Nasceu em Tavarede, no dia 31 de Maio de 1905. Era filho de César da Silva Cascão, um dos fundadores da Sociedade de Instrução Tavaredense, e de Maria Ascensão Marques.
Foi industrial de serralharia, estabelecendo oficina na Rua do Paço, na Figueira. “… como serralheiro era um hábil artista, a que muitos recorriam confiados”. Casou com Angelina Gaspar de Freitas, tendo dois filhos: Fernando José e João Gaspar da Silva Cascão.
“Era um dos mais antigos e distintos componentes do grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense, participando no desempenho de imensas peças representadas nos teatros do nosso concelho e de outras localidades do país, muitas vezes em espectáculos de beneficência. Da forma talentosa como interpretou alguns “papéis” que lhe foram confiados, não desdenhariam os melhores artistas”.
Aluno da escola primária de Tavarede, pisou o palco, pela primeira vez, numa das habituais festas da “Árvore”, em Março de 1914, recitando a poesia Esmola de pobre. Dois anos depois, em 1916, participou numa outra daquelas festas, com desempenho numa pequena comédia-drama As Árvores, contracenando com sua irmã Aurélia.
Começou a representar muito cedo. “Era a única maneira de meu pai me deixar sair à noite”, dizia ele. O seu primeiro papel foi na opereta Em busca da Lúcia-Lima, como Tomás Castanho, em Abril de 1925.
Outras personagens se seguiram e, em 1928, teve o seu primeiro grande triunfo, na fantasia O Sonho do Cavador, com o papel de Manuel da Fonte.
Os Fidalgos da Casa Mourisca, A Morgadinha dos Canaviais, A Morgadinha de Valflor, O Grande Industrial, Entre Giestas, Génio Alegre, Envelhecer, A Nossa Casa, Horizonte, Injustiça da Lei, Auto da Barca do Inferno, Raça, Pé de Vento, Chá de Limonete, Frei Luís de Sousa, Serão Homens Amanhã, Israel, A Conspiradora, Os Velhos, Romeu e Julieta, Omara, O Processo de Jesus e muitas outras, foram peças que tiveram a sua participação e em cujo desempenho interpretou cerca de oitenta personagens.
“… desempenhou o principal personagem por forma a merecer os aplausos que a plateia lhe tributou, a ponto de o interromperem em duas cenas, o que só se faz a quem sabe dizer por forma a transmitir o seu sentimento às pessoas que o ouvem. Este é o maior elogio que pode fazer-se ao seu trabalho e Cascão bem mereceu os aplausos vibrantes, calorosos dos espectadores”.
“… cujo belíssimo trabalho foi subindo de acto para acto. … mas foi um prazer vê-lo no terceiro, pitoresco, naturalíssimo, vivo e humano. Aquela pequena figura do Manuel Firmino, encheu toda a “cena do jantar…”.
Muitas outras notas se podiam transcrever. Em 1959, no concurso do Teatro das Colectividades Amadoras, organizado pelo Secretariado Nacional da Informação, foi-lhe atribuída uma menção honrosa pelo seu desempenho do personagem Manuel Patacas, na peça Os Velhos.
Em Agosto de 1970, dizia João Cascão que “ o teatro é a minha segunda casa. E não o é mais porque a saúde e a idade já não me permitem muitas brincadeiras. Agora, aos 65 anos, só pode ser uma rábula pequena. Já tenho muitas dificuldades em decorar e ouvir o ponto”. O seu último personagem foi Frei Bartolomeu Ferreira, em Camões e os Lusíadas, em Outubro de 1972. A Sociedade de Instrução Tavaredense prestou-lhe homenagem nomeando-o seu Sócio Honorário e colocando o seu retrato no salão nobre.
Também foi um dos mais entusiastas elementos do grupo “Os Inseparáveis”, que se reunia, todos os anos, para confraternizar, no dia primeiro de Maio.
Tendo herdado a fazenda que fica no caminho da Chã, defronte da escola primária (A Primorosa, como lhe chamava), tratava cuidadosamente dos corrimões que lhe davam uvas para o fabrico de um vinho que, dizia ele, “nem de pé se aguentava, de tão fraquinho que era”. Mas era uma satisfação e um prazer para ele, chamar lá os amigos, ao domingo à tarde, para beber um ou dois copitos, acompanhados das tradicionais freiras.
