Francisco
de Almada e Quadros Sousa de Lencastre
2º. Barão e 2º. Conde de Tavarede
Nasceu
em Trancoso a 6 de Março de 1818, filho de João de Almada Quadros de Sousa
Lencastre de D. Maria Emília da Fonseca Pinto de Albuquerque. Foi nomeado 2º.
Barão de Tavarede por decreto de 23 de Setembro de 1846 e Conde de Tavarede,
por decreto de 23 de Março de 1848.
Foi
conselheiro do Conselho de Sua Majestade Fidelíssima, moço fidalgo da Casa
Real, par do Reino, comendador da Ordem de Cristo, governador civil do distrito
de Lisboa, exercendo, ainda, outros cargos públicos. Casou, a 25 de Maio de
1848, com D. Eugénia de Saldanha de Oliveira e Daun, filha do primeiro Duque de
Saldanha, João Carlos de Saldanha de Oliveira e Daun e de D. Maria Teresa de
Horan Fitzgerald. A futura Baronesa e Condessa de Tavarede era dama de honor da
rainha e pertencia às Ordens de Damas Nobres de Maria Luísa, de Espanha, e de
S. Carlos, do México.
Deste
casamento nasceram dois filhos, um casal, João Carlos Emílio Vicente Francisco
de Almada Quadros Sousa Lencastre de Saldanha e Albuquerque e D. Maria Teresa
Emília de Almada Quadros Sousa Lencastre Fonseca de Saldanha e Albuquerque,
mais tarde Condessa do Prado da Selva.
Francisco
de Almada e Quadros faleceu no dia 25 de Novembro de 1853, apenas com 35 anos
de idade. Sua viúva, cerca de ano e meio após a sua morte, casou em segundas
núpcias com o Conde de Farrobo, Joaquim Pedro Quintela.
Pouco
saudável, passou toda a sua meninice em Trancoso. De carácter romântico dedicou
o seu muito tempo livre a escrever poesia e aprendeu música, tocando rabeca.
Tinha, contudo, posição privilegiada naquela terra, interessando-se, desde
muito novo, pela política. Assumiu-se liberal e cartista. Foi vereador
camarário, sendo escolhido para presidente da Câmara local em Janeiro de 1843.
No ano de 1846 foi eleito procurador à Junta Geral dos Distritos, pelos
concelhos de Trancoso e Aguiar da Beira. Também foi comandante do Batalhão
Nacional de Caçadores da Rainha, na Guarda.
Foi
nomeado, ainda em vida de seu pai, o 2º. Barão de Tavarede, por decreto 1846. A
propósito desta nomeação, o Dr. Pedro de Quadros e Saldanha, em ‘A Casa de
Tavarede’, escreve … a história da concessão deste título é
reveladora da prosápia e vaidade de D. Francisco. Assistindo em Lisboa no
segundo andar do prédio com o número 71 da Rua do Arco da Bandeira, em 4 de
Setembro de 1846, remeteu por carta ao Ministro dos Negócios do Reino, segundo
se julga, um requerimento em que pedia a concessão do título de Visconde de
Condeixa ou de Vale de Mouro. Naquela carta pedia o favor do ministro para que
lhe fosse atendido o requerimento, dizendo porém que se julgava no direito de
pedir o título. Para justificar esta falta de humildade dizia que vinha
servindo a Rainha desde havia uns poucos de anos , ‘e nunca servi n’outro
tempo’, e que lhe pertencia o titulo dos pais e tios, os Viscondes de Condeixa.
Em
Janeiro de 1848 tomou posse do mandato de deputado eleito pela Beira Baixa. No
ano de 1852 tomou assento na Câmara dos Pares, depois de ter exercido o lugar
de Governador Civil do Distrito da Guarda e no dia 1 de Setembro de 1852, foi
empossado no cargo de Governador Civil do Distrito de Lisboa.
Era
reconhecido como sendo um cavalheiro que possuia bons
princípios e dotado de muita tolerância. Como era pouco saudável, foi, em Abril
de 1853 e a conselho dos seus médicos, algum tempo para a ilha da Madeira, na
esperança de obter melhoras. Não o conseguiu, porém, e no dia 25 de Novembro de
1853, faleceu em casa de seu sogro, e foi sepultado no cemitério dos Prazeres
em Lisboa.
Como
faleceu ainda em vida de seu pai, não foi considerado como Senhor de Tavarede.
Não se sabe se chegou a visitar alguma vez a nossa terra. A propósito de sua
mulher, D. Eugénia de Saldanha de Oliveira e Daun, Pinho Leal, no seu
Dicionário de Portugal Antigo e Moderno, dá-lhe o dia 25 como azarento,
escrevendo que nasceu a 25 de Maio, casou a 25, também de Maio, enviuvou a 25
de Novembro e faleceu, tuberculosa, no dia 25 de Março de 1876.
D.
Fernando, marido da rainha D. Maria II, mandou ao Duque de Saldanha a seguinte
carta: Meu Duque: Agora mesmo acabo de saber
da triste morte do Conde de Tavarede. Quando se tem o coração tão aflito e
cheio de saudade como o meu, ainda se torna mais sincera parte na dor dos
outros. Esteja o Duque certo que deveras lamento a morte de seu honrado genro e
que partilho a sua mágoa e aquela da pobre Condessa de Tavarede tão digna de
ser bem feliz…
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