1979.05.11 - O PROCESSO DE JESUS (BARCA NOVA)
“... se existe perfeição e harmonia, tanto na peça
como na sua interpretação dependem um do outro e têm valor por si próprios. Não
pode assim existir uma reprodução fiel, objectiva, duma obra teatral: não teria
interesse, nem sequer como ideal”. Assim, assistimos a um espectáculo bem
elaborado nos seus múltiplos aspectos, ainda que se possa afirmar que a nível
do texto dramático a argumentação feita pelo Intelectual não seja profunda, do
que resulta a defesa aberta da religião.
Como resultado do perfeito conhecimento da função de
um encenador e de acordo com a opção estética feita, este espectáculo tem uma
encenação correcta e equilibrada, o que não surpreende ninguem, pois o seu
responsável é um profundo conhecedor da técnica teatral.
Quanto ao trabalho dos actores é homogéneo, havendo
uma boa construção de todas as personagens. Porém, as falas de João são
excessivamente gritadas, o que denota mau controlo da voz e (ou) nervosismo do
intérprete. O trabalho dos actores é homogéneo, mas não podemos deixar de
salientar a interpretação de João de Oliveira Júnior e dessa grande senhora de
teatro que é Violinda Medina e Silva, de quem nunca esqueceremos a sua
interpretação do “Pranto de Maria Parda”, de Gil Vicente.
1980.02.22 - SHAKESPEARE EM TAVAREDE (O FIGUEIRENSE)
Prossegue amanhã, dia 23, a
carreira da nova peça da Sociedade de Instrução Tavaredense, “Rosalinda”,
encantadora comédia romântica do genial Shakespeare, adaptação em 5 actos e 12
cenas da célebre peça “As You Like It”.
Um grande e belo espectáculo
o que está em cena no Teatro de Tavarede. E o brilhante êxito alcançado – com
lotações esgotadas – plenamente se justifica pela beleza, ternura e graça da
peça, construída no riquíssimo e vigoroso estilo do imortal dramaturgo,
recheada de situações de grande efeito teatral.
A montagem da peça honra a
tradição tavaredense: interpretação excelente de um conjunto de 30 figuras,
primorosamente vestidas com rico e belo guarda-roupa histórico do grande
artista Anahory, e cenários de grande beleza nas 12 cenas em que se desenvolve
a acção – fins do século 16.
1980.05.08 -
JORNADAS DE TEATRO AMADOR (A VOZ
DA FIGUEIRA)
Distribuição:
Camila de Almeida, viúva inconsolável de Plácido de Almeida, Maria da Conceição
Mota; Maria Joana, amiga íntima de Camila, Maria de Lurdes Lontro; Becas (Maria
José de Meneses) filha de Camila e de Vasco Meneses, Ana Paula Fadigas; Ângela,
afilhada de Plácido de Almeida, Ana Maria Bernardes; Madalena, Condessa de Laranjeiro,
Maria Adelaide Carvalheiro; uma criada, Helena Carvalho; Cândido Ventura, João
Medina; Vasco Meneses, 1º. marido de Camila, João de Oliveira; Conde de
Laranjeiro, Fernando Reis; Luisinho, filho de Camila e Vasco, Francisco
Carvalho; Pitó, noivo da Becas, João José Silva; Negrão, proprietário da
agência funerária, José Luís Nascimento; e Valadas, repórter, Antonino Santos.
Foi
o ponto final que se esperava, a preencher a 10ª. e derradeira sessão das
jornadas teatrais deste ano, que as colectividades do concelho levaram, cada
uma com os cabedais de que dispunha, ao palco do Casino Peninsular, por
iniciativa, nunca assás louvada, do Lions Clube da Figueira da Foz, iniciativa
que é de prosseguir para estímulo das actividades culturais, tão carecidas de
positivo apoio.
O
grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense, a que José Ribeiro imprime
a sua dedada de mestre inconfundível e incontestado, era aguardado com singular
expectativa. A representação da “Comédia da Morte e da Vida” constituiu vigorosa
sessão de teatro, levada a um nível e homogeneidade difíceis de atingir.
Novos
e velhos brilharam a grande altura.
Entre
os novos, justo se torna enaltecer o excelente trabalho de Ana Paula Fadigas,
Ana Maria Bernardes, Maria da Conceição Mota e Francisco Carvalho. Este último
parece ter sido talhado para o papel.
