1956.01.12 - À GUISA DE CRÍTICA (A VOZ DA FIGUEIRA)
No passado dia 5 esteve entre nós o Grupo Cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense que trouxe ao palco do Teatro do Grande Casino Peninsular, a opereta em 3 actos e 5 quadros, “Ana Maria”, subscrita por Alberto de Lacerda, José Tocha e José Ribeiro, com música de Joel de Mascarenhas.
“Ana Maria”, como declararam os autores, não é peça histórica.
Baseia-se, no entanto, em factos ocorridos em França, por meados do século 18.
E, assim, temos como figuras principais, o famoso pintor Fragonard, a célebre bailarina Guimard e Ana Maria, discípula do Mestre, que depois se torna sua mulher.
Quem, como nós, já viu o Grupo de Tavarede brilhar a grande altura em muitas peças, não poude deixar de saír decepcionado deste espectáculo.
Opereta é, por definição, uma pequena ópera.
O seu texto era, outrora, simples e de feição popular. Com o andar dos tempos, porém, foi sofrendo modificações sucessivas e, hoje, opereta significa somente teatro musicado com libreto e partituras alegres, coros afinados e encenação de bom gosto.
Recordemo-nos das célebres operetas de Franz Lehar, compositor húngaro que foi um dos mais fecundos e brilhantes fundadores deste género teatral e ficaremos com a afirmação anterior cabalmente demonstrada.
Ora, “Ana Maria”, sofre, a nosso ver, de vários desequilíbrios que lhe ensombram as poucas qualidades.
Há música a mais e “falas” a menos em quase todos os actos.
Isto não estaria de todo mal se a partitura fosse agradável.
Mas, de princípio ao fim, as composições de Joel de Mascarenhas são monótonas (iamos a dizer, fúnebres). Pouco melodiosas, pouco acessíveis ao ouvido e não têm uniformidade musical.
No primeiro acto, por exemplo, por que razão se mistura uma espécie de Vira com um Minueto?
Tirando dois ou três coros mais felizes, os restantes vinte números são pífios e não servem, na sua maioria, o ambiente galante e frívolo da época.
As limitações que a Joel de Mascarenhas deveriam ter sido impostas por virtude das vozes serem fracas, não justificam a falta de melodia nem a ausência de introduções tão necessárias à gente que está em cena.
Por outro lado, a história, em si, tem pouco que se lhe diga.
É uma história banal, sem conteúdo.
São tão curtos os diálogos que o espectador nem consegue aperceber-se dos traços psicológicos das figuras.
São tão paradas certas cenas – sirva de exemplo a “Despedida do Pastorinho” – que a acção perde-se e o público arrefece.
Bem se esforçou Violinda Medina por servir a sua ingrata Maria Madalena Guimard!
Mas a sua actuação, com momentos bons, não se iguala àquelas tantas outras em que nos deu todo o seu talento de grande amadora dramática.
Os outros elementos procuraram cumprir, sendo justo destacar António Jorge da Silva, muito correcto, com autoridade pessoal de presença, com plástica vocal, é já um amador de grande merecimento.
José Ribeiro, a alma deste brioso grupo, pressentiu com o seu dedo de mestre, o fracasso da peça e como não podia puxá-la doutra forma, vestiu-a ricamente e encenou-a com todos os requintes do seu bom gosto.
Manuel de Oliveira, professor de cenografia, colaborou pintando cinco cenas de belo efeito.
A orquestra, regida por Anselmo Cardoso, nem sempre nos satisfez. Sabe-se que com má instrumentação é muito difícil dirigir e, em certas alturas, os metais, indiferentes à batuta, quizeram abafar os violinos arranhando-nos os tímpanos.
O Grupo Cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense não foi feliz com esta peça, diga-se em abono da verdade.
Embora se divise através de tudo uma tentativa de trabalho sério e honesto, muito de apreciar e louvar, isso não basta para que esta “Ana Maria” consiga fazer carreira.
1956.06.14 - PERALTAS E SÉCIAS (A VOZ DA FIGUEIRA)
Os benefícios do chamado “Fundo de Teatro”, superiormente instituído para debelar as dificuldades em que se debate o teatro português, já concedidos a algumas companhias e negados ao “Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra” com 20 anos de glorioso passado, deviam estender-se às nossas cidades, vilas e aldeias onde grupos de amadores de comprovado merecimento confirmam aquele passo de uma comédia de Sacha Guitri: o teatro não é uma profissão, é uma paixão.
Demonstrado está que dos pequenos e anónimos grupos de amadores provincianos têm saído grandes figuras do nosso teatro profissional, inclusivamente notáveis encenadores, justo se tornava, como preito de gratidão a esses grupos que praticam a arte de representar por apaixonado amadorismo, lhes fosse dispensada protecção, concedendo-se-lhes carinhoso auxílio em vez de os desconhecer ou até enredar a sua acção em asfixiantes teias burocráticas.
