Ainda no mesmo ano, o Grupo Musical e de Instrução
comemorou o seu aniversário. Com um
programa bastante variado, passando pela parte cultural, animação e desportiva,
desde o passado dia 29 de Julho, que o Grupo Musical de Instrução Tavaredense
iniciou as festividades comemorativas dos seus 90 anos de vida, que culminaram
no último fim de semana, no decorrer de uma sessão solene, presidida pelo
vereador Azenha Gomes, tendo como orador oficial Miguel Almeida.
Um dos pontos
altos desta cerimónia, foi vivida na evocação feita a Augusto da Silva Jesus,
sócio e dirigente durante 44 anos, a quem foi prestada uma justa homenagem,
onde o seu trabalho árduo e dedicado foram bem vincados. Já não é nos
tempos de hoje e é do conhecimento público, as várias oscilações porque tem passado
a agremiação tavaredense,cuja última década tem sido de alguma controvérsia.
Não foi
difícil perceber tal situação, perante a lacónica intervenção do presidente cessante
Paulo Medina: “tudo bate palmas, tudo é bonito, mas estamos a esquecer as
formiguinhas pequeninas que trabalham aqui, sem importância nenhuma e a quem
não ligamos, mas se fizermos casas e as fecharmos, apanham bolor e ninguém faz
nada por elas. Se não forem os bichinhos, os pequeninos que passam pelas
direcções, a fazerem um trabalho exemplar durante um ano e não são reconhecidos
‘ninguém os conhece!’... Gostava de dizer que sou um jovem de 35 anos, vivo o
Grupo, e que fiquei cá neste mandato somente pela simples razão (a qual muita
gente não sabe), que a colectividade estava para fechar as portas, sendo um
grupo de amigos que se reuniu à última da hora durante o mês de Setembro, que
fez a vida da colectividade continuar em frente. Esses sim, é que merecem os
elogios e as tais referidas palmas”.
A terminar
sublinhou: “em Tavarede não existe só uma colectividade, mas cinco. O que
sucede por vezes, e que lamento, é o facto das entidades que estão à frente de
Tavarede não tratem todas de modo igual, é só isto que pretendo dizer”,
concluiu.
Também a associação carritente festejou o seu 80º ano
de existência. Com muitas tradições
culturais, principalmente nas áreas do teatro e da música, o Grupo Musical
Carritense comemorou o seu 80º aniversário no decorrer de uma sessão solene
presidida pelo vereador Azenha Gomes, em representação da Câmara Municipal, ao
qual se associaram elementos de várias colectividades.
Um dos
pormenores retidos nesta cerimónia, foi o facto da instituição aniversariante
ter estado encerrada cerca de seis meses. Em relação a este impasse, o seu
presidente Adelino Lopes, referiu as dificuldades por que tem passado a sua
agremiação, queixando-se da falta de carolice de pessoas que efectivamente
poderiam colaborar no prosseguimento das suas actividades, focando no entanto
que é sempre bastante trabalhoso, requer bastante dedicação e sacrifício, o que
leva as pessoas cada vez mais a afastarem-se, dadas as dificuldades muitas
vezes presentes.Por outro
lado deixou um recado a quem de direito, que se têm esquecido um pouco deles,
relativamente à falta de apoios, que têm sido bastante limitados, frisou
Adelino Lopes, deixando um apelo para a premente necessidade de ajuda, no
sentido de se poderem fazer algumas obras de beneficiação na colectividade,
cujo orçamento rondará os 3 mil contos.
A concluir,
deixou no ar um enorme desejo: é nossa pretensão relançar novamente o teatro e
a escola de música, chamando a atenção daqueles mais entendidos que devem
comparecer a fim de se dar outra vida ao Grupo Musical Carritense, pois estas
duas vertentes têm estado paralizadas.
As Jornadas do Teatro Amador de 2001, tiveram a
participação do grupo cénico tavaredense, que apresentou as atrás referidas
peças de Tchekov, num espectáculo realizado na sede do Sport Clube de Lavos.
Em Outubro, o Ateneu Alhadense efectuou um encontro associativo, no qual participou o grupo da SIT. “....Depois de um curto intervalo, chegou o momento tão aguardado pelos amadores da SIT. E foi o que se esperava: a representação do “Urso”, de Tchekov, em que a amadora (artista diria) e encenadora Ilda Simões deu conta do seu inegável talento contracenando com o consagrado José Medina, a confirmar o seu enorme traquejo nestas lides teatrais, correctíssimo também o difícil papel de “mordomo”.
A assistência
vibrou e aplaudiu de pé, mas Ilda Simões não dispensou de homenagear um
alhadense que dedicou toda a sua vida ao Ateneu e que também prolongou a sua
prestação à SIT – em representações em louvor da planta cheirosa, “o limonete”.
Chamados ao palco os amadores do Ateneu e a numerosa embaixada de Tavarede, ali
cantaram com entusiasmo em fim de festa a célebre música que Anselmo Cardoso
escreveu para o seu amigo José da Silva Ribeiro”.
O
aniversário comemorado em Janeiro de 2002 teve, no seu espectáculo de gala uma
nova peça, O homem, a besta e a virtude.
No seu 98º aniversário, a Sociedade de
Instrução Tavaredense (SIT) levou e mantém em cena a peça “O Homem, a Besta e a
Virtude” de Luigi Pirandelo, autor dos inícios do século XX. Não é fácil
representar Pirandelo, mas os actores e actrizes da SIT já nos habituaram a não
terem dificuldade em representar qualquer peça de teatro, por mais difícil que
seja.
Fernando
Romeiro, o actor principal e que se mantém em cena todo o tempo, tem um
desempenho excelente, no papel do professor Paolino que dá aulas particulares a
vários jovens entre eles, o filho da senhora Perella com quem tem uma relação
amorosa.
Aquela
personagem, a quem o marido, o capitão Perella não liga, mesmo quando vem a
casa passados meses, é bem desempenhada por Rosa Paz que também já nos habituou
com a sua presença em palco. Rogério Neves personifica muito bem o autoritário
e machista capitão Perella.
O bom
desempenho de todos: o doutor Nino, por Valdemar Cruz; o senhor Tótó,
farmacêutico, António Barbosa; Rosária, a governanta, Manuela Mendes; os
estudantes, Gil e Abel, representados por José Miguel Pereira e Anselmo
Cardoso; Nónó, João Pedro Paz; Graça, a criada, Maria Helena Rodrigues e o
marinheiro, João José Silva, faz com que ao longo de aproximadamente duas horas
se assista a teatro de qualidade, apanágio da SIT ao longo da também já sua
longa existência, uma vez que está a dois anos da comemoração do seu
centenário.
Vocacionada
desde sempre para o teatro, a SIT está a desenvolver um projecto a que
concorreu, através da Delegação do Ministério da Cultura da Região Centro,
tendo em vista a formação nos vários domínios, o adequado apetrechamento
técnico e um arquivo documental ligado ao teatro, de forma a que possa vir a
apoiar os outros grupos de teatro amador do nosso concelho, que é um exemplo no
país e a testemunhar estão as 25ª Jornadas de Teatro Amador, organizadas pelos
Lions Clube da Figueira da Foz e que irão decorrer a partir de 27 de Março, nas
quais estão inscritos 26 grupos de teatro.
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