sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Histórias e... Lendas




Entre outeiros vestidos de verdura,
 Um vale gracioso à vista ocorre
 Onde um claro ribeiro em giros corre,
   Banhando-o de eternal, grata frescura,
                                            .........................................................................................................

Em louvor de Tavarede
Frei Manuel de Santa Clara







         Terra tão velhinha como é Tavarede, com certeza que, por mais histórias que se lembrem e que sejam contadas, haverá sempre algumas mais esquecidas. E então eu, que desde há tantos anos vou rebuscando nas colecções existentes da imprensa figueirense, desde meados do século dezanove, e nos trabalhos que laboriosos e competentes historiadores nos legaram, vou sempre encontrando, ou recordando, novas coisas para contar.
         Não esqueçamos que a nossa terra, a Terra do Limonete como tanto gosto de a chamar, foi o real berço da Figueira da foz do Mondego e que a maior parte dos terrenos por onde a cidade se estende, faziam parte do antigo ‘couto de Tavarede’. Podemos até pensar que, se não tivessem ocorrido as lutas travadas entre o cabido da Sé de Coimbra, a quem o rei D. Sancho I fez doação, e os fidalgos Quadros, que D. João III nomeou ‘senhores de Tavarede’, a nossa terra não seria hoje um pequeno subúrbio da Figueira mas, pelo contrário, uma enorme e progressiva cidade, dominadora de toda esta região.
         Quando D. Elvira Sisnandis, juntamente com seu marido Martim Moniz, governador de Coimbra, fizeram doação ao fidalgo beirão João Gondesendis, denominaram-no como ‘lugar de S. Martinho em Tavarede’. Como todos sabemos este é o documento mais antigo, até hoje encontrado, onde pela primeira vez se refere Tavarede. Foram encontrados, segundo referem alguns historiadores, na antiga câmara de Tavarede, uns velhos pergaminhos os quais ainda se não conseguiram ler. Estarão contados neles os princípios da velha aldeia?
         S. Martinho já era o orago padroeiro de Tavarede. É muito curiosa, e talvez pouco conhecida, a história deste lendário santo. E outros, que se veneram ou veneraram na terra?
         Parece-me interessante recordar essas histórias e lendas, pois são parte integrante da história da ‘terra do limonete’. E algumas outras passadas na nossa aldeia? Os próprios fidalgos tavaredenses também viveram factos de muito interesse e que, embora já conhecidos, são dignos de maior atenção.
         Quem sabe se um dia não surgirá um curioso, tavaredense ou não, que queira estudar e escrever, mais profundamente, o passado de Tavarede? Possam estes meus apontamentos ser proveitosos é o que mais ambiciono, para que a história da minha terra natal nunca seja esquecida.

Verão/2014






 
















Sem comentários:

Enviar um comentário