Os grupos de amadores que à custa de heróicos sacrifícios, por afincada paixão pelo teatro, persistem em remar contra a maré, merecem, sem dúvida, essa homenagem de quem superintende nas coisas do espírito.
Acodem-nos ao bico da pena estas despretenciosas considerações, a propósito da reposição, pelo grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense, da comédia Peraltas e Sécias, de Marcelino de Mesquita, em comemoração do centenário do nascimento do insigne dramaturgo.
Depois do excepcional relevo dado pelo mesmo grupo às comemorações garrettianas, esta homenagem à memória de Marcelino de Mesquita, testemunha quanto o valoroso grupo de Tavarede se empenha em reacender no espírito do numeroso e selecto público frequentador dos seus espectáculos, a chama votiva do culto das grandes figuras da dramaturgia portuguesa.
O espectáculo agradou por todos os motivos. Desde o “Breve comentário”, com que o director cénico do grupo manteve presa e interessada a assistência, tudo contribuiu para que a boa disposição não faltasse.
Da peça não há que falar. A sua crítica está feita. É uma peça leve, tecida de “carapuças” e caricaturas. A sua maior desvantagem é desenrolarem-se os 3 actos num único cenário. O guarda-roupa é sumptuoso. Nada de improvisões. Tudo a rigor.
Quanto à interpretação, com mais ou menos engenho, todos se mostraram integrados na rúbrica da peça.
Violinda Medina, primeira figura feminina, foi uma Marquesa de Sande à altura da sua rara intuição artística.
Maria Isabel Reis compôs com graciosidade senhoril e apreciável auto-domínio uma Carlota de Sande apaixonada, bondosa e alegre ao mesmo tempo.
As três Sécias (Maria Aurélia Serra, Maria Rosa da Fonseca e Emília Fernanda Grilo) mantiveram apresentação agradável, com o pretenciosismo e futilidade aconselhados. O mesmo diremos dos três Peraltas (Vítor Medina, José Rodrigues Medina e Fernando Santos) merecendo o primeiro menção especial que soube tirar do papel surpreendente partido.
Fernando Reis, em Guilherme de Menezes e João de Oliveira Júnior em Miguel de Sande, foram dois intérpretes correctos, senhores da cena do princípio ao fim.
O Marquês de Sande (João Rodrigues Medina), promete um amador de futuro, em perdendo a timidez que por vezes mostrou – mais do que aquela que era exigida pela natureza do papel.
José Luís do Nascimento, Poeta Caldas – o Caldas Glutão, como lhe chamava, numa quadra célebre, o seu contemporâneo Bocage – também merece registo. É um amador consciencioso e de fácil adaptação.
José Maria Cordeiro, deu-nos um Intendente Diogo com nítida compreensão das suas responsabilidades. O papel não teve para ele dificuldades a vencer. Dir-se-ia estar-lhe a carácter.
Frei Tomaz e P. Teodoro (António Jorge da Silva e Carlos Conde) incarnaram dois clérigos de se lhe tirar o chapéu... Pertencentes àquela casta indesejável dos que se insurgem, barafustam, vociferam, contra os herejes e pedreiros livres mas se dão por satisfeitos e quites com a sua consciência desde que consiga subordinar à sua batuta temporal o rebanho que lhe foi confiado.
Marcelino Mesquita transportou para a sua peça dois espécimes desse tipo nefasto de que ainda no nosso tempo aparecem exemplares, não obstante a apertada selecção a que são submetidos.
Os restantes personagens cumpriram igualmente, dando à representação de “Peraltas e Sécias” aquela apreciável homogeneidade que se tornou apanágio do grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense que José Ribeiro manipula com segura mão de mestre e o público mais uma vez reconheceu chamando-o ao palco nos finais do 2º. e 3º. actos.
1956.06.30 - PERALTAS E SÉCIAS, NA FIGUEIRA (NOTÍCIAS DA FIGUEIRA)
Ainda ácerca do espectáculo, que a SIT, foi dar, no dia 6 do corrente, no Teatro do Grande Casino Peninsular com a engraçadíssima comédia “Peraltas e Sécias”, de Marcelino de Mesquita, o nosso ilustre conterrâneo, sr. José da Silva Ribeiro, director artístico daquela prestimosa colectividade, tem recebido as mais expressivas provas de estima e admiração de diversas personalidades, que assistiram à récita.
Também o importante periódico “A Voz da Figueira”, num dos seus últimos números publicou uma judiciosa crítica, assinada por BP e encimada pela fotogravura de Marcelino de Mesquita, bastante honrosa para os modestos amadores tavaredenses.
