sábado, 13 de agosto de 2011

De Casa de Cultura a... Taberna! (15)

(conclusão)

“ O Figueirense”, em 14 de Dezembro, tencionava encerrar o debate:

“ Acudindo mais uma vez à chamada honrosa do nosso presado colega “O Dever” que, no seu último número voltou, desta vez em estilo nervoso, a ocupar-se da debatida e nada edificante questão travada em volta da creação da Casa do Povo de Tavarede, declaramos mais uma vez que vimos constrangidos e únicamente por amor à verdade e à justiça pelos quais pautamos todos os nossos actos.


É este o terceiro e último artigo em que “O Figueirense” é chamado a reconstituir a verdade dos factos, apoiado em documentos sérios, por causa das dúvidas... Temos horror especial às afirmações gratuitas. No primeiro artigo confessámos expressamente que não desejávamos fazer polémica e por isso não sentiriamos prazer em voltar ao assunto.


O nosso colega, que não nos supunha talvez tão bem municiados, entendeu que acima de tudo estava a defeza da sua verdade e das suas conveniências e não desistiu nem quiz dar o braço a torcer. Com a astúcia duma vulpe muniu-se do fino florete da sua sofística e esgrimiu de tal maneira e com tal entusiasmo que quási amarrotava os punhos de renda... Meteu os pés pelas mãos muito honradamente, truncou as nossas afirmações ao sabôr das suas necessidades e não de harmonia com os compêndios de lógica, como pretende, para vir afirmar no último número que a Comissão Organizadora da Casa do Povo de Tavarede NÃO EXISTE... porque ainda não fôra nomeada por quem de direito. Iamos morrendo esmagados ao pêso desta corajosa afirmação.


E o colega sabia isto e estava tão calado! Já é ter coragem para guardar um segrêdo! Com que então, não existe! Valha-nos Deus, colega! Isso só por troça! Não sabiamos que as Comissões Organizadoras necessitavam de ser nomeadas por alguém. Julgávamos que de harmonia com o decreto respectivo se constituiam a si próprias e depois o resto era com o Instituto Nacional do Trabalho... O colega continua aéreo e é pena. Se estava de posse de tão poderoso argumento porque não fez uso dêle nos três artigos anteriores?


Não será assim... um ponto serôdio, desenxabido... um fruto de outono, sem valôr, portanto, pois não foi produzido a tempo e horas?... Chegamos às vezes a convencer-nos de que o nosso colega fas espírito com coisas sérias, gravitando aqui e ali, entre o ridículo e o humorístico. Pois presadíssimo colega: sentimos muito dizer-lhe mais uma vez... que está enganado. A Comissão de Tavarede encontra-se há muito constituida - e muito bem constituida, por sinal -. Até já assinou os estatutos e restante documentação necessária. Quem o duvidar telefone para o Instituto Nacional do Trabalho, em Coimbra, ou pergunte ao seu representante na Figueira - sr. Paulo dos Santos Almeida. Verá a leviandade pavorosa com que se fazem certas afirmações.


Diz “O Dever” que não acredita no valôr objectivo da declaração do Académico da Universidade, Domingos Condado, católico praticante, pai de família exemplar, que não um fedelho qualquer, porque se a considerassemos boa, teriamos feito uso dela na discussão anterior. Pois então dizemos-lhe com tôda a franqueza: ainda não esgotámos o assunto. Ainda cá temos um documento mais antigo e não menos valioso de que não fizémos uso. E se o colega não tomasse a atitude que tomou, não teria vindo a público um único documento, nem isto teria chegado tão longe. Não os quizémos publicar todos juntos para que nos não atribuissem intenções reservadas... Utilizámo-los à medida que nos fôram puxando pela lingua...


Deseja conhecer este documento? Trata-se de uma carta escrita por um ornamento venerando do clero português, encarregado de préviamente parlamentar com o sr. Bispo à cêrca das pretensões da Comissão e comunicar a esta em seguida as disposições de S. Exª. Revmª. quanto aos dois pedidos que iam ser-lhe feitos: a) a cedência da Casa do Grémio para instalar a Casa do Povo; b) a nomeação de pároco para Tavarede.


