quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sociedade de Instrução Tavaredense - 75

O aniversário de Janeiro de 1993 teve o ponto mais alto na sessão solene comemorativa, durante a qual foi prestada homenagem póstuma a dois destacados amadores do grupo cénico: Fernando Severino dos Reis e António Jorge da Silva, tendo sido descerrados os seus retratos pintados pelo artista António Azenha.
Fernando Reis (O Romeiro) e António Jorge da Silva (Telmo Pais) na peça ‘Frei Luís de Sousa’ - 1951

E no Dia Mundial do Teatro desse ano, o grupo cénico levou à cena a peça ‘Tá Mar’, de Alfredo Cortez, tendo aproveitado a oportunidade para também homenagear ‘duas dedicações vivas à causa do ‘nosso teatro’, Jorge Monteiro de Sousa (o homem que faz dos cenários o seu brincar) e João Medina, 45 anos a pisar aquelas tábuas carregadas de história, tradição e muitas glórias’.

Em 1993, e pela primeira vez, o grupo cénico tavaredense ultrapassou as fronteiras. Convidada pela Câmara Municipal, uma embaixada tavaredense deslocou-se a França, a Gradignan, cidade geminada com a Figueira da Foz. “… A presença de Tavarede e dos seus amadores aproximava-se não apenas do fim, mas igualmente do seu momento mais elevado: nessa noite houve Teatro, na fabulosa sala das Quatro Estações, uma maravilha da técnica na construção de teatros!

Dizem os entendidos que foi uma das mais conseguidas representações das várias já efectuadas da “Tá Mar”, pela SIT e que mereceu nos fartos aplausos dos assistentes no anfiteatro. Em nome da verdade se deve dizer que não eram muitos. Tavarede, nessa noite, teve sérios inimigos: a televisão final da Taça de França, com a equipa do português Artur Jorge; a impiedosa chuvada que durante horas se manteve; um jantar de portugueses da zona, que comemorava o 10 de Junho e ainda uma festa que a uma centena de metros Gradignan vivia. Mas Tavarede e os seus amadores cumpriram com toda a dignidade a missão que haviam aceitado.



João Medina a ser caracterizado por Mestre José Ribeiro















Jorge Monteiro de Sousa, moço do fidalgo, 'Auto da Barca do Inferno'


O nome da Figueira da Foz, os propósitos da geminação, a arte dos amadores – teatrais, musicais, gastronómicos,--- - que de Tavarede, da sua freguesia, levaram a Gradignan uma mensagem de amizade, --- tudo, tudo foi cumprido com a qualidade, dedicação, muito figueirentismo, espírito de sacrifício, por um punhado de gente que bem merece o prémio de Divulgação do Nome da Figueira da Foz. Parabéns, amadores de Tavarede…”.

‘Tá Mar’

‘… pensamos que foi deveras gratificante para todos e sobretudo para esta colectividade levar o bom nome da nossa terra para além fronteiras…’, escreve-se no relatório da Direcção desse ano.

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