Ainda bem que, apesar dos maus tempos que vão correndo para o Teatro, principalmente, de grupos de amadores, é consolador verificar que a distinta plateia figueirense, que foi sempre das mais exigentes do país, continue a saber apreciar o Teatro sério, encorajando, de tal modo, os que nas horas de ócio se dedicam à prática da arte de Talma.
A propósito devemos confessar, muito sinceramente, que, como filhos de Tavarede, não escondemos a nossa imensa satisfação pelos êxitos alcançados pelos nossos conterrâneos e a justiça que lhes é feita.
Já aqui o dissemos e nunca será demais o repetir-se: tanto as boas como as más acções praticadas por qualquer tavaredense se repercute no nome da nossa querida terra, que devemos procurar elevar cada vez mais, e não diminuir, como infelizmente, por vezes, alguns, embora em reduzido número, fazem.
Quanto aos primeiros elevamos as nossas preces a Deus para que continue a cobrir de bençãos o seu trabalho; quanto aos segundos rogamos que lhes perdõe.
1956.07.07 - A SIT EM LEIRIA (NOTÍCIAS DA FIGUEIRA)
Na terça-feira pretérita deslocou-se a Leiria, onde foi dar um espectáculo a favor do cofre da Associação Protectora dos Pobres, daquela cidade, o grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense.
Antes de começar o espectáculo, o nosso particular amigo, sr. Miguel Franco, ilustre director do distinto Grupo Dramático “Miguel Leitão”, dissertou largamente sobre a obra de benemerência que vem sendo levada a efeito pela APPL; o extraordinário valor do autor da peça que ia ser representada “Peraltas e Sécias”, de Marcelino Mesquita, cujo centenário ocorre este mês e em cuja terra natal – Cartaxo – ia ser erigido um significativo monumento. Referiu-se ainda o orador à acção desenvolvida pela SIT, a bem da cultura do povo.
A selecta assistência, que enchia o Teatro D. Maria Pia, aplaudiu demoradamente os amadores tavaredenses, tendo o sr. Ramos Pinto, digníssimo Presidente da benemérita Instituição, no final do espectáculo, feito uso da palavra para saudar e agradecer as horas de bom teatro, que os nossos conterrâneos proporcionaram aos Leirienses. Foram oferecidos lindos ramos de flores, que Mestre José Ribeiro comovidamente agradeceu, sendo-lhe prestada calorosa ovação quando afirmou que o grupo que dirige há já longos anos se encontra sempre à disposição de qualquer Entidade, que necessite do seu modesto auxílio.
Terminado o espectáculo foram os componentes do grupo obsequiados por distintas senhoras da melhor sociedade Leiriense com uma explêndida ceia, feita das melhores iguarias, que deixou verdadeiramente confundidos os nossos conterrâneos, e que serviu de pretexto para o ilustre Director artístico da SIT, muito sensibilizado, num brilhante improviso, manifestar o seu sincero reconhecimento e de seus colaboradores pelo facto de tão distintas senhoras servirem tão modestos quão humildes amadores. Seguidamente o brilhante causídico, sr. Dr. Vasco da Gama Fernandes, agradecendo a colaboração da SIT, teceu os mais rasgados elogios ao seu digníssimo orientador.
É com o maior prazer que registamos o facto, apreciando o intercâmbio cultural que já há anos vem sendo realizado entre Leiria e Tavarede, pois temos bem presente no nosso espírito os inolvidáveis momentos de prazer espiritual que os Leirienses têm proporcionado aos sócios da SIT, mormente a valiosíssima colaboração prestada no serão de arte, que foi o espectáculo de gala, efectuado por ocasião das comemorações das bodas de ouro da nossa colectividade e em que ficou a perdurar, além do belo espectáculo que Miguel Franco nos ofereceu, a maravilhosa audição do brilhante agrupamento coral, que é o orfeão da nobre e poética cidade do Lis, de que era mui ilustre regente, o sr. D. José Pais.
1956.09.09 - PERALTAS E SÉCIAS E FREI LUÍS DE SOUSA, EM SINTRA)
Sr. Director: Dá-me licença? Não será demasiado abuso pedir-lhe um pouco de espaço para dizer duas palavras acerca das duas récitas que o Grupo Cénico de Amadores da Sociedade de Instrução Tavaredense veio dar a Sintra? Se for abuso, há um remédio: o cesto dos papéis. Se o meu desejo merecer a aceitação, desde já o meu reconhecido agradecimento. E começo...
Duas peças de responsabilidade, duas peças daquelas que exigem qualidades: “Frei Luís de Sousa” e “Peraltas e Sécias”. Duas realizações bem merecedoras dos quentes aplausos com que o público justamente as premiou. Porque, mesmo abstraindo da ideia de que se trata de amadores, o que houve nesses aplausos não foi apenas simpatia por eles, foi também admiração sincera pelo que valem.
