Tal como o Teatro, a Música, em Tavarede, também alcançou grande fama. Mas hoje não vou escrever sobre esta Arte tão bonita, pois também não escrevi nada sobre o Teatro, excepção feita a uma breve referência às primeiras deslocações, fora de portas, dos dois grupos cénicos tavaredenses. Quero dizer que, quando escrevo Tavarede, por enquanto estou só a referir-me a "Tavarede-burgo", isto sem qualquer desprimor para as restantes colectividades da freguesia.
Os bailes em Tavarede sempre foram muito apreciados. E, como hoje escolhi o Grupo, recuo ao século passado, aos anos 20 (foram os anos dourados desta colectividade), pois encontrei a nota de que, em Novembro de 1925, era a orquestra de bailes desta colectividade, composta por: António de Oliveira Cordeiro, 1º. violino; António Medina Júnior, 2º. violino; João Dias, violoncelo; António Ferreira Jerónimo, flauta; e José Francisco da Silva, rabecão.
Quero crer que esta orquestra não tinha nada a ver com os actuais conjuntos musicais. Mas isto pode ser assunto para o João Cascão, não para mim.
Não sei quantos anos durou a orquestra, pois só encontramos novamente notícias sobre conjuntos para bailes, em Fevereiro de 1939, numa acta da direcção, que refere "foi pedido ao sr. Carlos Santos para tentar organizar uma orquestra privativa do Grupo, tendo sido convidados para a integrar os músicos: Manuel Loureiro, António Marques Lontro, Amâncio Pinto de Sousa, Joaquim de Oliveira, Manuel Lindote, Pedro Medina, João Medina e José Gonçalves". Não terá surtido efeito positivo, pois, em Janeiro de 1940, a direcção informa que "aceitou a colaboração do sr. António Martins de Sousa Gomes para organizar uma orquestra-jazz, sob a sua direcção". Também não terá resultado. Mas no dia 13 de Abril de 1940, fez a sua estreia a orquestra privativa do Grupo, à qual foi dado o nome de "Lúcia-Lima-Jazz". Foi seu organizador e director José Nunes Medina.
Um día procurarei contar aqui a história desta orquestra-jazz que alcançou grande fama e que existiu algumas décadas, com renovação dos seus componentes, como é natural.
A partir desta época, o Grupo Musical passou a ter mais inclinação para as "matinées" aos domingos, que atraiam muitos figueirenses, e não só, especialmente depois de acabarem os desafios de futebol, pois muitos espectadores e jogadores, deslocavam-se a Tavarede para dançar um bocado. Normalmente o salão estava sempre cheio.
Eram reuniões agradabilíssimas, onde a mocidade reinava. Muitas vezes eram organizadas festas dançantes a que davam nomes sugestivos. Nessas ocasiões, era costume convidar uma orquestra de fora, que chamavam sempre mais gente.
Quando se fazia intervalo, havia sempre o anúncio: "no final deste número os cavalheiros levam as damas ao bufete". É verdade que muitos "cavalheiros" procuravam adivinhar e não dançavam esse número, pois as algibeiras muitas vezes estavam vazias!
ola boa tarde sr. Vítor
ResponderEliminarPesquisando eu na Internet foi com enorme satisfação que descobri este seu blogue, que alegria imensa e belas recordações me vieram á memoria,pois também eu faço parte dos Tavaredenses
Que belas recordações dos caminhos que eu fazia para casa dos meus avós que viveram no Saltadouro (António Rocha e Carmina Rocha), as azenhas de que o Sr. Fala , a capela do Vale de Sampaio, o Prazo etc., as enguias que o meu falecido Pai apanhava por todo aquele rio para ir depois confeccionalas para o " Lmeira " , Zé Augusto" e outros. Ai que saudades imensas desses tempos e que agora recordo.
Bem Haja e desde já lhe prometo que vou seguir este seu blogue com muita atenção.
Um forte abraço de amizade
José Vitorino
Meu caro José Vitorino
ResponderEliminarNão me leve a mal não lhe ter respondido em data oportuna, mas acredite que não for falta de consideração.
Eram, na verdade, bons tempos aqueles em que se podia andar e apreciar as belezas que então existiam na nossa terra. Agora está tudo muito mudado. É o progresso, dizem.
Mas o que é certo é que todos os belos arrabaldes de Tavarede, alguns eram autênticos jardins, foram substituidos por árvores de cimento e ferro. E não são tão bonitos, pelo contrário, alguns são de muito mau gosto.
Gostei de saber que ainda há muitos Tavaredenses que não esquecem a sua Terra.
Um grande abraço e felicidades.
Vitor Medina