Nasceu na Figueira da Foz, no dia 14 de Agosto de 1854, filho de Alexandre Fernandes Gaspar e de Caetana Conceição Lemos. Era neto de Ana de Jesus Amorim, que foi mãe de 22 filhos. Casou com Maria Hermínia Jorge Balsas Lé, que faleceu em Março de 1932, com 68 anos de idade, tendo duas filhas, Cândida Otília e Ricardina.
Depois de fazer a instrução primária na Figueira, foi para Coimbra tirar o curso do liceu e, no ano de 1874, matriculou-se nas Faculdades de Medicina e de Filosofia, na Universidade daquela cidade.
Em 1875 mudou-se para o Porto, onde fez as cadeiras dos preparatórios médicos na Escola Politécnica.
Devido a uma grave doença, foi forçado a abandonar os estudos, pelo que regressou à sua terra natal, dedicando-se ao ensino livre, leccionando português, francês, matemática, geografia e história.
Começou, também, a escrever para os jornais, publicando colaboração sua em praticamente todos os jornais figueirenses, além de outros do Porto e Coimbra. Foi fundador e director do periódico “À Beira-Mar”.
Poeta de grande sensibilidade, publicou, em 1888, o seu primeiro livro de poesia, a que deu o título de “Ritmos”.
Quando publicou este livro de versos ofereceu um exemplar ao seu amigo e ex-condiscípulo no Porto, António Nobre. Este poeta agradeceu-lhe a oferta com o envio do seu livro “Só”, no qual escreveu a seguinte dedicatória: “Ao poeta Gaspar de Lemos, em troca do seu belo livro, - bilha de leite por bilha de azeite – of. António Nobre”.
Durante 12 anos exerceu o cargo de secretário da Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira Alta, saindo em 1900 para emigrar para África. Trabalhou, durante 14 anos, na Companhia do Zambeze, como tesoureiro.
Regressou à Figueira e à Companhia da Beira Alta, mas voltou a África, a Quelimane, donde voltou, em definitivo, no ano de 1921.
Entretanto havia continuado a sua carreira literária. Em parceria com António Pereira Correia, também autor de várias peças teatrais, como O casamento da Vasca e autor da letra da Marcha do Vapor, escreveu a revista Zás Trás, a que se seguiram, mas individualmente, as operetas A Princesa de Caceira e O Crime de El-Rei Bisnau e os livros de poesia Lanterna Mágica e Horas/Afonso Duarte.
Fixou-se definitivamente em Tavarede, na sua quinta da Mentana, onde mandara construir uma vivenda para residência. Além do trato das flores e pomar, de que cuidava carinhosamente, passou a dedicar-se mais ao jornalismo, à poesia e ao teatro.
A 11 de Abril de 1925, o grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense leva à cena Em busca da Lúcia-Lima, que escreveu propositadamente para aquela colectividade e, no ano seguinte, escreve Pátria Livre, nova opereta.
Em colaboração com José da Silva Ribeiro, escreve os versos para mais três operetas fantasias, que alcançaram outros tantos êxitos: Grão-Ducado de Tavarede, Retalhos e Fitas e O Sonho do Cavador. Esta última foi a peça mais representada por aquele grupo cénico.
São, ainda, de sua autoria a opereta dramática O Negreiro, a novela O casamento da Elvira e mais de cem sonetos, artigos e crónicas que, sob os pseudónimos de “Hogarth & Cª” e “Luzbelo”, publicou em “A Voz da Justiça”, focando alguns tipos pitorescos e figuras curiosas figueirenses dos finais do século XIX.
“Os seus últimos tempos foram-lhe muito ingratos. O destino havia-lhe reservado uma dolorosa surpresa, pois ficou cego. Dirigia-se, então, às estantes onde sabia que se encontravam os seus livros favoritos e, acariciando-lhes tremulamente as lombadas, dizia desalentado: ‘sou um analfabeto’, e chorava”.
Tavarede homenageou a sua memória atribuindo o seu nome a uma das principais ruas da “urbanização do Vale do Pereiro”, onde era a sua quinta da Mentana. Também a Sociedade de Instrução Tavaredense, de que foi presidente da Assembleia Geral durante muitos anos, lhe prestou homenagem considerando-o seu Sócio Honorário e descerrando, no salão nobre, o seu retrato. “… descerrou a fotografia do autor dos versos do Sonho do Cavador, a assistência ergueu-se numa carinhosa e longa ovação”.
Gaspar de Lemos será, contudo, sempre recordado na sua terra adoptiva, pelos seus versos, inscritos na base da estátua ao cavador, que escreveu para a opereta Pátria Livre:
Vamos todos sem cansaço
Na terra dura,
Cavar, cavar.
A força do nosso braço,
Traz a fartura
Do nosso lar.
Depois de fazer a instrução primária na Figueira, foi para Coimbra tirar o curso do liceu e, no ano de 1874, matriculou-se nas Faculdades de Medicina e de Filosofia, na Universidade daquela cidade.
Em 1875 mudou-se para o Porto, onde fez as cadeiras dos preparatórios médicos na Escola Politécnica.
Devido a uma grave doença, foi forçado a abandonar os estudos, pelo que regressou à sua terra natal, dedicando-se ao ensino livre, leccionando português, francês, matemática, geografia e história.
Começou, também, a escrever para os jornais, publicando colaboração sua em praticamente todos os jornais figueirenses, além de outros do Porto e Coimbra. Foi fundador e director do periódico “À Beira-Mar”.