Submetida ao beneplácito de S. Revª. a representação expressando ao sr. Bispo os desejos dos católicos de Tavarede, foi assinada pelas pessoas com quem os párocos da freguesia sempre contaram nos momentos, quer de luta quer de bonança. Da maneira como o sr. Bispo recebeu a pretensão deu S. Revª. conta a um dos membros da Comissão Organizadora, nêstes têrmos: “Não pude telefonar-lhe. Mas venho dizer-lhe que falei ao sr. D. António e que êle está bem disposto e se conseguirá o que se deseja. Não se mostrem exigentes. Saibam esperar as oportunidades”.


Esta recomendação final diz respeito ao pedido do padre privativo que o signatário considerava o mais difícil de atender por absoluta falta de clero. Aqui tem “O Dever” quais eram as disposições do sr. Bispo àcêrca do assunto. E só manobras de quem quer que seja, podiam levar S.Exª. Revª. a tomar outra resolução. Eis porque nos parece a pessoa menos culpada no que sucedeu. É contra os malsinadores que vão as nossas objurgatórias.


Diz “O Dever” que na carta do sr. Bispo não está formulada explícita ou implicitamente, qualquer promessa. Mas oculta, e isso é que se não admite, que essa carta é a resposta a outra que lhe foi dirigida, como acentuámos nos dois artigos anteriores - em que se PEDIA A EXECUÇÃO DAS PROMETIDAS OBRAS, A-FIM-DE A CASA DO POVO COMEÇAR A FUNCIONAR AINDA NO CORRENTE ANO. Porque esconde êste pormenor importante? O colega deseja certificar-se do conteúdo dessa carta? Nós temos aqui a minuta se não quizer dar-se ao trabalho de saltar a Coimbra. Que diz S. Exª. Revª. na resposta?


Muito simplesmente: que por sugestão do Conselho Diocesiano, que se inclinou à venda do prédio, RESOLVEU (evidentemente porque já havia resolvido outra coisa) não fazer as obras, o que muito o penalizou. Está aqui ou não, conjugando o pedido da Comissão com a resposta, claramente expressa a existência dum compromisso? “O Dever” não obstante ter mandado contra a nossa magra literatura o seu melhor guerrilheiro, padre-mestre em sofística e malabarismo, não destruíu uma única das nossas afirmações. Nem podia destruir porque a arma de que nos servimos é de boa têmpera, triunfa sempre, mais tarde ou mais cêdo! Chama-se a VERDADE.


Tudo leva a crêr que em obediência a qualquer razão ainda não esclarecida - e talvez incontestável - houve o propósito manifesto de dificultar a creação da Casa do Povo de Tavarede. Não é admissivel nem justificável que estando as coisas no pé em que já vimos, fôsse feita a venda da casa do Grémio a um segundo pretendente, sem publicidade de espécie alguma: nem à Missa dominical, nem por editais, nem na imprensa, havendo nisso a máxima vantagem para o vendedor. Se a Comissão tem conhecimento da rasteira que se preparava, faria, mesmo assim, frente a quem quer que fôsse. E não só a Comissão. Sabemos que o sr. António de Oliveira Lopes, que é de Tavarede, mas reside nesta cidade, havia prevenido há muito o seu cunhado sr. João de Oliveira para no caso de desistência da Comissão Organizadora, comprar o prédio para si até à importância de 15 000$00 (mais cinco do que aquela porque foi vendido).


Publicidade não houve. Tudo se fez à chucha calada, por artes de berliques e berloques. O actual possuidor não teve concorrentes nem podia tê-los. Comprou pelo que quiz. Ofereceu 10 000$00 e o vendedor fez logo a entrega sem mais preocupações. Os outros pretendentes sò tiveram conhecimento depois do negócio realizado. Contra isto é que se não pode argumentar... Tôda a esperteza é vã. Não se acautelaram desta forma os interêsses materiais, nem morais, nem religiosos. E dificultou-se a instalação duma Casa do Povo, numa freguesia onde se torna absolutamente necessária.