Foi industrial de serralharia, estabelecendo oficina na Rua do Paço, na Figueira. “… como serralheiro era um hábil artista, a que muitos recorriam confiados”. Casou com Angelina Gaspar de Freitas, tendo dois filhos: Fernando José e João Gaspar da Silva Cascão.
“Era um dos mais antigos e distintos componentes do grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense, participando no desempenho de imensas peças representadas nos teatros do nosso concelho e de outras localidades do país, muitas vezes em espectáculos de beneficência. Da forma talentosa como interpretou alguns “papéis” que lhe foram confiados, não desdenhariam os melhores artistas”.
Aluno da escola primária de Tavarede, pisou o palco, pela primeira vez, numa das habituais festas da “Árvore”, em Março de 1914, recitando a poesia Esmola de pobre. Dois anos depois, em 1916, participou numa outra daquelas festas, com desempenho numa pequena comédia-drama As Árvores, contracenando com sua irmã Aurélia.
Começou a representar muito cedo. “Era a única maneira de meu pai me deixar sair à noite”, dizia ele. O seu primeiro papel foi na opereta Em busca da Lúcia-Lima, como Tomás Castanho, em Abril de 1925.
Outras personagens se seguiram e, em 1928, teve o seu primeiro grande triunfo, na fantasia O Sonho do Cavador, com o papel de Manuel da Fonte.
Os Fidalgos da Casa Mourisca, A Morgadinha dos Canaviais, A Morgadinha de Valflor, O Grande Industrial, Entre Giestas, Génio Alegre, Envelhecer, A Nossa Casa, Horizonte, Injustiça da Lei, Auto da Barca do Inferno, Raça, Pé de Vento, Chá de Limonete, Frei Luís de Sousa, Serão Homens Amanhã, Israel, A Conspiradora, Os Velhos, Romeu e Julieta, Omara, O Processo de Jesus e muitas outras, foram peças que tiveram a sua participação e em cujo desempenho interpretou cerca de oitenta personagens.
“… desempenhou o principal personagem por forma a merecer os aplausos que a plateia lhe tributou, a ponto de o interromperem em duas cenas, o que só se faz a quem sabe dizer por forma a transmitir o seu sentimento às pessoas que o ouvem. Este é o maior elogio que pode fazer-se ao seu trabalho e Cascão bem mereceu os aplausos vibrantes, calorosos dos espectadores”.
“… cujo belíssimo trabalho foi subindo de acto para acto. … mas foi um prazer vê-lo no terceiro, pitoresco, naturalíssimo, vivo e humano. Aquela pequena figura do Manuel Firmino, encheu toda a “cena do jantar…”.
Muitas outras notas se podiam transcrever. Em 1959, no concurso do Teatro das Colectividades Amadoras, organizado pelo Secretariado Nacional da Informação, foi-lhe atribuída uma menção honrosa pelo seu desempenho do personagem Manuel Patacas, na peça Os Velhos.
Em Agosto de 1970, dizia João Cascão que “ o teatro é a minha segunda casa. E não o é mais porque a saúde e a idade já não me permitem muitas brincadeiras. Agora, aos 65 anos, só pode ser uma rábula pequena. Já tenho muitas dificuldades em decorar e ouvir o ponto”. O seu último personagem foi Frei Bartolomeu Ferreira, em Camões e os Lusíadas, em Outubro de 1972. A Sociedade de Instrução Tavaredense prestou-lhe homenagem nomeando-o seu Sócio Honorário e colocando o seu retrato no salão nobre.
Também foi um dos mais entusiastas elementos do grupo “Os Inseparáveis”, que se reunia, todos os anos, para confraternizar, no dia primeiro de Maio.
Tendo herdado a fazenda que fica no caminho da Chã, defronte da escola primária (A Primorosa, como lhe chamava), tratava cuidadosamente dos corrimões que lhe davam uvas para o fabrico de um vinho que, dizia ele, “nem de pé se aguentava, de tão fraquinho que era”. Mas era uma satisfação e um prazer para ele, chamar lá os amigos, ao domingo à tarde, para beber um ou dois copitos, acompanhados das tradicionais freiras.