1988.02.05 -
TEATRO (O FIGUEIRENSE)
“Horizonte”, de Manuel Frederico
Pressler, volta de novo ao palco da Sociedade de Instrução Tavaredense no
próximo sábado, dia 6 de Fevereiro, pelas 21,45 horas.
Comédia rústica passada no
Alentejo, foi representada pelos amadores desta colectividade há cerca de 40
anos pelos saudosos Violinda Medina, João Cascão, Fernando Reis, etc., e cujas
personagens são hoje muito bem interpretadas por Ana Maria, João Medina e
outros.
O bom Teatro continua a existir
em Tavarede e só o público o poderá julgar.
1988.03.10 - TEATRO DE PRIMEIRA ÁGUA EM TAVAREDE (O DEVER)
Para mim, ir a Tavarede é recordar idos tempos da
década de 40 em que ali, dentro do perímetro da freguesia rural que já foi sede
de concelho, situada bem nas abas desta buliçosa cidade da Figueira da Foz que,
quatro décadas volvidas, perfurou por tudo quantia é sítio este remansoso
ambiente. Iniciei todo um passado de doze frutuosos anos no ex-Colégio Liceu
Figueirense, mais tarde transformado em Seminário Menor da Diocese de Coimbra...
Para mim, ir a Tavarede é lembrar essa figura ímpar
de José Ribeiro, a quem tive a felicidade de conhecer, e evocar todo o apoio, a
vários níveis, dele recebido quando, já homem feito, na década de 60, eu me
viria a ocupar, também, na encenação de umas “pècitas” de que saliento “Casa de
Pais” e “Luz de Fátima”...
Para mim, ir a Tavarede é encontrar a amizade franca
e permanente de alguns amigos de infância e de outros de mais recente data,
colegas de profissão, alguns deles enfronhados, ao que vejo, de alma e coração,
nas actividades e iniciativas culturais do bom povo da terra que os viu nascer
e a que tanto se orgulham de pertencer...
Para mim, ir a Tavarede é... hoje, também e
sobretudo, admirar o seu Teatro nas peças que com pendular regularidade ali vêm
sendo postas em cena, com o carinho, o bairrismo e a competência em que a gente
de Tavarede é exímia...
De longe vem a tradição de fazer bom teatro em Tavarede e inúmeras foram as representações a que já
assisti. Desta vez, se me descuidava, deixava, mesmo, de admirar todo o garbo e
empenhamento que aquele núcleo de inimitáveis amadores, perdão... de artistas,
colocou, mais uma vez, na encenação da bela peça rústica da autoria de Manuel
Frederico Pressler, HORIZONTE, cuja primeira representação teve lugar no já
recuado ano de 1945 e que, agora, foi a escolhida para as comemorações do 84º
aniversário da Sociedade de Instrução Tavaredense, em Janeiro último.
A acção decorre no Ribatejo e versa um tema do
quotidiano de muitas famílias – o casamento da Rita, que acaba por ir com quem
o seu coração muito bem escolhe e não com aquele que o pai queria que fosse -,
tendo como personagens elementos das mais diversas ocupações. Licenciados e
barbeiros, empregados de escritório, carpinteiros e electricistas, de tudo ali
há sem quaisquer complexos ou discriminações e apenas com uma finalidade:
“darem o melhor de si levando até ao público o BOM TEATRO num convívio de
amizade e simpatia”...
Perdeu, caro leitor. Perdeu, se acaso não viu esta
representação em Tavarede. Acredite que só terá a lucrar se se deslocar ali
sempre que haja TEATRO. Ele é de... primeira água, creia!
... E deixa de passar essas tardes (ou noites) de
insípida rotina em que costuma mergulhar.
É uma boa OPÇÂO! – Alfredo Amado
1989.12.29 -
TAVAREDE SOBE AO PALCO (O
FIGUEIRENSE)
“No
último sábado de Janeiro será a estreia da peça “Os Velhos”, de D. João da
Câmara. Com esta peça, que é uma reposição, conquistou-se já um 2º prémio em
Lisboa, isto há uns bons 30 anos”, disse-nos a D. Ana Maria Caetano, presidente
da Sociedade de Instrução Tavaredense.
“É
uma representação de enredo fácil, graciosa – prossegue Ana Maria Caetano -, no
fundo um conflito de gerações, um caminhar para o futuro”.
Segundo apurámos vão estar em
palco cerca de 10 pessoas, sob a direcção de João de Oliveira. É assim que a
SIT vai assinalar mais um aniversário, reflectindo, com transparência, uma
salutar forma de fazer cultura.
Mas não são só “Os Velhos” que
apagam as velas desta colectividade de Tavarede. Outras realizações vão ter
lugar, nomeadamente uma tarde musical, com a actuação da Sociedade Filarmónica
Gualdim Pais, de Tomar, e representação
da peça “O crime da Aldeia Velha”, de Bernardo Santareno, um espectáculo teatral
proporcionado pelo Teatro Experimental de Mortágua.
Ponto
alto destas comemorações será a sessão solene, na qual homenagear-se-á “Mestre
José Ribeiro. Vamos contar com o precioso apoio e colaboração do Rotary Clube
da Figueira, que fará o lançamento de uma publicação que reflecte vários
aspectos da vida e obra de José Ribeiro”, confidenciou-nos ainda D. Ana Maria
Caetano.
“O
Figueirense” vai ficar à espreita do
desenrolar dos acontecimentos.
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