sexta-feira, 11 de julho de 2014

As Operetas em Tavarede - 25


         Ao começar o segundo acto, os trabalhadores acabaram de jantar e regressam ao trabalho. Trabalham para José Urbano, tio de Maria Clementina.

         Terminada a refeição
         Ergamos as mãos aos céus:
         Graças a Deus
         E à Virgem Maria,
         Santas graças pelo pão,
         “Pão nosso de cada dia...”

         Ora vamos à labuta,
         Vamos, irmãos, labutar
         Sorridentes e cantando,
         Que, para quem trabalhar
         Rindo e folgando
         E até cantando
         De quando em quando,
         Os trabalhos não são luta,
         São uma benção dos céus.
         Graças à Virgem Maria,
         Graças a Deus
         Pelo  pão e p’la alegria.
         Graças a Deus!
         Graças a Deus!

         Terminada a refeição, etc.

         Roberta havia conseguido os seus intentos e falara com a senhora que julgava ser a Rainha. Ela escutara-a e prometera-lhe visitá-la na quinta, para então lhe contar toda a história. Finalmente, iria ser feita justiça!

         Roberta desejava que a Rainha fosse recebida da melhor maneira. Prepara-lhe uma delicada merenda e manda os criados António e Augusta apanharem as melhores cerejas para ofertar à Senhora.

            António 
       Por toda a vida, duvidas?
       Durarão as nossas bodas
       E, se tivesse mais vidas
       Para ti seriam todas.

            Augusta 
       Ai das cachopas que tomem
       A sério a voz dos rapazes!
      Vê bem o que dizes, homem:
      Olha as promessas que fazes.

            António 
      Prometo, do coração,
      Tão seguro de cumpri-lo...

            Augusta   
      Vê, não prometas aquilo
      Que não está na tua mão!

            António  
      Nem sabes quanto me custa
      Que faças do meu amor
      Coisa tão pouca!
      Vê as cerejas, Augusta,
      Tão lindas, mesmo da cor
      Da tua boca!

          Augusta    
      São cerejas
      Que desejas?

            António  
       É trincar essas cerejas

            Augsta         
     Ai credo! Que sede louca
     Que tu tens!

            António     
      Que tens?... que temos os dois!...

            Augusta              
      Pois, sim, pois, sim, e depois?!
      Eu bem sei com que cá vens:
      Três cerejas... coisa pouca...
      Mata-se a sede da boca
      Que era obra do demónio,
     Ele a trouxe, ele a levou!
     Depois... a sede passou
     E era uma vez um António!

            António 
     Não digas isso, querida,
     Bem sabes que te jurei
     Amar-te por toda a vida.

            Augusta 
      Por toda a vida... bem sei!...

            António        
     Por toda a vida, duvidas?
     (repetem os primeiros versos)


         Conforme prometera, é recebida a visita da Senhora. Depois de uma longa conversa com Roberta, quer conhecer Maria Clementina. D. Joana, assim se chamava a mãe do Alferes Rialva, quando soube que o tal oficial que tão levianamente comprometera a honra de Maria Clementina, pois dela se tratava, se chamava Filipe, logo adivinhou tratar-se de seu filho.

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