Na verdade, o Grupo conta com elementos geralmente valiosos, intuições, valores, que uma inteligente, uma competentíssima direcção artística coloca num plano a que, pelo menos no conjunto, não chegam, às vezes, honestos elencos profissionais, e dispõe de primeiras figuras capazes de vencer, como se viu, escolhos de respeito.
João Cascão fez um Manuel de Sousa Coutinho correcto e escorreito enquanto o poema para mais não deu; brilhante aquele passo em que a emoção atinge o máximo e o seu temperamento pôde afirmar-se, caíndo aos pés da cruz, perfeitamente integrado na personalidade de Manuel, sentindo a sua tragédia, dando absolutamente o que se lhe pedia. Foi pena que o chapéu, porventura muito certo em matéria de indumentária, mas consideravelmente inestético, o chapéu que lhe puseram, quebrasse à figura a linha de imponência que devia ter.
Violinda Medina e Silva foi uma distintíssima Madalena de Vilhena. Compreensão perfeita da psicologia da personagem, máscara cheia de expressão, um à-vontade de actriz consumda, um saber servir-se dos magníficos trajos que lhe vestiram, uma naturalidade em tudo, que não se pode manifestar quando não há verdadeiro talento de comediante. Menos exigente, o seu papel em “Peraltas e Sécias” foi igualmente perfeito.
Fernando Reis deu um Romeiro de que nada há dizer que não seja um merecido elogio. Não podia pedir-se mais. E, como em “Peraltas e Sécias” lhe coube um papel de feição completamente diversa, igualmente desempenhado com impecável correcção, teve ensejo, pelo contraste, de revelar o seu real merecimento.
Coisa parecida poderá dizer-se de António Jorge da Silva, que nos deu um Telmo Pais do melhor quilate, excelente retrato da personagem, a contrastar com a caricatura que é o Fr. Tomás dos “Peraltas”, desenhada pelo intérprete com perfeita correcção.
Maria Isabel Reis, a Maria de Noronha do “Frei Luís”, é outro valioso elemento do Grupo de Tavarede. Graciosíssima no seu papel de Carlota nos “Peraltas”, suportou com brio as dificuldades do seu papel no “Frei Luís”, talvez martelando demais as sílabas, e brilhou, brilhou intensamente, no final do drama, revelando, então, com perfeita naturalidade, a angústia da situação, provando assim o seu merecimento.
João de Oliveira Júnior, correcto no seu Frei Jorge do drama de Garrett, papel que, salvo melhor opinião, não é bem para o seu temperamento, foi excelentemente no Miguel de Sande dos “Peraltas”, mesmo a cantar o Fado, que Mestre Marcelino meteu na peça sem se lembrar de que o Fado só apareceu meio século depois...
Carlos Conde defendeu bem o seu papel de Padre Teodoro nos “Peraltas”, apesar de deslocado na interpretação de uma figur que não nos parece poder adaptar-se-lhe; José Maria Cordeiro no Intendente Diogo; Manuel Lontro no Desembargador Silvério; Francisco Carvalho no Pinto, ministro, devem citar-se, como João Rodrigues Medina no Marquês de Sande, pela perfeita correcção com que se houveram. Muito bem Vitor Manuel Medina e José Rodrigues Medina nos papéis de Benjamim e Narciso, que conseguiram distinguir no conjunto duma peça em que, pode dizer-se, nenhum papel dá ensejo a grandes voos.
Com diligente a acertada colaboração dos mais; com cenários apropriados, não falando em um outro pormenor menos feliz, que não chega a prejudicar; com excelentes adereços em que é justo destacar os quadros pintados por Alberto de Lacerda; com guarda-roupa de Alberto Anahory, bom apenas quanto aos trajos femininos no “Frei Luís”, muito bom de um modo geral. Quanto aos “Peraltas”, em que só a cor do vestido da Marquesa de Sande, pela semelhança com a da sotaina de Frei Tomás, merecia ter sido substituida; com o trabalho atento e seguro de Adriano Silva como contra-regra, os espectáculos não podiam deixar de ser o que foram: duas belas afirmações de merecimento artístico.
Mas foram, acima de tudo, duas belas lições de teatro, graças à direcção competentíssima de José da Silva Ribeiro, que ensina, explica, esclarece, resolve, com a infinita paciência de um apaixonado pela arte teatral, e que realiza com o brilho que se viu, assim provando a absoluta necessidade de uma orientação superior que descubra intuições ou vocações, que as eduque e as eleve ao máximo.
Há por aí leitores que se lembrem das peças “Entre Giestas”, dirigida por António Pinheiro; “A Conspiradora”, dirigida por Lucinda Simões; “A Garra”, dirigida por Araújo Pereira?
Dizer que os espectáculos do Grupo de Tavarede nos fizeram lembrar essas excepcionais realizações é dizer tudo quanto ao sincero agrado com que os vimos. Bem haja, José Ribeiro pela sua obra magnífica!