Poeta de grande sensibilidade, publicou, em 1888, o seu primeiro livro de poesia, a que deu o título de “Ritmos”.
Quando publicou este livro de versos ofereceu um exemplar ao seu amigo e ex-condiscípulo no Porto, António Nobre. Este poeta agradeceu-lhe a oferta com o envio do seu livro “Só”, no qual escreveu a seguinte dedicatória: “Ao poeta Gaspar de Lemos, em troca do seu belo livro, - bilha de leite por bilha de azeite – of. António Nobre”.
Durante 12 anos exerceu o cargo de secretário da Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira Alta, saindo em 1900 para emigrar para África. Trabalhou, durante 14 anos, na Companhia do Zambeze, como tesoureiro.
Regressou à Figueira e à Companhia da Beira Alta, mas voltou a África, a Quelimane, donde voltou, em definitivo, no ano de 1921.
Entretanto havia continuado a sua carreira literária. Em parceria com António Pereira Correia, também autor de várias peças teatrais, como O casamento da Vasca e autor da letra da Marcha do Vapor, escreveu a revista Zás Trás, a que se seguiram, mas individualmente, as operetas A Princesa de Caceira e O Crime de El-Rei Bisnau e os livros de poesia Lanterna Mágica e Horas/Afonso Duarte.
Fixou-se definitivamente em Tavarede, na sua quinta da Mentana, onde mandara construir uma vivenda para residência. Além do trato das flores e pomar, de que cuidava carinhosamente, passou a dedicar-se mais ao jornalismo, à poesia e ao teatro.
A 11 de Abril de 1925, o grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense leva à cena Em busca da Lúcia-Lima, que escreveu propositadamente para aquela colectividade e, no ano seguinte, escreve Pátria Livre, nova opereta.
Em colaboração com José da Silva Ribeiro, escreve os versos para mais três operetas fantasias, que alcançaram outros tantos êxitos: Grão-Ducado de Tavarede, Retalhos e Fitas e O Sonho do Cavador. Esta última foi a peça mais representada por aquele grupo cénico.
São, ainda, de sua autoria a opereta dramática O Negreiro, a novela O casamento da Elvira e mais de cem sonetos, artigos e crónicas que, sob os pseudónimos de “Hogarth & Cª” e “Luzbelo”, publicou em “A Voz da Justiça”, focando alguns tipos pitorescos e figuras curiosas figueirenses dos finais do século XIX.
“Os seus últimos tempos foram-lhe muito ingratos. O destino havia-lhe reservado uma dolorosa surpresa, pois ficou cego. Dirigia-se, então, às estantes onde sabia que se encontravam os seus livros favoritos e, acariciando-lhes tremulamente as lombadas, dizia desalentado: ‘sou um analfabeto’, e chorava”.
Tavarede homenageou a sua memória atribuindo o seu nome a uma das principais ruas da “urbanização do Vale do Pereiro”, onde era a sua quinta da Mentana. Também a Sociedade de Instrução Tavaredense, de que foi presidente da Assembleia Geral durante muitos anos, lhe prestou homenagem considerando-o seu Sócio Honorário e descerrando, no salão nobre, o seu retrato. “… descerrou a fotografia do autor dos versos do Sonho do Cavador, a assistência ergueu-se numa carinhosa e longa ovação”.
Gaspar de Lemos será, contudo, sempre recordado na sua terra adoptiva, pelos seus versos, inscritos na base da estátua ao cavador, que escreveu para a opereta Pátria Livre:
Vamos todos sem cansaço
Na terra dura,
Cavar, cavar.
A força do nosso braço,
Traz a fartura
Do nosso lar.
Faleceu, em Tavarede, no dia 3 de Junho de 1941, com 84 anos de idade.
“… desde que abri os olhos à vida, vi sempre a meu lado este homem alto e seco, de grandes olhos penetrantes e vivos, um riso sarcasta a cascalhar-lhe no lábio irónico, um dito mordaz sempre aceso, um encolher de ombros significativo de profunda indiferença pelas rasteiras coisas do mundo…
… ledor atento das bucólicas e das geórgicas, vivia seus lazeres no enlevo e no encantamento da sua formosa quinta de Tavarede, desde a entrada doce em sombras de acácias, até à várzea junto ao ribeiro, onde os corrimões de roseiras e as fiadas de cravos oloresciam o ar…”.
Fotos - 1 - João Gaspar de Lemos Amorim; 2 - Gaspar de Lemos, sentado, de chapéu e guarda-chuva, com um grupo de amigos da SIT (atrás de si está Manuel Jorge Cruz e à esquerda José da Silva Ribeiro.
Caderno - Tavaredenses com história.
Caro Vítor :
ResponderEliminarTens de corrigir o ano do falecimento,pois está "gralhado".
Um grande Abraço !
Caro Amigo João
ResponderEliminarAdmito que eu esteja errado, mas nos meus retalhos da imprensa figueirense, encontrei a noticia do falecimento de João Gaspar de Lemos Amorim. Ao fazer a cópia talvez tenha errado mas, por favor, esclarece-me.
Um abraço
João
ResponderEliminarEstou mesmo a ficar 'chéché'
Olhei para o 41 e mais nada. Peço-te imensa desculpa, mas, na verdade, 100 anos é uma grande díferença e um enorme erro.
Vitor
Pou, cara.
ResponderEliminarQue importância você acha que essa cutrucada toda tem para a História ou para a Cultura do Brasil?
Deixa de ser besta.