Tudo isto leva a crêr que a tal... Predial, assim a comprar prédios a 24 contos e a vendê-los, poucos anos depois, por 10, ao primeiro que lhe aparece - seja uma sociedade por cotas, diferente das outras, isto é, sem fins lucrativos -, que se contentou em levar e vender, o mobiliário, pertencente à Associação, sem dar cavaco aos associados. Ninguém tem nada com isso - dirá “O Dever”, com o seu peculiár desassombro. Podia vender por quanto e a quem o quisesse. Muito bem. Mas nesse caso, jôgo franco. Perde-se tôda a autoridade para dizer que a diocese está pobre, vive de esmolas, etc.


Mostra-se também “O Dever” muito surpreendido por termos afirmado que foi uma notícia sua que levou à Comissão a certeza do contrato, quando foi um membro da referida Comissão que determinou a publicação de tal notícia. Não há motivo para tanta espantação! O que dissémos, mantemos e corresponde à verdade. Um membro, por muito corpulento que seja, não constitui a Comissão Inteira. Nem mesmo dois ou três. Isto é óbvio, é claro, é intuitivo. Não é necessário consultar os compêndios de lógica para o compreender. Conclusão a tirar: Fica demonstrada duma forma insufismável a veracidade das nossas afirmações iniciais:


1º. - A Casa do Grémio encontra-se sob a inteira dependencia administrativa do sr. Bispo de Coimbra e a venda não podia ser, portanto, efectuada em ouvir S.Exª. Revª.; 2º. - O sr. Bispo prometeu todo o seu apoio e concordância ao solicitado na representação que lhe foi lida e entregue depois de reforçada verbalmente. Pode ler-se nessa representação que o director de “O Dever” viu dias antes de ser entregue, quais as pretensões que ali são formuladas. Não é arquitectando argumentos mais ou menos engenhosos que se vence uma causa. Os documentos é que convencem. 3º. - A venda do prédio foi feita sonegadamente, isto é às escondidas da Comissão Organizadora que se propunha obtê-lo, primeiro por arrendamento e, mais tarde, depois de nova resolução tomada por Coimbra, pretendia comprá-lo. Não se lhes deu a preferência nem sequer a honra de uma consulta, no próprio interêsse do vendedor.


E paramos por aqui. Alongámos demais estas considerações: por muito que escrevessemos seria nunca demais. Mas teve de ser assim. Não podiamos consentir que se deturpassem factos duma clareza a tôda a prova. Havia que contrapôr-lhes a verdade pura. Isso fizémos mais uma vez com o máximo respeito pela posição dos alvejados. “O Dever” consagrou quási uma página inteira do seu último número à defeza da infeliz causa que andava tão empenhado em salvar num afã e por motivos bem compreensíveis. E fala muitas vezes em ridiculo sem reparar que está enterradinho nêle até ao pescoço... Por fim, num rasgo teatral que lhe ficou a matar e um sorriso amarelo a bailar-lhe nos labios, declara abandonar o campo a depôr as armas.


Achamos acertadíssima a sua resolução. Melhor teria feito nunca ter vindo à liça e em vez de pegar nas armas que pegou se agarrasse antes aos seus compêndios de lógica... Quanto à Comissão Organizadora de Tavarede, dizem-nos que está em forma, a respeito das informações menos sérias que têm chovido nas próprias esferas oficiais. Boa noite, colega”.

Mas... o comunicado que também escreveu na mesma edição e que diz:

“ O sr. padre Couto, prior de Buarcos e colado - e bem colado - de Tavarede, simula liquidar-me no último número do seu jornal sob um sortilégio de piedosas inverosimilhanças, umas sem pés nem cabeça, outras ageitadinhas a seu talante que se me torna completamente impossível esmiuçar sem ocupar, pelo menos, uma página de “O Figueirense”, tantas são as inverdades que o ânimo verrineiro do meu abelhudo prior fêz pingar no papel.


