sábado, 8 de setembro de 2012

Quadros - Os Senhores de Tavarede - 20


António Leite de Quadros e Sousa

9º. Senhor de Tavarede – Morgado
  
            D. Brites Josefa da Silva e Castro faleceu em Tavarede a 16 de Janeiro de 1781, sendo sepultada no convento de Santo António, da Figueira da Foz. Foi então que seu segundo filho, António Leite de Quadros e Sousa herdou o senhorio de Tavarede e o morgado.

            Em 13 de Janeiro de 1753, por mercê régia, foi moço fidalgo da Casa Real, sendo dotado com 1 000 reis de moradia por mês e um alqueire de cevada por dia. Seguiu a carreira militar, assentando praça, voluntariamente, como cadete no regimento de Cavalaria de Dragões. Foi promovido a tenente em Junho de 1759. Serviu no regimento da guarnição da Corte, com cuja companhia marchou para o acantonamento do Ribatejo e esteve na campanha da guerra.

            Regressando à Corte, foi promovido a capitão, por patente de 1 de Junho de 1769. Esteve colocado em Lisboa até Janeiro de 1770, data em que passou a Capitão do Regimento de Cavalaria de Elvas.

            Em Elvas estava ainda colocado em 1779, mostrando porém as várias licenças que o puzeram inactivo durante quase todo esse ano, que as aproveitava para se deslocar a Tavarede. A expectativa de suceder na Casa de Tavarede, agora aumentada pela prisão do irmão, são sem dúvida a causa de ter requerido em Outubro de 1779, que os seus 21 anos de serviço sem remuneração fossem compensados pela mercê de um hábito da Ordem de Cristo, com a tença efectiva que lhe competia e a faculdade para renunciar. Não pretendia certamente abandonar o serviço militar, onde militara ‘sempre com distinta honra e louváveis procedimentos, sem nota ou baixa em seus assentos’, sem receber qualquer compensação, escreve-se em ‘A Casa de Tavarede’.

            No ano seguinte, 1780, esteve colocado em Lisboa como capitão de cavalos das tropas da Rainha, tendo regressado a Tavarede nos princípios de 1781.

            Havia constituído seu procurador o seu capelão, o reverendo José Vieira Pinto, residente em Tavarede, habilitando-o a celebrar escrituras de aforamento e para efectuar reconhecimentos e pedir a renovação dos prazos da Morraceira e de Lares, caso as vidas estivessem extintas.

            Durante os anos de 1780 a 1785 novos aforamentos foram feitos no Figueira. As escrituras relativas a estes aforamentos revelam que no tempo de António Leite de Quadros e Sousa se concediam para construção de casas terrenos de 40 palmos de frente para as ruas que iam sendo abertas

            Também continuou com a administração dos fornos de poia, mediante arrendamentos ou aforamentos. Em 1785 requereu à Câmara da Figueira licença para mudar o seu forno sito na Rua Bela para a Ladeira da Lomba, tendo o pedido sido deferido com a condição de reparar o caminho para o local da nova construção.

            Faleceu em Tavarede no dia 10 de Outubro de 1785, solteiro e sem deixar descendência. Parece que estava para casar. Foi o último da família a ser sepultado na capela mor do convento de Santo António, da Figueira.

            Antes de falecer fez testamento deixando como sua sucessora e herdeira a sua sobrinha D. Antónia Madalena de Quadros e Sousa.

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