Dos antigos assinalem-se
presenças inesquecíveis, tantas vezes reveladas no palco de Tavarede, escola de
autênticos artistas que não destoariam nos palcos de teatro profissional.
Citemos os seus nomes com a merecida admiração: Maria de Lurdes Lontro, Helena
Carvalho, João Medina, João de Oliveira, Fernando Reis, José Luís do
Nascimento.
O
público aplaudiu e, no fim, não se dispensou de fazer uma chamada a José
Ribeiro, cuja cadeira na plateia não ocupou desta vez como espectador fiel,
para dentro do proscénio estar atento ao desenrolar da representação – mais uma
que o seu talento e inexcedível devoção ao teatro proporcionaram aos seus
admiradores.
Da
peça nos apraz notar que é bem construída, com excelentes diálogos e vincada
intenção crítica.
Henrique
Galvão – o antigo director da Emissora Nacional, mais tarde tresloucado chefe
do assalto ao paquete “Santa Maria” – era um escritor bem dotado e em “Comédia
da Morte e da Vida” mostrou que possuia garra de dramaturgo. Podia ter deixado
obra mais extensa, se não fosse a vida aventurosa em que nos últimos anos se
lançou.
1980.05.09 - COMÉDIA DA MORTE E DA VIDA (BARCA NOVA)
... A encenação de Mestre José Ribeiro está dentro da
linha e do nível a que nos habituou, apresentando uma leitura correcta e um bom
equilíbrio entre todos os seus elementos: o estilo, o ritmo e o tempo, a
distribuição, a implantação da cena e a marcação. A representação é homogénea, havendo uma boa construção de todas as
personagens, apesar de algumas falhas nas personagens do Cone do Laranjeiro, do
Pitó e de Valadas. Pensamos que actores como João Medina e João de Oliveira
além dessa grande senhora que se chama Violinda Medina e Silva, têm garantida a
sua sucessão com Ana Paula Fadigas e Ana Maria Bernardes. Fazemos votos para
que o mesmo possa suceder com Mestre José Ribeiro para glória da Sociedade de
Instrução Tavaredense e do teatro de amadores da região.
1980.05.14 -
COMÉDIA DA MORTE E DA VIDA (MAR ALTO)
Verdadeiramente excepcional o
êxito alcançado pelo grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense com a
representação da notável peça de Henrique Galvão – Comédia da Morte e da Vida.
Trata-se,
na verdade, de uma autêntica obra-prima de teatro, forte, vigorosa, de
primoroso diálogo e acção empolgante – uma peça actual, de ontem e de hoje. O
grupo de Tavarede apresenta-a num conjunto de tal modo equilibrado que a
representação constituiu um verdadeiro triunfo dos amadores tavaredenses.
Comédia
da Morte e da Vida pode ainda ser vista uma vez, no próximo sábado, dia 17, às
21,45 horas.
1980.05.16 -
TEATRO (O FIGUEIRENSE)
Verdadeiramente excepcional o
êxito alcançado pelo grupo da Sociedade de Instrução Tavaredense com a
representação da notável peça de Henrique Galvão, “Comédia da Morte e da Vida”.
Trata-se,
na verdade, de uma autêntica obra-prima de teatro, forte, vigorosa, de
primoroso diálogo e acção empolgante – uma peça actual, de ontem e de hoje. O
grupo de Tavarede apresenta- num conjunto de tal modo equilibrado que a
representação constituiu um verdadeiro triunfo dos amdores tavaredense
1980.06.25 -
GRUPO DE TAVAREDE EM TOMAR (MAR
ALTO)
No
passado dia 5 de Junho, deslocou-se a Tomar a grupo cénico da Sociedade de
Instrução Tavaredense, representando na cidade do Nabão a bela obra de Henrique
Galvão Comédia da Morte e da Vida, em benefício da Filarmónica Gualdim Pais.
Tomar
foi uma cidade onde os amadores de Tavarede sempre se deslocaram com certa
frequência, já que foram imensas as representações ali efectuadas. Muitas das
vezes, com a chegada da embaixada de Tavarede, o comércio fechava, a cidade
parava, as Filarmónicas e os carros dos Bombeiros vinham para a rua, e os
humildes amadores da SIT eram disputados, pois todos os pretendiam fazer
deslocar para os seus carros.
Houve
um grande interregno, e há já muitos anos que a SIT se não deslocava a Tonar.
No passado dia 5 os jovens amadores – jovens de todas as idades, onde permanece
firme mestre José Ribeiro – foram recebidos com as manifestações de carinho de
sempre.
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