma formiga de igual tamanho eram como que o título da peça que ia representar-se ali no palco. Magistralmente construídas, são um trabalho que honra quem o fez, o sr. Augusto Alves Henriques. E tôda a restante ornamentação, que recebeu a influência e foi dirigida pelo sentimento artístico do sr. Francisco António Ainado, era alusiva à peça. Na ribalta, sôbre a verdura das ervas, viam-se dois carreiros de formigas – curiosíssima estilização – carregando caixas e sacos; a um e outro lado do palco, duas grandes cigarras tocando guitarra, com efeitos de luz eléctrica. No primeiro balcão, em tôda a volta, em quadros encimados por uma cigarra, descrevia-se a fábula de La Fontaine; aqui e ali, sôbre as colchas riquíssimas artisticamente dispostas, mais cigarras; e ainda em tôda a volta – um friso de formigas; e muitas flores artificiais, feitas por mãos delicadas de senhoras, agrupavam-se em lindos desenhos. Tudo isto formava um conjunto raro de beleza, produzindo um efeito deslumbrante.
Quando subiu o pano, estavam no palco a comissão de gentis senhoras de Tomar – srªs DD.........., alguns elementos da comissão de recepção e os representantes da Sociedade de Instrução Tavaredense, com o estandarte. A orquestra executou o hino desta colectividade, que a assistência saúda com uma carinhosa salva de palmas.
O sr. dr. Amilcar Tavares Casquilho faz, num discurso brilhante, a apresentação do grupo de amadores tavaredenses e do sr. dr. José Gomes Cruz, que com perfeito conhecimento poderá falar à assistência da acção dêste simpático núcleo. Regosija-se com esta visita, salientando as vantagens que podem resultar dum maior estreitamento de relações entre a Figueira e Tomar, e termina com um viva à Sociedade de Instrução Tavaredense. A assistência aplaudiu demoradamente o sr. dr. Casquilho.
Respondeu-lhe o sr. dr. José Cruz, que agradeceu as referências feitas e explicou a constituição dêste grupo de amadores da sua terra, falando também sôbre a obra educativa da Sociedade de Instrução. Terminou exprimindo a gratidão que ia no espírito de todos os que vieram a Tomar e aqui tiveram o penhorante e inesquecível acolhimento que lhes foi dispensado. Uma salva de palmas, entusiásticas, demorada se ouviu sôbre as últimas palavras do ilustre tavaredense, palmas que de novo se reacendem quando da comissão de senhoras se destaca a figura gentilíssima da sua presidente e coloca na bandeira da Sociedade de Instrução Tavaredense uma fita comemorativa desta visita. É uma riquíssima fita de sêda preta e vermelha – as côres da cidade de Tomar – primoroso trabalho de pintura do sr. Joaquim Tamagnini Barbosa, figura de prestígio moral pelas suas qualidades e virtudes cívicas e que desta forma se associou às homenagens prestadas pelos tomarenses.
Seguiu-se a representação da fantasia A Cigarra e a Formiga, cujo agrado foi enorme. Logo no 1º acto, quando terminou o número de apresentação de José Cigarra, a assistência irrompeu na ovação mais calorosa que pode imaginar-se. Os bravos e as palmas demoraram-se com um entusiasmo indescritivel. Muitos números foram bisados e nos finais de acto as ovações atingiram o rubro.
A assistência, tendo sabido que estava num camarote o distinto artista e poeta Alberto de Lacerda, obrigou-o a vir ao palco. António Simões teve várias chamadas especiais, sendo aplaudidíssimo com admiração e simpatia.
O teatro estava cheio e os espectadores retiraram com uma impressão de agrado que a ninguém escondiam.
Tomar tem a sua Misericórdia. É uma instituição benemérita, cujo estabelecimento hospitalar é digno de ver-se. Faz honra à cidade. Não será fácil encontrar melhor, nem sequer igual, em terras como Tomar. Quem o visita traz de lá uma impressão que não esquece. A amplidão dos seus corredores, o asseio irrepreensível, o confôrto que se prodigaliza aos doentes, o bem-estar possível, as enfermarias bem arejadas e cheias de luz, a esplêndida e moderna sala de cirurgia – como a da Misericórdia da Figueira -, tôdas as dependências e instalações bem situadas, conforme o plano geral previamente estudado por arquitecto competente, tudo isto e o mais impressiona bem. E êste notabilíssimo desenvolvimento do hospital de Tomar é obra de relativamente poucos anos. Fez-se com um auxílio dum donativo de 240 contos do benemérito sr. João de Oliveira Casquilho, honrado e bemquisto cidadão felizmente ainda vivo, com mais de 90 anos, e cuja actividade e espírito empreendedor estão bem patentes na sua fábrica de papel da Matrena. Mas esta obra benemérita do hospital deve-se também à sua Mesa administrativa, que tem como provedor o respeitado tomarense sr. João Tôrres Pereira, figura de prestígio cujos cabelos brancos falam dos seus muitos anos de dedicação à sua terra; e principalmente, ao distinto médico sr. dr. Cândido Madureira, alma talhada para o bem, dedicando-se inteiramente ao sofrimento alheio. Trabalha no hospital há quási trinta anos, com uma devoção, uma pertinácia e, sobretudo, uma inteligência notáveis. Quando se encontram exemplos como êste do dr. Madureira – que a população tomarense justamente admira com simpatia – não se pode deixar de acreditar na solidariedade e na bondade da alma.
