domingo, 14 de junho de 2009

Manuel Lindote


Um semanário local, desta semana, publicou uma notícia informando que, numa reunião dos antigos remadores da Naval, a filha mais velha de Manuel Fernandes Pinto, popularmente conhecido por Manuel Lindote, fez a entrega de uma fotografia de seu Pai, equipado com a camisola da Associação Naval, ladeada pelas medalhas conquistadas por este saudoso atleta tavaredense. Bonito gesto, que merece saudar e uma recordação valiosa para a Naval.

Homem simples, de condição humilde, Manuel Lindote era ferreiro nas oficinas do Caminho de Ferro e, para aumentar os parcos rendimentos, trabalhava aos serões na sua forja sita junto à sua residência, no Largo do Terreiro.

Faleceu no dia 5 de Setembro de 1959, com 52 anos de idade, vitimado por doença que, naquela época, ainda não perdoava ninguém.

Recorto este pequeno apontamento, que retirei de um jornal daquele tempo: "Mais um amigo que desaparece. Era um bondoso chefe de família e deixa bastantes saudades pelo excelente carácter de que era dotado. Nos últimos momentos de sua vida, teve ainda estas palavras: 'quero que a camisola da minha associação Naval me acompanhe'". Cumpriram o seu desejo.

Além da sua profissão também era músico, tendo feito parte da Tuna do Grupo Musical Instrução Tavaredense e do célebre conjunto Lúcia-Lima-Jazz. Tocava pífaro e viola. Fazia parelha com Alexandre Simões, do Casal da Robala, chegando a acompanhar, no Casino Peninsular, alguns artistas amadores e profissionais.

Era uma excelente pessoa, como o esforço físico na sua profissão e no remo era enorme, tinha sempre um excelente apetite, sendo considerado um excelente garfo. A este propósito, e porque era grande amigo de meu Pai, sei algumas histórias suas, que qualquer dia contarei. Por hoje, limito-me a salientar o facto acima citado.

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