sexta-feira, 13 de junho de 2014

O Associativismo na Terra do Limonete - 80

Festejando o dia primeiro de Maio de 1960, o Grupo Musical conseguiu reatar uma velha tradição da nossa terra. A velha e simpática colectividade da nossa terra, que é o Grupo Musical e de Instrução Tavaredense, está de parabéns.
O rancho 1º de Maio, de sua organização, que se apresentou em publico no dia 1 do corrente, e era constituído por 16 pares de bonitas raparigas e garbosos rapazes obteve destacado sucesso.
Muito bem. Oxalá que tão feliz iniciativa frutifique, pois que veio reatar uma velha tradição tavaredense, lamentavelmente interrompida, há anos, como agora se demonstrou.
Quando a marcha, em formação impecável, descia arrogante, a rua Dr. Oliveira Salazar e parou, frente ao monumento ''Aos Tavaredenses de Amanhã" no largo que imortaliza o nome sempre querido dos tavaredenses de D. Maria Amália de Carvalho, falecida há poucos dias, como relatámos, vimos deslizar pelas faces de muitos rapazes e raparigas, alguns rondando a casa dos setenta anos, lágrimas de saudade, daquela saudade dos tempos a que já não se pode voltar.
Acompanhava o rancho que foi saudado calorosamente nos lugares onde se exibiu um bem organizado conjunto musical, que muito nos sensibilizou por nos trazer à memória os inesquecíveis momentos da nossa fugaz mocidade em que acompanhávamos a afamada tuna do Grupo Musical e de Instrução Tavaredense.
A todos, organizadores, rapazes e raparigas, executantes, e de modo especial a Alberto Esteves Vigário, encarregado da parte coreográfica, e a Carlos Santos, a cargo de quem esteve a parte musical as nossas maiores e mais sinceras felicitações pelo que acabam de fazer a bem de Tavarede. Bem hajam.
A despedida da velha casa de espectáculos, erigida por João José da Costa, teve lugar no dia 29 de Maio de 1960. José da Silva Ribeiro, o homem que pelas suas invulgares qualidades de carácter, superior inteligência e profundos conhecimentos da arte de Talma, em nosso entender, e sem a menor quebra de admiração pelos seus dedicados colaboradores, a Sociedade de Instrução Tavaredense, ou, por outra, Tavarede fica devendo a arrojada obra de transformação do seu teatro, antes de subir o pano disse da saudade da velha sala de espectáculos, recordando enternecidamente todos aqueles que há mais de 50 anos têm trabalhado para o prestígio da nossa colectividade, afirmando, em certa altura, que Tavarede devia aquele teatro ao benemérito João Costa e sua ampliação à filantrópica Fundação Calouste Gulbenkian.
“O Beijo do Infante” e “O Dia Seguinte”, encerraram com chave de ouro o ciclo de representações ali efectuadas, por isso que a assistência, que enchia totalmente o velho teatro, se manifestou de maneira apoteótica.
Contudo, os louros da inesquecível noite foram, sem desprimor para os restantes amadores, para a simpática e talentosa amadora, Maria Isabel de Oliveira Reis, pelo magnífico desempenho no papel de Matilde, em "O Dia Seguinte".
No final do espectáculo, o incansável Presidente da Direcção, sr. Marino de Freitas Ferraz, convidou todos os amadores da SIT, velhos e novos, a subir ao palco para, sobre as suas tábuas carunchosas, onde tantas e tantas horas de alegria e de aborrecimentos imperecíveis passaram, assistir ao arranque da primeira tábua, operação esta que foi executada pela categorizada e premiada amadora, srª D. Violinda Medina e Silva e receber as entusiásticas saudações da numerosa assistência, que bem traduziam o seu reconhecimento pelos momentos de prazer que lhe haviam proporcionado.
No domingo, houve um encontro de futebol entre as equipas da secção dramática e secção desportiva da SIT, cujo resultado foi um empate a 1 bola, após o que os jogadores e outros sócios se reuniram em lauta bacalhoada, que decorreu animadíssima.
À noite efectuou-se o baile, que teve a dar-lhe entusiasmo, o excelente conjunto "Satélites do Ritmo", dessa cidade.
Foi um grande e inesquecível baile, que, estamos certos, há-de perdurar por largo tempo nos corações da mocidade radiosa.
À meia-noite em ponto, o Presidente da Direcção da SIT pôs em leilão o camartelo cujas primeiras pancadas assinalaram o começo da demolição das paredes, sendo a oferta mais elevada a da gentil menina Maria da Conceição Ferreira Soto Maior.
Também a talentosa amadora, srª D. Violinda Medina e Silva, aceitando o camartelo que lhe foi oferecido, se lançou num verdadeiro ataque às velhas paredes. E ainda outras pancadas se seguiram...
Parabéns aos rapazes da SIT

E, agora, ate à inauguração da nova casa de espectáculos.

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