segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Emília Fernandes Monteiro e João Gaspar Amorim


EMÍLIA FERNANDES MONTEIRO

Nasceu no dia 20 de Abril de 1909, filha de Joaquim Migueis Fadigas e de Mariana Fernandes Monteiro.
Foi, no seu tempo, uma das primeiras amadoras do grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense. A sua estreia ocorreu em Outubro de 1924, na peça Os Amores de Mariana. “Figura elegante, desempenhou todo o género de personagens com grande naturalidade e possuidora de uma lindíssima voz, logo se tornou a primeira figura feminina do grupo cénico”.
O seu maior êxito teatral foi, sem dúvida, o papel de Rosa, em O Sonho do Cavador. E na opereta A Cigarra e a Formiga interpretou o papel da protagonista Luísa, a filha do António Moleiro, de tal maneira que, estando Mestre José Ribeiro preso e recebendo um convite para irem representar esta peça a Coimbra, em espectáculo de beneficência, como Emília Monteiro havia casado recentemente, escreveu ao seu marido, João Renato Gaspar de Lemos, dizendo: “Eu já disse para Coimbra que a Emília tinha casado e que tudo dependia da resposta dela. Há peças que não deixo representar senão com ela. Assim como o Sonho do Cavador não consinto que se represente sem o João Cascão, assim eu também não consinto que se represente a Cigarra e a Formiga e a Justiça de Sua Majestade sem a Emília”.
Além das acima mencionadas, Emília Monteiro entrou em mais cerca de 20 peças, entre comédias, operetas, fantasias e altas comédias, destacando nós Grão-Ducado de Tavarede, As pupilas do Senhor Reitor, Os fidalgos da Casa Mourisca, A Morgadinha dos Canaviais, A canção do berço e O Grande Industrial.
No ano de 1954, num espectáculo evocativo levado à cena nas comemorações das “bodas de oiro” da SIT, encarnou, novamente, o papel de Luísa, no segundo acto de A Cigarra e a Formiga, contracenando com João Cascão. Também na homenagem a Alberto de Lacerda, em Dezembro de 1963, reviveu a mesma peça, mas no papel de Fantasia.
Era sócia honorária da Sociedade de Instrução Tavaredense desde 1927.
Foi casada com João Renato Gaspar Lemos Amorim (ver nota abaixo), com um filho, João Pedro.
Faleceu em 28 de Julho de 1995.


JOÃO RENATO GASPAR DE LEMOS AMORIM

Natural de Tavarede, filho de Carlos Alves Assunção e de Cândida Otília Lemos Amorim, nasceu a 8 de Agosto de 1907 e faleceu no dia 9 de Agosto de 1987. Foi casado com Emília Monteiro (ver nota) e teve um filho, João Pedro.
Desde muito novo que se integrou no associativismo tavaredense, dedicando-se, nos primeiros tempos, à prática desportiva. Foi participante em provas atléticas e velocipédicas e, como praticante de futebol, foi elemento do Tavarede Futebol Clube, cuja equipa capitaneou.
Foi dirigente associativo muito activo e dedicado. Fez parte de diversas direcções do Grupo Musical, de que foi nomeado sócio honorário em 1951, e da Sociedade de Instrução, que também o distinguiu com igual diploma, em 1986.
Foi regedor da freguesia.

(Caderno: Tavaredenses com história)

4 comentários:

  1. " Cada pessoa que passa na nossa vida, passa sozinha, porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
    Cada pessoa que passa na nossa vida, passa sozinha e não nos deixa sós, porque nos dá um pouco de si e leva um pouco de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso "
    Charles Chaplin
    Obrigado Senhor Vitor Medina por ter escrito um pouco sobre a minha avó Emília.
    Um Abraço

    ResponderEliminar
  2. Caro João Miguel
    Eu é que tenho que agradecer, pois escolheste uma bela frase do genial Chaplin.
    Quanto aos apontamentos que vou publicando, recordando os saudosos mortos, é, quanto a mim, um acto de justiça lembrá-los. Tenho muitos e tenho pena de não poder publicar o caderno "Tavaredenses com história", pois estou certo que agradaria a muitos.
    Um abraço e manda sempre.
    Vitor Medina

    ResponderEliminar
  3. Caro Vitor Medina
    Não é o sitio certo para este tipo de mensagem, talvez seja mesmo descabido estar a fazê-lo nesta via mas para além de o felicitar por este seu projecto, folgo em vê-lo de regresso após o doloroso momento porque passou.
    Rogério Neves

    ResponderEliminar
  4. Amigo Rogério
    Agradeço as suas palavras. É um momento bastante difícil que estamos a atravessar, mas temos que reagir, embora não seja nada fácil.
    É uma maneira de passar o tempo e tentar distair-me um pouco. Vamos lá a ver.
    Entretanto associo-me às diversas e justas felicitações pelo aniversário do "Marcha do Vapor".
    Um abraço
    Vitor Medina

    ResponderEliminar