Nesta conformidade desisto por hoje de analizar no seu jornal êsse amontoado de fantasias injuriosas engendradas pelo meu estrábico e desnorteado contraditor, reservando a autópsia para local e ocasião mais adquados, pois além de não desejar sacrificar-lhes tanto espaço não estava prevenido com luvas e mascara anti-gaz. Veremos depois quem produz enexactidões e dislates (o reverendo supõe talvez que o seu exemplo fez escola) afirmações gratuitas, com a mesma naturalidade e sangue frio com que celebra o Santo Sacrifício. Quos vult Jupiter perdera, dementat prius...


Desde já prometo esforçar-me quanto possível por não trazer à baila, como o Revº. - os pais, os sogros, a esposa, os primos e até os criados... Por hoje, limitar-me-ei a declarar ao meu padre que o tal indivíduo com quem anda de têsto e pucarinho não é o sr. José Maria de Carvalho, mas o senhor Rodrigues (a tal testemunha que não é anti-clerical mas que atribui ao sr. Bispo calunioso e gravíssimo deslize, muito comprometedor da sua dignidade episcopal. Não foi o taberneiro de Tavarede que corroborou as afirmações das duas testemunhas de acusação. Foi o sr. Rodrigues que serviu de porta voz ao taberneiro e que por sua vez arrastou a outra testemunha como demonstraremos a seu tempo.


Desejamos apenas que até lá o meu padre esclareça sôbre as responsabilidades que me cabem na ruína do Grémio. Já vimos que não tive nenhumas na queda da Conferência. Vamos agora a saber, tim-tim por tim-tim, as medidas que propuz ou deliberações que apoiei com o meu voto e assentimento, que levaram à ruína a referida colectividade. O meu padre que não tem papas nem travão na língua vai com certeza pôr tudo em pratos limpos. Agradecendo a publicação destas linhas, subscrevo-me De V.... muito grato e obrigado Belarmino Pedro”.

mereceu, ainda, uma resposta, pelo que, conforme se pode ver, o debate encerrou finalmente em 31 de Dezembro de 1938:

“ Sem pretender abusar da benevolência de V... rogo o subido favôr de publicar, no próximo número do seu conceituado jornal, a presente carta que não será uma resposta insultuosa às amabilidades do último comunicado de sua excelência o sr. Belarmino Pedro, mas apenas um esclarecimento para os leitores de “O Figueirense” que estejam de boa fé. Mantenho em absoluto o que afirmei na minha primeira carta, isto é:


1º. - sou o pároco de Tavarede desde 1 de Novembro de 1936, por vontade do meu Exmo. Prelado, cujo decreto de nomeação tenho em meu poder. Portanto, não pedi a grande honra nem tão pouco os grandes proventos de tão rica freguesia (os leitores já viram o que ela é sob o aspecto material) onde há paroquianos ilustres e humildes como o humilde paroquiano que é o sr. Belarmino Pedro - êle assim se confessa numa carta que eu tenho em meu poder datada de 30 de Setembro último, tão ridiculamente ameaçadora que não mereceu o encomodo da mais breve resposta.


2º. - de facto não dei nem podia dar o meu apoio - que nunca os pretensos organizadores da Casa do Povo pediram - a individuos que tendo responsabilidades a dentro do extinto “Grèmio” (de que fui sócio cotista) não dispuseram de influência nem arriscaram um centavo ( aqui o sr. Belarmino enterra a carapuça até às orelhas) para evitar a sua ruina, ao menos conseguindo a ligação da luz, cujo corte parece ter sido o primeiro passo para a morte daquela colectividade, e os quais estando à frente da Conferência de S. Vicente de Paulo que algum bem fizeram entre os pobresinhos a deixaram igualmente morrer; (aqui a carapuça asfixia-o).