1956.09.15 - A SIT EM SINTRA (NOTÍCIAS DA FIGUEIRA)
Regressaram na passada terça feira a esta localidade os componentes do grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense que, como haviamos referido, se deslocaram a Sintra, nos dias 2 e 3 do corrente, para representar, no Teatro Carlos Manuel, em benefício da Santa Casa da Misericórdia, daquela vila, as peças “Frei Luis de Sousa” do genial escritor Almeida Garrett e “Peraltas e Sécias” do extraordinário dramaturgo Marcelino de Mesquita.
Descrever o que foi a visita dos tavaredenses àquela encantadora vila transcende, pelo entusiástico e carinhoso acolhimento que lhes foi dispensado, o reduzido âmbito da nossa modesta carta, tal a agradabilíssima impressão causada nos seus espíritos e que dificilmente esquecerão.
Antes de subir o pano para a representação de “Frei Luis de Sousa”, o nosso prezado amigo e conterrâneo, sr. António Medina Júnior, que ali fundou há já anos o “Jornal de Sintra”, hoje justamente considerado um dos melhores periódicos da província, e foi o promotor dos referidos espectáculos, proferiu um interessante discurso de saudação aos amadores da sua e nossa terra, enaltecendo a notável obra que, a bem da cultura do Povo, vem sendo realizada pela SIT, sob a proficiente direcção do ilustre ensaiador e Mestre de teatro, que é o nosso prestigioso conterrâneo, sr. José da Silva Ribeiro, que agradeceu as elogiosas referências.
No dia seguinte, 3, representou-se “Peraltas e Sécias”, com a presença da veneranda Senhora, D. Inês Ressano Garcia, filha do saudoso autor da graciosa comédia e a quem, num dos intervalos, foi oferecido um lindo ramos de flores, tendo feito uso da palavra, nesse momento, para prestar a homenagem devida ao talentoso escritor e agradecer a visita do nosso apreciado grupo, o vice-Provedor da Misericórdia, sr. Eduardo Frutuoso Gaio.
Seguidamente o Presidente da Câmara, sr. dr. César Moreira Baptista, o digno Provedor, sr. Capitão Américo dos Santos e demais mesários fizeram entrega a todos os elementos do grupo cénico da medalha de “gratidão”, instituída há mais de duas centenas de anos por aquela Casa de Caridade, e ainda de uma fita para o estandarte da SIT.
José Ribeiro, num improviso empolgante, que causou a mais viva impressão na selecta assistência que enchia o majestoso Teatro, agradeceu as homenagens que acabavam de ser prestadas aos modestos componentes do grupo, que dirige, demorando-se em considerações sobre o valor extraordinário da obra literária e dramática do notável escritor, que foi Marcelino de Mesquita.
O seu discurso, proferido com aquela sinceridade que lhe é peculiar, mereceu-lhe calorosa e entusiástica ovação por parte dos espectadores que, em elevado grau, admiraram a sua fulgurante eloquência e os seus vastos conhecimentos literários.
Às representações, que agradaram plenamente como o demonstraram os quentes e fartos aplausos com que os intérpretes foram saudados, assistiram algumas altas individualidades nos meios artísticos, destacando-se o sr. dr. Vasco Mendonça Alves, autor da peça “A Conspiradora”, cujos ensaios devem começar brevemente no teatro da SIT, os ilustres actores, srª. D. Brunilde Júdice e seu marido, sr. Alves da Costa, o prestigioso crítico teatral, sr. dr. José Tocha, o considerado indumentarista, sr. Alberto Anahory e o distinto artista pintor, sr. Alberto de Lacerda, grande amigo da nossa colectividade e de Tavarede.
Ainda uma nota curiosa: na “Tabela” da esplêndida casa de espectáculos surgiu, depois da primeira representação, um significativo soneto assinado “Espectador”, pondo em relevo a actuação dos nossos amadores.
Enfim, a par de mais uma inolvidável jornada de propaganda de teatro sério feita por amadores de condição humilde, como os que constituem o grupo dramático da SIT, a visita de agora à poética e encantadora vila de Sintra, de que os excursionistas guardam as mais emotivas recordações, ficará a marcar como expressiva demonstração de quanto pode a vontade e a persistência de um Homem, animadas por uma superior inteligência ao serviço de nobres e generosos Ideais – Cultura do Povo e Benemerência – José Ribeiro.
Pena é que as ocupações e a situação económica dos despretenciosos amadores não permitam à SIT aceitar todos os convites que lhe são dirigidos para representar em várias localidades do País, como presentemente sucede, pois ainda agora não pôde aceder a 3 convites.
Com as nossas cordeais saudações a todos os que com o seu esforço e inteligência contribuiram para honrar e dignificar, mais uma vez, as tradições da SIT e, consequentemente, da nossa querida Terra, vão os sinceros desejos de mais e melhor.
