sábado, 6 de março de 2010

D. Francisco de Mendanha

Nasceu em Tavarede e morreu em 17 de Novembro de 1561, no Convento de Santa Cruz.
Filho de João de Mendanha e de Isabel de Azambuja, “ambos da mais qualificada nobreza de Coimbra”. Estudou na Universidade de Paris, “onde saiu eminente em Filosofia, Teologia e Direito Pontifício, em cuja Faculdade se graduou.
Regressado a Portugal, recebeu, parece que por sugestão de seu avô, Francisco Mendanha, varão ilustrado, o canónico hábito de S. Agostinho, no convento de Santa Cruz, a 18 de Janeiro de 1528. “Tanto se distinguiu na exacta observância do seu instituto, que o achou digno Frei Tomás de Barros, reformador da Congregação dos Cónegos Regulares, para que fosse introduzir a reforma em o Convento Real de S. Vicente de Fora de Lisboa, no ano de 1537, onde foi eleito Prior trienal desta magnífica Casa, com beneplácito do Prior-mor D. Fernando de Vasconcelos e Meneses, Bispo de Lamego, que nele largou o governo.
Na Capítulo Geral, celebrado em o ano de 1551, saiu eleito Prior Geral, e neste ano assistiu como Cancelário da Universidade de Coimbra ao plausível acto de Mestre em Artes, que recebeu o Senhor D. António, filho do Sereníssimo Infante D. Luís.
Segunda vez subiu ao lugar de Prior Geral, sendo eleito a 7 de Novembro de 1555, em cujo governo alcançou insignes privilégios da Sé Apostólica para a sua Congregação.
Querendo satisfazer aos desejos do Sumo Pontífice Paulo III, compôs na língua italiana – “Descrição do Convento de Santa Cruz”. Esta obra foi traduzida, por ordem de El-Rei D. João o III, na língua portuguesa, e a mandou imprimir o mesmo Príncipe.
Saiu a tradução, que parece ter sido feita do latim e não do italiano, dos prelos do Convento de Santa Cruz, em 1541. Este trabalho de D. Francisco de Mendanha “um dos opúsculos históricos mais raros da nossa literatura, pode competir, em estilo e linguagem, com alguns dos melhores escritos do século XVI. A reprodução integral deste opúsculo é portanto um serviço eminente prestado à literatura e igualmente à arqueologia”.
Tavarede perpetuou o seu nome atribuindo-o a uma das suas ruas.
Aquando da estreia da peça Chá de Limonete, de José Ribeiro, um crítico lamentou a omissão de uma cena recordando D. Francisco de Mendanha, sugerindo, como de excepcional efeito, um final de acto com o acto de Mestre em Artes recebido por D. António, o Prior do Crato, na presença do nosso conterrâneo “Cancelário da Universidade de Coimbra”.


Caderno: Tavaredenses com História

Sem comentários:

Enviar um comentário