Esta é a base da questão e o que se disser à sua volta são simples detalhes que vêm esclarecê-la. Pela exposição da minha carta última ficaram os leitores de “O Figueirense” a compreender as razões da minha atitude de indiferença para com tão leais e sinceros paroquianos. Ao sr. B.P. que desta vez se apresenta de mangas arregaçadas numa atitude muito semelhante à dos noctívagos que outrora infestavam certos bairros da Capital, não dou a mais pequenina resposta, limitando-me a fazer o acto de contrição e preparar-me para... morrer provisòriamente fuzilado pela metralha da bagagem literária de sua excelência, que à falta de argumento, se agarra sempre, em tôdas as questões ao escolhido vocabulário de seu Dicionário de Má Educação, para brindar qualquer que ouse adversar a sua prosa amável e correcta. Não, senhor Director, desceria no meu caracter e na minha dignidade se me permitisse ligar, por mais tempo, qualquer importância a quem, consciente ou inconscientemente, quere afundar-se num mar de ridiculo e de insensatez. De resto, os leitores de “O Figueirense” já conhecem os seus processos de discussão...
.......

Por isso não vale a pena “gastar cêra bôa com tão ruim defunto”. Desculpe, senhor Director, a minha importunidade, que eu não voltarei mais, e pela publicação desta lhe fico muito reconhecido. Queira aceitar os respeitosos cumprimentos do que se confessa de V.... etc. Buarcos, 26 de Dezembro de 1938 Pe. Alfredo de Matos Abrantes Couto. Prior de Buarcos encarregado de Tavarede.

* * * * *

N. da R. - Com a publicação dêste Comunicado, damos por encerrado, nestas colunas, êste debate que só forçado pelas leis da hospitalidade, que sempre respeitámos, nos vimos obrigados a dar-lhe guarida. Se os nossos desejos, sinceramente cristãos, forem tomados em benévola consideração, fazemos os melhores votos para que os dois contendores de reconciliem e passem, como já foram, a ser bons amigos. A vida, como disse Salazar, é uma coisa muito séria e em homenagem a ela devemos sacrificar despeitos, rancores, intrigas, pequeninas coisas comparadas com a grandeza do sacrifício sublime de Cristo que perdoou até àquêles que o martirizaram e fizeram morrer pregado num madeiro. Vai surgir 1939, que se nos afigura um grande ponto de interrogação perante as preocupações das chancelarias. Que todos nos esforcemos por ser bons, para que na hora derradeira nada nos atormente a consciencia” .

Se calhar, talvez todos terão tido razão. Ou talvez não. A verdade é que, com promessas ou sem promessas, a casa teve outro destino. Mas, e como se constata, a fundação do tal organismo corporativo Casa do Povo de Tavarede, prevista pela empenhadíssima comissão, que tão bravamente lutou pelos seus interesses, não terá passado de uma “vã quimera”, ou de um sonho que se esfumou.


Pelos vistos o apoio que esperava do Estado e que até estimaram em 30 ou 35 contos, que era bastante dinheiro para a época, nunca terá sido prometido, quanto mais disponibilizado. Mas, para nós, o que interessava era o contar a história daquela antiga casa. Para isso necessário era transcrever o que transcrevemos. Quer quanto à questão religiosa, quer quanto a esta última parte, com a Casa do Povo de Tavarede, nem tudo copiámos. Para ficarmos a conhecer os acontecimentos e para cada qual os ajuizar, até já nos excedemos. Transcrever mais, além de nos tornarmos ainda mais enfadonhos, não trazia achegas para o caso. Preferimos, e entendemos que com acerto, ficar por aqui.


E terminemos com um facto bastante irónico. O novo proprietário da casa, que a reconstruiu e onde montou o estabelecimento de “mercearias e vinhos”, conhecedor de toda a polémica que a sua compra desencadeou e sabendo qual era a finalidade para que queriam as antigas instalações associativas, resolveu, talvez sarcasticamente, dar um nome ao seu estabelecimento. Chamou-lhe, e mandou escrever na fachada do edifício em letras enormes: A LOJA DO POVO. Sem mais comentários.

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