1956.10.20 - A SIT EM TOMAR (NOTÍCIAS DA FIGUEIRA)
Das terras do País onde Tavarede conta maior número de admiradores e firmes amizades, Tomar, deve, certamente, figurar num dos primeiros lugares.
Para tanto muito têm contribuido os espectáculos que ali têm sido levados a efeito para os cofres de diversas colectividades recreativas e instituições de beneficência, daquela artística cidade, no montante de algumas dezenas de contos.
Mas ainda além desse facto, que não podemos nem devemos deixar de considerar, existe entre Tomarenses e Tavaredenses uma comunhão de sentimentos que os irmana no mesmo elevado Ideal – o amor do próximo pela prática da Caridade e da Cultura do Povo.
Ainda agora a nossa modesta maneira de ver obteve confirmação com as atenções de que foi alvo a caravana tavaredense, a propósito dos dois espectáculos – “Israel”, no sábado e “Peraltas e Sécias”, no domingo – para a Misericórdia daquela cidade que, como anunciámos, ali foi dar o grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense.
O autocarro, que conduziu os nossos conterrâneos e havia largado da Figueira por volta das 14,30 horas, de sábado, foi aguardado à entrada da cidade pelos ilustres componentes da Mesa daquela Instituição, Filarmónica Gualdim Pais, União Futebol Comércio e Indústria e muito Povo.
Organizado o cortejo, teve lugar, na Misericórdia, uma breve sessão de boas vindas, tendo usado da palavra o digno Provedor, sr. dr. António Quitério, para saudar os visitantes, respondendo-lhe o Director do grupo, sr. José da Silva Ribeiro.
À noite, no majestoso Cine-Teatro, representou-se a consagrada peça “Israel”. Porém, antes de subir o pano veio ao proscénio o sr. Provedor da Misericórdia, para proferir algumas palavras de apresentação e agradecimento por tão honrosa visita.
No final do espectáculo gentis menonas acompanhadas da Mesa da Misericórdia ofereceram uma fita para o estandarte da SIT, lindos ramos de flores à inteligente amadora, srª. D. Violinda Medina e Silva e sr. José Ribeiro, que ouviu da numerosa assistência calorosos e entusiásticos aplausos pelo brilhante improviso que proferiu de agradecimento pelas significativas recordações recebidas e exaltação das nobres virtudes civicas e hospitalidade manifesta do bom Povo da cidade Nabantina.
No esplêndido salão de recepções do belo Teatro foram os nossos representantes obsequiados com um bem servido “copo de água”, que a todos deixou encantados.
No domingo subiu à cena a engraçada comédia do glorioso dramaturgo Marcelino de Mesquita, “Peraltas e Sécias”.
O desempenho das duas representações agradou plenamente, pois que a assistência não se cansou de aplaudir com o maior entusiasmo os amadores, tendo tido chamadas especiais de simpatia, o nosso ilustre conterrâneo e prestigioso Director do grupo cénico da SIT, sr. José da Silva Ribeiro.
Era já madrugada alta quando os nossos conterrâneos regressaram, satisfeitos, a Tavarede, depois de terem efectuado mais uma jornada em benefício dos infelizes que necessitam de recorrer àquela modelar Casa de Caridade.
A distinta Banda Republicana Marcial Nabantina de que a SIT é sócio honorário, aliás, como da Filarmónica Gualdim Pais, teve a gentileza de, também, ir saudar, no sábado, e antes do início do espectáculo, o sr. José da Silva Ribeiro e os seus humildes colaboradores.
Ainda em homenagem ao grupo tavaredense o artístico Castelo dos Templários encontrava-se feericamente iluminado, como nos grandes dias festivos.
Com um sincero bem haja aos bons Amigos Tomarenses, apresentamos aos briosos componentes do grupo cénico as nossas cordeais saudações por mais este seu novo êxito.
No próximo sábado teremos o festejado grupo dramático na Marinha Grande a tomar parte num programa cultural organizado pelo simpático Sport Operário Marinhense e em que será representado “Peraltas e Sécias”.
1956.11.14 - PERALTAS E SÉCIAS, EM COIMBRA (O DESPERTAR)
Mais uma vez o grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense veio ao palco do Avenida dar o seu esforço desinteressado em favor da Obra, que dispensa adjectivos, de Elísio de Moura (assim mesmo, sem Professor nem Doutor a antecederem o nome, pois o Homem, pela sua acção, de qualificativos também não carece) – O Asilo da Infância Desvalida.
Deu-nos, desta vez, o grupo de José Ribeiro (e também agora os adjectivos são inúteis) a comédia “Peraltas e Sécias”, de Marcelino Mesquita, o que deu aso à evocação da obra daquele notável dramaturgo do fim do século XIX, este ano que se comemorou o centenário do seu nascimento, pelo dr. Carlos de Figueiredo Nunes, nas palavras que pronunciou antes de abrir o pano.
