Nasceu em Tavarede a 12 de Dezembro de 1813 e morreu na Figueira no dia 5 de Março de 1890. Era filho de José Alves Fernandes, natural do Porto, e de Teresa Neta, nascida em Tavarede. Seu avô materno, Manuel Carlos de Oliveira, era de Brenha, e havia casado com a tavaredense Ana Ribeiro, passando a residir em Tavarede.
Não há a certeza quanto à origem do apelido “Águas”, mas o certo é que Joaquim Fernandes já o utilizou nalguns documentos.
Iniciou a sua carreira profissional como operário tanoeiro, em Tavarede, mas, pelo ano de 1868, mudou-se, com a sua numerosa família, para a Figueira, onde se estabeleceu como comerciante e industrial de vulto. De sociedade com seus filhos, fundou a Casa “Águas”, que atingiu lugar destacado no meio figueirense. Dedicou-se, também, à marinha mercante, como armador. No entanto, a exportação foi o seu principal negócio, especialmente de vinhos, para o Brasil e América do Sul.
O casal teve 10 filhos, seis varões e quatro raparigas, todos nascidos e baptizados em Tavarede.
Na sua terra natal desempenhou, entre outros, os cargos de regedor, presidente da Junta de Paróquia e juiz eleito, todos eles com a maior competência e isenção, sendo, por isso, muito admirado e considerado pelos seus conterrâneos.
Na Figueira, também exerceu “por muitos anos, e com a maior dignidade, o cargo de ministro da Venerável Ordem Terceira.
Quando da sua morte, o jornal figueirense “O Operário”, escreveu: “Brotando do seio do operariado, com uma vida irrepreensível, chegou, pela felicidade, no decurso do comércio, que mais tarde seguiu, a ser contado como negociante abastado. A nós, basta-nos o meio de onde surgiu, para nos sentirmos obrigados a respeitá-lo também no seu passamento”.
Grande entusiasta pelo teatro, o Presépio (costume nato de Tavarede) era, para ele, o cúmulo dos divertimentos. “Em uma das suas casas (ainda morava em Tavarede), instalou um teatrinho seu, cerca do ano de 1864, em que ele, filhos e filhas, entravam representando, e o que é melhor é que, mulheres representavam de homens e vice-versa”, escreveu Ernesto Tomás, em “Recordações de Tavarede”.
Conta-nos, depois, uma das noites agradáveis que lá passou. Vejamos:
“A costumada troupe de rapazes da Figueira estava no seu posto de espectador. Alguns rapazes dela ocupavam-se em ajudar, tocando numa orquestra adrede arranjada para satisfazer às exigências do espectáculo.
Na casa velha, vestiam-se as figuras e preparava-se o mise-em-scéne; na casa nova, havia o palco e a plateia, e a comunicação duma para outra casa era feita por uma porta que dava para o fundo do palco. Havia-se esgotado o reportório do presepe e ia entrar em cena a comédia: - O marido vítima das modas.
Os rapazes da Figueira encarregaram-se da mudança do cenário, mas, para fazerem uma partida ao velho Águas e rirem-se no fim, colocaram os bastidores em sentido inverso, isto é, de pernas para o ar.
Tudo pronto... Pano acima...
Ninguém havia reparado no desarranjo do cenário, mas o velho Águas, que, sentado na plateia, acompanhava passo a passo as fases do espectáculo, tendo reparado gritou: - Vá o pano abaixo!... pano abaixo!... E foi.
Dirigiu-se lá dentro á casa velha, zangado, fulo de raiva, e fez-nos uma apeporação tão apimentada que não era para rir; faltando pouco para que todos da Figueira fossem postos no meio da rua. Mantivemo-nos, contudo, um pouco mais sérios, rectificando no nosso espírito a ideia que formávamos do nosso velho Águas, - de que ele estava sempre pronto a aturar-nos rapaziadas e a rir-se delas.
Daí para diante teríamos de pensar que, dentro do seu teatrinho, nos deveríamos portar com o aprumo da seriedade, com toda a correcção de espectador gommé aliás... rua!”.
