A idade e a doença de Mestre José Ribeiro impediram-no de continuar a sua tarefa de encenador. A direcção do grupo cénico passou para João de Oliveira Júnior, um dos mais antigos amadores tavaredenses que, com o apoio e indicações do Mestre, apresentou a conhecida peça ‘A Nossa Casa’, que já havia sido levada à cena no nosso palco em 1943. Foi com esta peça que participou nas IX Jornadas do Teatro Amador da Figueira da Foz.
Para as comemorações do aniversário da colectividade, em Janeiro de 1986, o grupo cénico ensaiou e repôs em cena a famosa peça de José Ribeiro ‘Chá de Limonete’, que havia sido representada em 1950. “Esgotando lotações, em sucessivos espectáculos, o público mostra que não está tão arredio do teatro como se diz e que de facto a fantasia musical concebida pelo talento genial de José Ribeiro sabe criar a comunicação ideal entre público e actores. De facto, quem já teve a oportunidade de assistir à representação de ‘Chá de Limonete’ só pode sentir-se orgulhoso por assistir a um bom momento de teatro de amadores e enriquecido por um bom espectáculo onde a cor e alegria são o complemento adequado de um texto escorreito e pedagogicamente pragmático”, escreveu o crítico do ‘Diário de Coimbra’.
E para as Jornadas do Teatro Amador de 1986, a Sociedade de Instrução Tavaredense recorreu, uma vez mais, a Molière, o grande clássico francês. Foi com a peça ‘As Artimanhas de Scapino’ que fez a sua participação. Mas este ano de 1986 foi bastante dramático para o nosso teatro. No dia 13 de Setembro desse ano faleceu Mestre José da Silva Ribeiro. Já em Maio e Agosto haviam falecido dois grandes amadores do grupo cénico: Fernando Severino dos Reis e António Jorge da Silva. “Foi ontem a sepultar, no Cemitério de Tavarede, José da Silva Ribeiro. Há já algum tempo de saúde muito abalada, José da Silva Ribeiro terminou os seus dias, quase da mesma maneira com que atravessou a vida: em pleno sofrimento.
Completaria em Novembro 93 anos de idade, este homem de regime de vida espartano mas de suculenta alimentação espiritual. A sua acção, e modo de ser, pertencerão para sempre à história de teatro em Tavarede, na Figueira da Foz e no Baixo Mondego, aliás como a sua vivência cívica. Agraciado com a Ordem da Liberdade, pelo ex-Presidente general Ramalho Eanes, José Ribeiro não foi apenas a figura emblemática e carismática da Sociedade de Instrução Tavaredense que amou, egoisticamente, como o já tinham feito os seus progenitores.
E para as Jornadas do Teatro Amador de 1986, a Sociedade de Instrução Tavaredense recorreu, uma vez mais, a Molière, o grande clássico francês. Foi com a peça ‘As Artimanhas de Scapino’ que fez a sua participação. Mas este ano de 1986 foi bastante dramático para o nosso teatro. No dia 13 de Setembro desse ano faleceu Mestre José da Silva Ribeiro. Já em Maio e Agosto haviam falecido dois grandes amadores do grupo cénico: Fernando Severino dos Reis e António Jorge da Silva. “Foi ontem a sepultar, no Cemitério de Tavarede, José da Silva Ribeiro. Há já algum tempo de saúde muito abalada, José da Silva Ribeiro terminou os seus dias, quase da mesma maneira com que atravessou a vida: em pleno sofrimento.
Completaria em Novembro 93 anos de idade, este homem de regime de vida espartano mas de suculenta alimentação espiritual. A sua acção, e modo de ser, pertencerão para sempre à história de teatro em Tavarede, na Figueira da Foz e no Baixo Mondego, aliás como a sua vivência cívica. Agraciado com a Ordem da Liberdade, pelo ex-Presidente general Ramalho Eanes, José Ribeiro não foi apenas a figura emblemática e carismática da Sociedade de Instrução Tavaredense que amou, egoisticamente, como o já tinham feito os seus progenitores.
José Ribeiro Retrato de Zé Penicheiro e Ex-libris desenho de Moreira Júnior
Autodidacta, utilizou a sua pena na “Voz da Justiça” até que a mordaça da censura e da ignominia lhe determinaram a morte. Mesmo assim, José Ribeiro soube sempre distinguir os adversários dos inimigos e recusar as migalhas oferecidas pelos “amigos”, mesmo quando os proventos materiais roçavam o franciscanismo. À frente da Sociedade de Instrução Tavaredense fez escola. Sem ser este o local para a devida apreciação, mesmo assim diremos que soube interpretar (os seus amantíssimos clássicos) na pureza mais original. Ainda, recentemente, no I Encontro de Teatro da Figueira da Foz o seu nome foi apontado (e aprovado) para tutelar um centro de apoio aos agrupamentos teatrais. A sua saúde debilitada já não lhe permitiu compreender o alcance desta justa medida. Oxalá, que as autoridades incumbidas de materializar o projecto saibam, urgentemente, dar-lhe a concretização devida. Será, talvez, uma pequeníssima homenagem. Mas é, indubitavelmente, a que merece quem sempre lutou com independência e honra. Para a tumba vão muitos segredos da sua vida, mas para quem fica resta a certeza que o teatro amador português perdeu alguém que o serviu com amor, arte e desinteresse. E quase sempre tendo a angústia como companheira mais próxima”. Esta nota foi publicada no jornal ‘Diário de Coimbra’.
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