E não deixa de ser notável verificar desde já que para Coimbra ter a possibilidade de compartilhar, de algum modo, nas cerimónias evocativas, que algumas terras do país levaram a cabo, do autor de “Leonor Teles”, de “O Regente”, de “Envelhecer”, de “A Pérola”, foi necessária a vinda de um conjunto, embora valiosíssimo (isso é outra questão), de uma localidade suburbana da Figueira da Foz, apresentar uma das peças vulgarmente consideradas como das mais representativas daquele Autor.
Não é, infelizmente, a primeira vez que isto acontece, pois já há dois anos, qundo o País inteiro comemorou o centenário da morte de Almeida Garrett, para que o público de Coimbra pudesse assistir à representação do “Frei Luís de Sousa” foi necessário também que o grupo cénico de Tavarede o trouxesse ao palco do Avenida.
Honra, pois, e em primeiro lugar, à memória desses 2 pedreiros, 1 torneiro, 1 serralheiro, 1 carpinteiro, 3 cavadores, 1 ferreiro, 2 ferroviários, 1 canteiro, 1 tanoeiro e 1 comerciante, que há pouco mais de cinquenta e dois anos fundaram a SIT e tão longe deviam estar de supor que os mantenedores da secção dramática, que logo no artº 3º estatuíram, haviam de vir dar lições à chamada Cidade Doutora.
É tarde para se esboçar uma apreciação de “Peraltas e Sécias” mas não podemos deixar de consagrar meia dúzia de linhas à maneira feliz como Marcelino conseguiu dar a justa nota, em ambiente teatral, da alta sociedade portuguesa dos fins do Século XVIII, dividindo a sua actividade por festividades ou deveres religiosos, touradas, outeiros e reuniões onde se cantava o lundum e diziam adivinhações, enquanto além-Pirinéus se desenvolvia uma das maiores tormentas político-sociais que a História tem registado, qual foi a da conquista violenta do poder pela burguesia ascendente, confiada em que bastaria toda a actividade do senhor Intendente D. Diogo Inácio de Pina Manique e dos seus moscas para isentar o País das consequências da evolução inelutável dos acontecimentos.
Ora neste ambiente, magistralmente dado, há uma personagem que, a nosso ver, falha algum tanto – a de Guilherme de Meneses. Realmente, até ao fim do II acto, o recém-chegado de Paris tem uma actuação, umas opiniões dadas com um tal tom de sinceridade que de forma alguma fazem prever a revelação do III acto e, mais, que o tornam incongruente – se Guilherme era convictamente monárquico, ainda que tolerante e compreensivo, pela ideologia oposta, não se admite a forma como inicialmente agiu; se acreditava, de facto, nas afirmações que inicialmente fazia, é forçada a situação que decorre do relatado ao texto d carta de que é portador.
Pinheiro Chagas, em “As duas flores de sangue”, com todas as limitações que o romance possue, foi mais feliz ao descrever a luta emocional que se trava no espírito do jovem fidalgo português, Jaime de Noronha, intelectualmente preso pelas doutrinas republicanas e que se confrange ao assistir às cenas do terror revolucionário, vermelho, em França, culminando com a morte da princesa de Lamballe, mas, logo a seguir, se horroriza ante as cenas do terror branco, contra-revolucionário, em Nápoles, que culmina com o enforcamento da nossa compatriota Leonor da Fonseca Pimentel.
Evidentemente, que se Marcelino não desse aquela solução ao problema, a peça deixaria de ser uma comédia para passar a ser um drama...
Deixemos, então, a peça em sossego e vamos anotar as ideias que a apresentação do grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense nos proporcionaram.
O desempenho foi correcto e dificilmente se pode destacar o trabalho de qualquer dos amadores. Violinda, alardendo toda a sua capacidade já plenamente demonstrada, fez uma boa Marquesa de Sande; Amélia, Natália e Emília foram três Sécias que pareciam arrancadas de um quadro da época; a Isabel Reis coube o osso dos papéis femininos – o de Carlota de Sande, a jovem que, vivendo no ambiente que atrás mencionámos, consegue não se deixar submergir – e logrou desembraçar-se dele a contento.
Reis fez bem o Guilherme de Meneses, particularmente na primeira fase de pseudo-jacobino; Silva foi o Frei Tomaz que convinha, tal como Conde, no Padre Teodoro; João Medina fez muito bem o Marquês de Sande, mesmo tendo em conta que o seu papel é um dos mais simpáticos e isso predispõe às boas impressões; Oliveira Júnior fez o requerido Miguel de Sande, estouvado de bom coração; Cordeiro usou com desenvoltura a autoridade que lhe dava o seu bastão de Intendente; Nascimento conseguiu ser o árcade consentido na boa roda sem ridicularizar demasiado o personagem; igualmente deram o tom, que nos pareceu justo, de ridículo não exagerado os três Peraltas, Vitor, José e Fernando; compuzeram bem as suas figuras de Pinto, ministro de Estado e o de Desembargador Silvério, respectivamente Carvalho e Lontro; completaram o elenco masculino Oliveira, Vigário e Simões, em três episódicos serviçais da casa dos Marqueses de Sande.