Pois a Sociedade de Instrução Tavaredense ofereceu à Misericórdia a récita de segunda-feira.
O teatro encheu-se de novo. O mesmo entusiasmo. A mesma vibração. O mesmo sentimento de carinho a manifestar-se em tudo e em todos. Se na véspera intérpretes, autores e maestro foram aplaudidos e chamados, não o foram com menos entusiasmo no Sonho do Cavador. A excelente orquestra contribuiu poderosamente para o brilho do espectáculo. Justamente foi de novo chamado ao palco António Simões, a quem os espectadores significaram o seu muito agrado pela formosa partitura. E a récita terminou – tendo José Ribeiro proferido algumas palavras de despedida e agradecimento – em meio dum entusiasmo delirante.
O provedor da Misericórdia e o médico sr. sr. Madureira foram ao palco cumprimentar o grupo.
O regresso fêz-se na têrça-feira, no combóio que sai de Tomar às 12,35.
À estação do caminho e ferro foram apresentar despedidas representantes da comissão de recepção e de várias organizações locais. Também ali estiveram os srs. Tôrres Pereira e dr. Cândido Madureira, representando a Misericórdia. À partida do combóio ergueram-se vivas e trocaram-se despedidas que exprimiam a alegria e a saudade, tanto nos que partiam como nos que ficavam.
Uma outra demonstração de simpatia estava ainda reservada aos excursionistas: um grupo de tomarenses veio de automóvel a Chão de Maçãs, ao encontro do combóio em que a excursão regressava à Figueira, fazendo entrega dum ramo de flores.
= Os excursionistas, dividindo-se em grupos, visitaram os pontos mais agradáveis da cidade, monumentos, fábricas, etc. Demoraram-se no aprazível parque do Monchão, gozando a sua amenidade; subiram ao castelo dos templários, percorreram o famoso e formoso Convento de Cristo; viram funcionar as fábricas de tecidos de algodão, assistiram ao fabrico de papel no Prado e na Matrena, etc. etc. De tôda a parte trouxeram as impressões mais gratas pelas facilidades que lhes dispensaram.
= Assistiu aos dois espectáculos o sr. brigadeiro Lacerda Machado, comandante da região, a quem a comissão de recepção apresentou a direcção da Sociedade de Instrução Tavaredense.
= Muitas foram as amabilidades recebidas. A firma Joaquim José Soeiro, ofereceu às amadoras do grupo dramático uma caixa de finíssimos rebuçados da sua fábrica “A Preferida”.
= A direcção do Grémio Artístico foi duma cativante gentileza para com os visitantes, pondo as suas salas inteiramente à sua disposição. No fim dos espectáculos foram ali oferecidos bailes aos componentes do grupo dramático e pessoas que o acompanhavam, dançando-se animadamente, nas duas noites, até cêrca das 5 horas da madrugada.
= Os excursionistas, que se distribuiram pelo Hotel União Comercial, Pensão Moderna e Hotel Nabão, fazem as melhores referências à maneira como foram tratados.
= A Sociedade promotora desta visita está reconhecidíssima à comissão de recepção, que foi incansável. A gratidão da Sociedade de Instrução Tavaredense é profunda, e não pode exprimir-se em palavras.
Merece também os maiores elogios o Sporting Clube de Tomar, que propositadamente não deu espectáculo no domingo.
Foi ainda importantíssima a colaboração dos briosos rapazes do União Foot-ball Comércio e Indústria, na ornamentação do teatro. Durante noites consecutivas trabalhou-se activamente nas salas dêste clube.
= O jornal “De Tomar” publicou um número especial que foi distribuído pelos visitantes. A primeira página era-lhes dedicada e trazia uma gravura da praia da Figueira.
= Regosijamo-nos com o êxito brilhantíssimo desta iniciativa da Sociedade de Instrução Tavaredense. Felicitamo-la.
E, saudando a hospitaleira cidade de Tomar, formulamos sinceros votos pelo seu progresso. (Voz da Justiça – 07.12)
senhor Vitor e familia
ResponderEliminarsó tenho a agradecer por esta página tão informativa sobre minha querida Tavarede, tenho gosto em acessar sempre e ler as histórias de minha terra, e espero que continue a nos brindar com estas escritas, gostaria de deixar um grande abraço a todos e que tenham um ótimo natal, ao senhor, esposa, filhas e netos, que Deus os abençoe, lembranças de Preciosa Fileno, Mota e Lilian aqui no Brasil