sábado, 21 de março de 2015

O Associativismo na Terra do Limonete - 120

Ainda no mesmo ano, o Grupo Musical e de Instrução comemorou o seu aniversário. Com um programa bastante variado, passando pela parte cultural, animação e desportiva, desde o passado dia 29 de Julho, que o Grupo Musical de Instrução Tavaredense iniciou as festividades comemorativas dos seus 90 anos de vida, que culminaram no último fim de semana, no decorrer de uma sessão solene, presidida pelo vereador Azenha Gomes, tendo como orador oficial Miguel Almeida.
Um dos pontos altos desta cerimónia, foi vivida na evocação feita a Augusto da Silva Jesus, sócio e dirigente durante 44 anos, a quem foi prestada uma justa homenagem, onde o seu trabalho árduo e dedicado foram bem vincados.       Já não é nos tempos de hoje e é do conhecimento público, as várias oscilações porque tem passado a agremiação tavaredense,cuja última década tem sido de alguma controvérsia.
Não foi difícil perceber tal situação, perante a lacónica intervenção do presidente cessante Paulo Medina: “tudo bate palmas, tudo é bonito, mas estamos a esquecer as formiguinhas pequeninas que trabalham aqui, sem importância nenhuma e a quem não ligamos, mas se fizermos casas e as fecharmos, apanham bolor e ninguém faz nada por elas. Se não forem os bichinhos, os pequeninos que passam pelas direcções, a fazerem um trabalho exemplar durante um ano e não são reconhecidos ‘ninguém os conhece!’... Gostava de dizer que sou um jovem de 35 anos, vivo o Grupo, e que fiquei cá neste mandato somente pela simples razão (a qual muita gente não sabe), que a colectividade estava para fechar as portas, sendo um grupo de amigos que se reuniu à última da hora durante o mês de Setembro, que fez a vida da colectividade continuar em frente. Esses sim, é que merecem os elogios e as tais referidas palmas”.
A terminar sublinhou: “em Tavarede não existe só uma colectividade, mas cinco. O que sucede por vezes, e que lamento, é o facto das entidades que estão à frente de Tavarede não tratem todas de modo igual, é só isto que pretendo dizer”, concluiu.

Também a associação carritente festejou o seu 80º ano de existência. Com muitas tradições culturais, principalmente nas áreas do teatro e da música, o Grupo Musical Carritense comemorou o seu 80º aniversário no decorrer de uma sessão solene presidida pelo vereador Azenha Gomes, em representação da Câmara Municipal, ao qual se associaram elementos de várias colectividades.
Um dos pormenores retidos nesta cerimónia, foi o facto da instituição aniversariante ter estado encerrada cerca de seis meses. Em relação a este impasse, o seu presidente Adelino Lopes, referiu as dificuldades por que tem passado a sua agremiação, queixando-se da falta de carolice de pessoas que efectivamente poderiam colaborar no prosseguimento das suas actividades, focando no entanto que é sempre bastante trabalhoso, requer bastante dedicação e sacrifício, o que leva as pessoas cada vez mais a afastarem-se, dadas as dificuldades muitas vezes presentes.Por outro lado deixou um recado a quem de direito, que se têm esquecido um pouco deles, relativamente à falta de apoios, que têm sido bastante limitados, frisou Adelino Lopes, deixando um apelo para a premente necessidade de ajuda, no sentido de se poderem fazer algumas obras de beneficiação na colectividade, cujo orçamento rondará os 3 mil contos.
A concluir, deixou no ar um enorme desejo: é nossa pretensão relançar novamente o teatro e a escola de música, chamando a atenção daqueles mais entendidos que devem comparecer a fim de se dar outra vida ao Grupo Musical Carritense, pois estas duas vertentes têm estado paralizadas.

As Jornadas do Teatro Amador de 2001, tiveram a participação do grupo cénico tavaredense, que apresentou as atrás referidas peças de Tchekov, num espectáculo realizado na sede do Sport Clube de Lavos.


Em Outubro, o Ateneu Alhadense efectuou um encontro associativo, no qual participou o grupo da SIT. “....Depois de um curto intervalo, chegou o momento tão aguardado pelos amadores da SIT. E foi o que se esperava: a representação do “Urso”, de Tchekov, em que a amadora (artista diria) e encenadora Ilda Simões deu conta do seu inegável talento contracenando com o consagrado José Medina, a confirmar o seu enorme traquejo nestas lides teatrais, correctíssimo também o difícil papel de “mordomo”.
 A assistência vibrou e aplaudiu de pé, mas Ilda Simões não dispensou de homenagear um alhadense que dedicou toda a sua vida ao Ateneu e que também prolongou a sua prestação à SIT – em representações em louvor da planta cheirosa, “o limonete”. Chamados ao palco os amadores do Ateneu e a numerosa embaixada de Tavarede, ali cantaram com entusiasmo em fim de festa a célebre música que Anselmo Cardoso escreveu para o seu amigo José da Silva Ribeiro”.

O aniversário comemorado em Janeiro de 2002 teve, no seu espectáculo de gala uma nova peça, O homem, a besta e a virtude. No seu 98º aniversário, a Sociedade de Instrução Tavaredense (SIT) levou e mantém em cena a peça “O Homem, a Besta e a Virtude” de Luigi Pirandelo, autor dos inícios do século XX. Não é fácil representar Pirandelo, mas os actores e actrizes da SIT já nos habituaram a não terem dificuldade em representar qualquer peça de teatro, por mais difícil que seja.
         Fernando Romeiro, o actor principal e que se mantém em cena todo o tempo, tem um desempenho excelente, no papel do professor Paolino que dá aulas particulares a vários jovens entre eles, o filho da senhora Perella com quem tem uma relação amorosa.
         Aquela personagem, a quem o marido, o capitão Perella não liga, mesmo quando vem a casa passados meses, é bem desempenhada por Rosa Paz que também já nos habituou com a sua presença em palco. Rogério Neves personifica muito bem o autoritário e machista capitão Perella.
         O bom desempenho de todos: o doutor Nino, por Valdemar Cruz; o senhor Tótó, farmacêutico, António Barbosa; Rosária, a governanta, Manuela Mendes; os estudantes, Gil e Abel, representados por José Miguel Pereira e Anselmo Cardoso; Nónó, João Pedro Paz; Graça, a criada, Maria Helena Rodrigues e o marinheiro, João José Silva, faz com que ao longo de aproximadamente duas horas se assista a teatro de qualidade, apanágio da SIT ao longo da também já sua longa existência, uma vez que está a dois anos da comemoração do seu centenário.


         Mas por trás dos bastidores toda uma equipa trabalha afincadamente, antes, durante e depois, dirigida e coordenada por Ilda Simões que tem feito um bom trabalho e que tem a seu cargo a encenação e direcção de cena, equipa composta por José Miguel Lontro, Nuno Pinto, José Maltez, Otília Medina, João Pedro Amorim, João Fadigas, José Manuel Cordeiro e Vitor Assis.
         Vocacionada desde sempre para o teatro, a SIT está a desenvolver um projecto a que concorreu, através da Delegação do Ministério da Cultura da Região Centro, tendo em vista a formação nos vários domínios, o adequado apetrechamento técnico e um arquivo documental ligado ao teatro, de forma a que possa vir a apoiar os outros grupos de teatro amador do nosso concelho, que é um exemplo no país e a testemunhar estão as 25ª Jornadas de Teatro Amador, organizadas pelos Lions Clube da Figueira da Foz e que irão decorrer a partir de 27 de Março, nas quais estão inscritos 26 grupos de teatro.

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