A cena única em que se desenvolvem os três actos da comédia é um belo trabalho de Manuel de Oliveira e de Alberto de Lacerda e conhecendo nós as dificuldades que surgem sempre que se pretende conseguir os móveis a carácter de uma época, só podemos manifestar a nossa pena (certamente não maior que a dos organizadores do espectáculo) por não condizer com o resto do mobiliário o sofá que, não obstante todas as tentativas em contrário, teimava em mostrar a sua presença mesmo por detraz do cravo.
O guarda-roupa de Anahory e as cabeleiras de Vitor Manuel colaboraram eficazmente para o brilhantismo do espectáculo, outro tanto tendo conseguido os caracterizadores, aliás não mencionados no programa. Merecem referência também a contra-regra atenta de Adriano Silva e a tarefa do Ponto Lourenço Domingues. Este começou, talvez, um pouco alto mas quase logo deixou de se dar pela sua presença.
O programa vendido durante o espectáculo informava-nos da constituição das beneméritas Comissão Organizadora e Comissão Auxiliar tão prestimosa; fornecia uma nota biográfica do autor da peça e dizia-nos qual a distribuição dos papéis e alguns colaboradores técnicos e artísticos; recordáva-nos o essencial do que é o Asilo da Infância Desvalida; esclarecia os que ignoravam a acção da SIT no capítulo “Teatro”, mas não mencionava o Director Artístico do grupo, encenador e ensaiador da peça a que o público assistia tão interessado. Desnecessário era fazê-lo, de resto, pois, quem conhece o Grupo de Tavarede, sabe perfeitamente o que para ele representa José Ribeiro.
Todo o público imagina, com maior ou menor aproximação, o que é – ou deve ser – o trabalho de um director artístico que acumula as funções de encenador com a de ensaiador, mas, em boa verdade, só quem conheça o Teatro por dentro e saiba quanto custa pôr de pé a obra teatral mais simples, é que pode valorizar com justeza o esforço enorme que é preciso dispender para se levar um conjunto de pessoas, dos mais diferentes temperamentos e com os mais diversos graus de cultura, a conjugarem os seus esforços para a obtenção do resultado final que é o bom êxito do espectáculo.
José Ribeiro trabalha com amadores que, mercê de circunstâncias económicas e ambientais, não lograram alcançar elevado nível de cultura oficial (aquela alta roda do século XVIII era constituída por costureiras, trabalhadores rurais e operários do século XX), mas isso que poderia parecer uma desvantagem transforma-se numa consoladora e benéfica vantagem pelo grau de interesse de acertar que domina os amadores.
O que acabamos de escrever não é pura divagação teórica, mas factos que pessoalmente pudemos já verificar – e o caso do grupo de Tavarede é mais uma prova insofismável em favor da nossa tese.
José Ribeiro há muito que trabalha em Teatro e isso ressalta, por exemplo, na maneira como movimentou todas aquelas figuras – sem atropelos, com leveza de movimentos, sem prejudicar, minimamente que fôsse, o interesse pelo desenrolar da acção. Se alguma dúvida pudesse haver quanto à sua capacidade de direcção, aquelas cenas de conjunto resolviam-na cerce. E justamente por que temos por José Ribeiro a consideração que lhe é muito justamente devida, permitimo-nos chamar a sua atenção para cinco pormenores mas que, a nosso ver, conviria serem limados: o movimento do vai-vem demasiado repetido da cadeira que está encostada ao cravo; algumas entradas e saídas de cena em fila indiana; a pouco convicente gravação da música do cravo; a falta de segurança de alguns cantores; e as marcações do III acto em que Carlota está junto de Guilherme quando, dada a tensão ambiental e as intimativas maternas, o lógico era que, ao menos em frente da Senhora Marquesa, os dois namorados mantivessem uma prudente distância a separá-los.
Vão longas estas considerações mas não queremos concluir sem mais uma vez agradecer ao Grupo Cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense o espectáculo que nos proporcionaram e a lição que nos deram.
Oxalá que os grupos de amadores de Teatro que existem em Coimbra se compenetrem do que devem à Cultura do Povo e a si próprios – e marquem as posições que devem!
E que mais vezes o Grupo Cénico da SIT venha até nós mostrar-nos bom Teatro e auxiliar as nossas obras de benemerência mas que, entre os grupos de amadores de Teatro, seja mais um grupo e não só o único grupo.
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