Numa notícia sobre o seu falecimento escreve-se: “Homem simples, ordenou o seu enterro sem pompas, fazendo-se acompanhar por pobres”.
Não há a certeza quanto à origem do apelido “Águas”, mas o certo é que Joaquim Fernandes já o utilizou nalguns documentos.
Iniciou a sua carreira profissional como operário tanoeiro, em Tavarede, mas, pelo ano de 1868, mudou-se, com a sua numerosa família, para a Figueira, onde se estabeleceu como comerciante e industrial de vulto. De sociedade com seus filhos, fundou a Casa “Águas”, que atingiu lugar destacado no meio figueirense. Dedicou-se, também, à marinha mercante, como armador. No entanto, a exportação foi o seu principal negócio, especialmente de vinhos, para o Brasil e América do Sul.
O casal teve 10 filhos, seis varões e quatro raparigas, todos nascidos e baptizados em Tavarede.
Na sua terra natal desempenhou, entre outros, os cargos de regedor, presidente da Junta de Paróquia e juiz eleito, todos eles com a maior competência e isenção, sendo, por isso, muito admirado e considerado pelos seus conterrâneos.
Na Figueira, também exerceu “por muitos anos, e com a maior dignidade, o cargo de ministro da Venerável Ordem Terceira.
Quando da sua morte, o jornal figueirense “O Operário”, escreveu: “Brotando do seio do operariado, com uma vida irrepreensível, chegou, pela felicidade, no decurso do comércio, que mais tarde seguiu, a ser contado como negociante abastado. A nós, basta-nos o meio de onde surgiu, para nos sentirmos obrigados a respeitá-lo também no seu passamento”.
Grande entusiasta pelo teatro, o Presépio (costume nato de Tavarede) era, para ele, o cúmulo dos divertimentos. “Em uma das suas casas (ainda morava em Tavarede), instalou um teatrinho seu, cerca do ano de 1864, em que ele, filhos e filhas, entravam representando, e o que é melhor é que, mulheres representavam de homens e vice-versa”, escreveu Ernesto Tomás, em “Recordações de Tavarede”.
Conta-nos, depois, uma das noites agradáveis que lá passou. Vejamos:
“A costumada troupe de rapazes da Figueira estava no seu posto de espectador. Alguns rapazes dela ocupavam-se em ajudar, tocando numa orquestra adrede arranjada para satisfazer às exigências do espectáculo.
Na casa velha, vestiam-se as figuras e preparava-se o mise-em-scéne; na casa nova, havia o palco e a plateia, e a comunicação duma para outra casa era feita por uma porta que dava para o fundo do palco. Havia-se esgotado o reportório do presepe e ia entrar em cena a comédia: - O marido vítima das modas.
Os rapazes da Figueira encarregaram-se da mudança do cenário, mas, para fazerem uma partida ao velho Águas e rirem-se no fim, colocaram os bastidores em sentido inverso, isto é, de pernas para o ar.
Tudo pronto... Pano acima...
Ninguém havia reparado no desarranjo do cenário, mas o velho Águas, que, sentado na plateia, acompanhava passo a passo as fases do espectáculo, tendo reparado gritou: - Vá o pano abaixo!... pano abaixo!... E foi.
Dirigiu-se lá dentro á casa velha, zangado, fulo de raiva, e fez-nos uma apeporação tão apimentada que não era para rir; faltando pouco para que todos da Figueira fossem postos no meio da rua. Mantivemo-nos, contudo, um pouco mais sérios, rectificando no nosso espírito a ideia que formávamos do nosso velho Águas, - de que ele estava sempre pronto a aturar-nos rapaziadas e a rir-se delas.
Daí para diante teríamos de pensar que, dentro do seu teatrinho, nos deveríamos portar com o aprumo da seriedade, com toda a correcção de espectador gommé aliás... rua!”.
Numa notícia sobre o seu falecimento escreve-se: “Homem simples, ordenou o seu enterro sem pompas, fazendo-se acompanhar por pobres”.
(Caderno: Tavaredenses com história)
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