sábado, 28 de março de 2015

O Associativismo na Terra do Limonete -

          A habitual sessão solene, comemorativa do evento, foi realizada no domingo seguinte. Quase se pode considerar, ter sido com pompa e circunstância, a comemoração do 98º aniversário da SIT – onde cinco obreiros foram laureados com o emblema de ’50 anos de sócio’.
         Nas várias intervenções, destacamos a forma directa de Rosa Paz, presidente da colectividade, que referiu: “não é qualquer instituição, como nós, que leva num ano ‘4 peças de teatro ao palco’, independentemente das críticas – pouco ou nada se faz neste local”.
         Numa colectividade, onde tudo aparece à custa da nova carolice, é quase ‘um atrevimento’. 2001 não foi um ano de facilidades, mas também não queremos coisas fáceis, ‘queremos coisas que nos dêem luta’. Temos, acima de tudo, ainda que com muitas privações, ‘fazer teatro’, onde Ilda Simões tem sido a grande dinamizadora, não esquecendo a dedicação de todos, técnicos e amadores, que levam à cena ‘o espectáculo perfeitamente apresentado’, o que sempre corresponde a ‘casa cheia’. Venham daí, todos aqueles que atiram pedras para o charco”.
         Rosa Paz, sem papas na língua, evocou mesmo Mestre José da Silva Ribeiro, “o que tentamos fazer, e temos muito orgulho ‘mesmo vaidade’, o trabalho que a direcção e o grupo cénico estão a desenvolver”, sublinhando por outro lado “o futuro desta casa apresenta-se risonho”.
         Disse mesmo a líder da Sociedade de Instrução Tavaredense “aquilo que já foi um sonho, é neste momento realidade”, graças à Delegação Regional da Cultura do Centro e ao protocolo feito com a Escola da Noite, da SIT e já passou à prática.
         Dar o nosso apoio aos outros grupos de teatro do concelho e não só, é outro dos nossos objectivos, porque cada vez mais acreditamos na capacidade do teatro amador, onde surgem figuras que se tornam ‘grandes’.
         Gostaríamos de levar o barco a ‘bom porto’, acentuou Rosa Paz. Não somos de bater às portas que achamos necessárias. ‘Somos ambiciosas’ (direcção constituida por mulheres), lutaremos até ao fim, para conseguir atingir os objectivos que nos propuzemos, já lá vão ‘10 anos, abram-nos as portas por favor’. Em Tavarede, ama-se o teatro, vive-se para “ele”, concluiu.


         O Clube Desportivo e Amizade do Saltadouro festejou o 23º aniversário em Março de 2002. ... Segundo Fernando Serra, o presidente da direcção da colectividade, “foram 23 anos de muito trabalho, na concretização de um sonho de um pequeno grupo de homens, que quiseram dotar esta terra, ainda com tantas carências, e a sua gente, de melhores condições de vida, no âmbito do desenvolvimento cultural, recreativo e desportivo, e proporcionar aos jovens um complemento da sua formação, mais sadia e feliz”. 
         O dirigente associativo salienta ainda que “começaram do nada, sós, mas souberam, com o exemplo do seu trabalho e determinação, trazer amigos e foram sabendo e querendo que o sonho se realizasse”, e que “nunca a falta de apoios foi travão para parar”, pelo que “podemos mostrar a quem nos ajuda e connosco colaborou, que valeu a pena, a obra está visível”.

