Ao começar o segundo acto, os trabalhadores acabaram de
jantar e regressam ao trabalho. Trabalham para José Urbano, tio de Maria
Clementina.
Terminada
a refeição
Ergamos
as mãos aos céus:
Graças
a Deus
E
à Virgem Maria,
Santas
graças pelo pão,
“Pão
nosso de cada dia...”
Ora
vamos à labuta,
Vamos,
irmãos, labutar
Sorridentes
e cantando,
Que,
para quem trabalhar
Rindo
e folgando
E
até cantando
De
quando em quando,
Os
trabalhos não são luta,
São
uma benção dos céus.
Graças
à Virgem Maria,
Graças
a Deus
Pelo pão e p’la alegria.
Graças
a Deus!
Graças
a Deus!
Terminada
a refeição, etc.
Roberta havia conseguido os seus intentos e falara com a
senhora que julgava ser a Rainha. Ela escutara-a e prometera-lhe visitá-la na
quinta, para então lhe contar toda a história. Finalmente, iria ser feita
justiça!
Roberta desejava que a Rainha fosse recebida da melhor
maneira. Prepara-lhe uma delicada merenda e manda os criados António e Augusta
apanharem as melhores cerejas para ofertar à Senhora.
António
Por
toda a vida, duvidas?
Durarão
as nossas bodas
E,
se tivesse mais vidas
Para
ti seriam todas.
Augusta
Ai
das cachopas que tomem
A
sério a voz dos rapazes!
Vê
bem o que dizes, homem:
Olha
as promessas que fazes.
António
Prometo,
do coração,
Tão
seguro de cumpri-lo...
Augusta
Vê,
não prometas aquilo
Que
não está na tua mão!
António
Nem
sabes quanto me custa
Que
faças do meu amor
Coisa
tão pouca!
Vê
as cerejas, Augusta,
Tão
lindas, mesmo da cor
Da
tua boca!
Augusta
São
cerejas
Que
desejas?
António
É
trincar essas cerejas
Augsta
Ai
credo! Que sede louca
Que
tu tens!
António
Que
tens?... que temos os dois!...
Augusta
Pois,
sim, pois, sim, e depois?!
Eu
bem sei com que cá vens:
Três
cerejas... coisa pouca...
Mata-se
a sede da boca
Que
era obra do demónio,
Ele
a trouxe, ele a levou!
Depois...
a sede passou
E
era uma vez um António!
António
Não
digas isso, querida,
Bem
sabes que te jurei
Amar-te
por toda a vida.
Augusta
Por
toda a vida... bem sei!...
António
Por
toda a vida, duvidas?
(repetem os primeiros versos)
Conforme prometera, é recebida a visita da Senhora. Depois
de uma longa conversa com Roberta, quer conhecer Maria Clementina. D. Joana,
assim se chamava a mãe do Alferes Rialva, quando soube que o tal oficial que
tão levianamente comprometera a honra de Maria Clementina, pois dela se
tratava, se chamava Filipe, logo adivinhou tratar-se de seu filho.
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