segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Grande família

Naqueles bons velhos tempos, anteriores a 1950, Tavarede dava inteira razão à cantiga popular que diz "na nossa aldeia, todos são primos e primas...". Na verdade, a população da nossa terra ainda era muito reduzida. E como se pode dizer que não havia família que não tivesse um ou mais elementos no grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense, também não é menos verdade que todas as famílias eram aparentadas umas com as outras. As excepções eram raríssimas.
Tem razão, pois, o nosso amigo Helder em chamar "primos" a todas as pessoas conhecidas.
O "primo" Helder, fogueteiro

Bem sabemos que, presentemente, é um bocado forçado, mas naqueles tempos era uma realidade.
Isto, no entanto, refere-se ao pequeno "burgo" de Tavarede e não à freguesia. Muitos ainda se recordarão que a pequena aldeia estava "encravada" num espaço limitado a nascente pela Igreja, a poente pelo Paço dos Condes de Tavarede e a norte pela sede da Sociedade de Instrução Tavaredense. Fora deste espaço encontrava-se uma ou outra casa.
Isto, diga-se, não é nenhuma discriminação para com as restantes povoações da freguesia, que merecem o meu maior respeito.
Este pequeno apontamento servirá como resposta ao comentário da amiga Inês Fonseca, a propósito de chamar "Tia" à Lita e a outras pessoas conhecidas. Bem sabemos que este "Tia" é uma prova de amizade que nada tem a ver com aquelas tias e tios que constantemente aparecem na televisão e nas revistas cor-de-rosa.
No caso da Inês é, como disse, amizade. E se aprofundássemos as nossas árvores geneológicas quem sabe se não haverá mesmo um parentesco, ainda que longínquo?
Portanto, minha amiga Inês, nunca reneguei nem renegarei os meus laços parentais. E como disse acima, na velha Tavarede dos meus tempos de jovem, se todos eram primos e primas, com certeza que também muitos seriam os tios e as tias.

2 comentários:

  1. Caro amigo Vítor,
    é realmente por amizade que trato por tia não só a Lita como também a Manuela e a Sílvia. Tenho pelas três um carinho muito especial e posso até dizer-lhe que estas tias, que começaram por brincadeira, fortaleceram laços já existentes entre nós. Primeiramente, a Tia Lita não achou muita piada à nova designação, talvez por não estar habituada, agora até se orgulha de apresentar as sobrinhas.
    Costuma-se dizer que "há brincadeiras que dão para o torto", mas neste caso foi exactamente o contrário.
    Obrigado pela atenção.
    Cumprimentos,

    Inês Fonseca

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  2. Cara "neta" Inês
    Nada tem que agradecer. Eu é que agradeço, pois escrever (ou transcrever) coisas sobre a nossa terra, além de ser para mim uma maneira agradável de passar o tempo, também me permite dar a conhecer a outros, possivelmente interessados, pedaços e retalhos da história passada da Terra do Limonete.
    Já sou um bocado velho e, logicamente, será mais natural ter mais uma "neta" do que uma nova "sobrinha". Aliás, deixe-me dizer-lhe, dos meus três netos reais, tenho um que, segundo penso, será mais velho do que a Inês.
    Também lhe digo que as suas "tias" igualmente me merecem todo o respeito e consideração, pois a amizade que sempre tive com elas já vem de muito longe.
    Disponha sempre. Cumprimentos.
    Vitor Medina

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