         Sobre este aniversário, é oportuno debruçarmo-nos sobre uma outra notícia, a qual historía um pouco do passado dessa associação. O Clube Desportivo e Amizade do Saltadouro festeja este domingo 24 anos de vida. A construção da sede foi um dos projectos mais acarinhados por todas as direcções, bem como a manutenção de algumas das suas valências, caso da escola de música e rancho Folclórico Os Cavadores do Saltadouro.
         Nesta edição, A Voz da Figueira mostra o percurso e as dificuldades com que a colectividade se debateu ao longo dos anos para manter a sua função de apoio a uma comunidade, no intuito de preservar o espírito associativo.
         O Clube Desportivo e Amizade do Saltadouro, em tempo festivo, vai comemorar o seu 24º aniversário no próximo domingo. A colectividade apareceu na ribalta do associativismo pela mão de 11 carolas e amigos que se reuniam inicialmente numa barraca e mais tarde fizeram a compra de uma plataforma em chapa, a qual serviu de suporte até há cerca de seis anos, tendo como referência a partida deste ainda curto percurso, a modalidade de atletismo, que esteve somente em competição apenas por dois anos.
         Mais tarde, sensivelmente em 1982, alguém pensou em se abalançar a um projecto para a nova sede e ele surgiu, o que abriu a possibilidade para o início das obras que redundaram, nos tempos que correm, em magníficas instalações.
         Segundo Fernando Serra, presidente da direcção, “foi possível este arranque na altura porque havia alguma verba em caixa, que se juntou a outras receitas provenientes da exploração do bar e diversas iniciativas. Há cerca de quatro anos deixámos a dita plataforma para dispormos da colectividade que hoje temos, a qual está praticamente concluída".
         Como curiosidade, ficámos a saber que “a plataforma custou 150 contos e para a nova sede jogou-se com um orçamento de 40 mil contos” (já foram gastos e pagos 32 mil contos, dos quais cerca de quatro mil contos contabilizados em oferta de mão de obra prestada por sócios).
         Fernando Serra foi-nos dizendo que a filosofia dos responsáveis da agremiação pauta-se exactamente por tomar decisões em termos de enriquecimento do seu património, consoante as disponibilidades financeiras. Nada é feito de ânimo leve, mas sim com os pés bem assentes na terra, referindo que “vamos construindo e não nos ficamos pelas promessas”.
         Pode-se dizer no entanto que o único subsídio a nível institucional adveio do anterior mandato da Câmara Municipal da Figueira da Foz (2.500 contos, em duas tranches) mais 350 contos anualmente para a área cultural (rancho folclórico e escola de música), acrescidos de 150 contos para despesas correntes. Há que destacar, no entanto, que “tivemos algumas ofertas anónimas e outras, da qual se pode destacar a dádiva do Intermarché de 500 contos”.
         Quanto às actividades em curso, referência para o Rancho Folclórico os Cavadores do Saltadouro (fundado em 1 de Maio de 1991), jogos tradicionais, cicloturismo, escola de música, equipa de pesca federada (10 elementos), teatro e janeiras.
         Pode dizer-se em abono da verdade, referiu o presidente da direcção, que “para fazer face a todas as exigências ou compromissos, a nossa grande fonte de receita vem sem dúvida da exploração do bar, concursos de pesca e deslocações ao exterior do rancho folclórico”.
         Fernando Serra, ligado há uma década à instituição, contando com sete de liderança, sustentou que além disso, tem contado “a cem por cento com a enorme colaboração de todas as equipas que ao longo dos anos vêm fazendo parte dos elencos directivos”, onde 50% são do escalão etário mais jovem.
         Quisemos saber quais as principais prioridades e objectivos para o futuro. Fernando Serra declarou ao nosso jornal que os mesmos apontam para acabar o piso do salão, afim de se poder dar início à prática de ginástica de manutenção e dança de salão, o acabamento do palco para que se possam representar algumas peças de teatro, cuja finalidade é fazer intercâmbios com outras colectividades, como é o caso da Filarmónica Figueirense que à sede do CDAS se vai deslocar no próximo dia 23. Posteriormente, “pensamos noutros voos, como seja o atletismo, reforçarmos o nosso rancho e biblioteca”, já com mais de 400 peças (a maior parte oferecida pelo sócio Aníbal Querido). Uma outra das ambições é entrar no desporto ‘PT/INTERNET’, afecto ao Ministério da Cultura. Outra preocupação vai no sentido da renovação do guarda-roupa do rancho folclórico, mas necessitam-se de ajudas, aliadas à boa vontade dos elementos femininos que confeccionam os seus fatos. Um outro vector que Fernando Serra considera importante, é a “captação/cativação da juventude para que ocupem o nosso espaço nos tempos livres, pois existem condições próprias para o efeito”.
         Se falarmos em dificuldades, Fernando Serra foi expontâneo: “tem sido a construção da sede uma das grandes lutas”, porque “os apoios foram escassos. Mesmo assim, nunca pararam as obras por falta de dinheiro, graças também à gestão das direcções”. Outro aspecto focado vai para um alerta: é necessário alargar o corpo directivo.
         Para que se fique a saber, o Clube Desportivo e Amizade do Saltadouro foi fundado a 11 de Março de 1979, e o terreno onde se encontra instalada a sua sede social foi doado por José Ferreira do Vale. O Rancho Folclórico Os Cavadores do Saltadouro, é constituído por 38 elementos e é superiormente dirigido pelo seu ensaiador José António Andrade Costa.

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