sábado, 16 de janeiro de 2010

Cultura - Arte Menor

Do Exmo. Sr. Vereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal da Figueira da Foz, dr. António Tavares, recebi, há já alguns dias, um mail onde se refere a um comentário que inseri neste blogue, no dia 21 de Novembro do ano passado, acerca de uma entrevista concedida e publicada num jornal figueirense.
Na verdade, reconheço-o, uma notícia com afirmações descontextualizadas, conduz, na maior parte das vezes, a interpretações que, por vezes, são menos verdadeiras. Foi o que aconteceu neste caso. No entanto, e certamente que o senhor Vereador concordará comigo, a notícia, tal como foi publicada, não poderia deixar de causar alguma tristeza àqueles que, como eu, desde sempre procuraram dar o seu melhor em prol das associações de cultura popular e recreio. Tenho acompanhado as pequenas notícias publicadas na imprensa local sobre as 'sessões solenes' comemorativas dos aniversários das colectividades e, efectivamente, do que tenho lido, depreendo que as intervenções do senhor Vereador da Cultura, têm sido no sentido precisamente contrário ao depreendido daquela entrevista.
Aceito que tenha sido injusto no meu comentário. Ainda bem. E, já agora, aproveito para solicitar ao senhor Vereador dr. António Tavares, a possível colaboração com estas associações populares. Cada vez mais me parecem indispensáveis e úteis. Mas, se não tiverem apoios e incitamentos oficiais, com muita dificuldade poderão prosseguir nas suas múltiplas actividades. E noto, igualmente, que, como V.Exa. disse, não há falta de mocidade interessada mas, sim, falta de dirigentes, dispostos a sacrificar um pouco da sua vida particular. Talvez a iniciativa anunciada pelo senhor Vereador numa das últimas sessões solenes, quanto ao dirigismo associativo, seja uma medida bem recebida e frutificante. Por mim, confesso, tenho imensa mágoa de não ter saúde que me permita continuar a dedicar-me ao Associativismo, como o fiz durante tantos anos, com imenso prazer e proveito próprio, pois muito do que sou e do que sei, o devo às Colectividades da minha terra.
Permito-me transcrever o mail recebido e, espero ter esclarecido uma situação devida, precisamente, à minha dedicação ao Associativismo.
Exmº Senhor
Um amigo avisado fez-me chegar o texto que V. Exª inseriu no seu blog a propósito de intervenções por mim feitas num debate organizado pelo Casino da FIgueira da Foz sobre as dificuldades de levar por diante projectos culturais pelas autarquias. Antes de mais, devo dizer-lhe que as minhas afirmações estão desenquadradas do contexto em que as proferi. Nada pior do que comentar afirmações descontextualizadas. Na verdade, limitei-me a constatar e a lamentar o facto de uma boa parte do meu tempo estar coartado por outras funções. Muito gostaria, e disse-o, de apenas ter como pelouro a cultura para poder ter uma entrega total a esta função. Lamentavelmente isto não é possível, mas eu sou o primeiro a lamentá-lo. Em relação às minhas declarações sobre o teatro na Figueira lamento ter de dizer o que disse mas é o que penso. V. Exª pensará o contrário mas cada um pensa como quiser. Devo, no entanto, dizer-lhe que mais uma vez interpretou mal o que eu disse. Obviamente que a minha abordagem se referia à actividade teatral no concelho em geral. Sei que existem excepções e a SIT é uma delas, mas reputo a declaração como válida numa análise geral. Desde o início do anos 80 que acompanho o teatro amador na Figueira, fui animador de teatro escolar durante mais de uma década, e participei em muitas edições das jornadas. Sei do que falo. Ao nível dos reportórios e dos géneros, da estética ligada à encenação e do trabalho de actor, o nosso teatro está, na generalidade e na esmagadora maioria dos casos, ultrapassado. Este afecto é indesmentível. Já agora devo dizer-lhe que o Lions Clube pensa exactamente o mesmo que eu. Enfim, resta-me esperar que estes esclarecimentos reponham a injustiça que me faz no seu texto. Com os mais respeitosos cumprimentos. António Tavares

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