No mês seguinte, e na sua sede, o grupo cénico da colectividade realizou um espectáculo, não sei com que programa, cuja receita reverteu a favor da mulher e filhos de “um pobre operário que há muito tempo se encontra doente no Hospital da Misericórdia”.
Em Abril, no domingo de Páscoa, “A tuna saiu sob a regencia do sr. João Jorge Silva, para cumprimentar os seus associados.
Foi depois de visita à Figueira, após o que se dirigiu “para casa do seu socio protector sr. Manuel da Silva Jordão, nos Carritos, que, recebendo-a com franca alegria, lhe offereceu um delicioso copo d’água.
Alguns dos divertidos rapazes que n’ella tomavam parte tocaram algumas valsas do seu reportorio n’uma das dependencias do espaçoso quintal d’aquelle senhor, que muitos rapazes e raparigas tanto d’ali como da Figueira, Tavarede, etc., que acompanhavam a tuna, dançaram alegremente, até que, approximando-se a noite, tocou mais uma vez o hymno, dentro da casa do sr. Jordão, levantando-se calorosos vivas ao socio protector do Grupo Musical Tavaredense, á familia Jordão, aos benemeritos, etc., terminando ali, e d’esta fórma, as boas-festas da Paschoa de 1916.
Entraram em Caceira e Tavarede a tocar um bonito ordinario, sabiamente instrumentado por um musico d’essa cidade.
Apesar de faltaram alguns musicos por motivos de força maior, a tuna era constituida por 24 figuras”.
Também nesse mês se iniciaram os ensaios daquele drama que, durante alguns anos, foi considerado o melhor espectáculo realizado pelo Grupo Musical, denominado “Um Erro Judicial”, em três actos. Alcançou enorme êxito e, lá para diante, irei referindo algumas das deslocações efectuados com esta peça.
Em Abril, no domingo de Páscoa, “A tuna saiu sob a regencia do sr. João Jorge Silva, para cumprimentar os seus associados.
Foi depois de visita à Figueira, após o que se dirigiu “para casa do seu socio protector sr. Manuel da Silva Jordão, nos Carritos, que, recebendo-a com franca alegria, lhe offereceu um delicioso copo d’água.
Alguns dos divertidos rapazes que n’ella tomavam parte tocaram algumas valsas do seu reportorio n’uma das dependencias do espaçoso quintal d’aquelle senhor, que muitos rapazes e raparigas tanto d’ali como da Figueira, Tavarede, etc., que acompanhavam a tuna, dançaram alegremente, até que, approximando-se a noite, tocou mais uma vez o hymno, dentro da casa do sr. Jordão, levantando-se calorosos vivas ao socio protector do Grupo Musical Tavaredense, á familia Jordão, aos benemeritos, etc., terminando ali, e d’esta fórma, as boas-festas da Paschoa de 1916.
Entraram em Caceira e Tavarede a tocar um bonito ordinario, sabiamente instrumentado por um musico d’essa cidade.
Apesar de faltaram alguns musicos por motivos de força maior, a tuna era constituida por 24 figuras”.
Também nesse mês se iniciaram os ensaios daquele drama que, durante alguns anos, foi considerado o melhor espectáculo realizado pelo Grupo Musical, denominado “Um Erro Judicial”, em três actos. Alcançou enorme êxito e, lá para diante, irei referindo algumas das deslocações efectuados com esta peça.
Muito curiosa é uma notícia que encontrei em Agosto de 1916, em que se dá novas de Tavarede a um tal “D. Limonete” emigrado no Brasil. Eis essa notícia:
“Meu caro D. Limonete (Brasil)
É dever meu, em primeiro logar, pedir-te desculpa de na ultima carta, commeter o crime de não ter junto ao teu perfumado nome o Dom, que tão dignamente adquiriste n’este canteiro saudoso, onde a gente chic que o visita fica presa ao cheiro agradavel d’essa flôr branca, miudinha, ornada de pequenas folhas verdes.
Deves desculpar, pois, esta falta commetida sem intuitos de melindrar-te.
Vou continuar a responder às perguntas que me fizeste há dias:
O Grupo Musical é uma aggremiação que está em principio, mas já com progressos razoaveis. Fundou-se sem meios e installou a sua séde n’uma casa pequena, onde construiu um theatrito para as familias dos associados passarem as noites grandes. E que foi vivendo com este auxilio e com qualquer donativo recebido quando a sua tuna fazia serviço em festas, e que hoje, dizem-me já vive mais desafogadamente. O sr. Manuel da Silva Jordão, dos Carritos, cidadão de fortuna, offereceu lhe para séde a casa que pertencia ao sr. João Aguas, na rua Direita, e a Direcção do Grupo, n’um impulso de vontade, ao receber tão valiosa offerta, metteu obras na casa e construiu um elegante theatro. Mas avalias pelas coisas do teu tempo, o interesse com que os rapazes trabalhavam na realização das obras. Trabalhavam de noite e aos domingos, os socios, que eram pedreiros, carpinteiros, pintores, etc., etc., sem quererem um centavo sequer. O interesse d’elles era só que a sociedade progredisse e isso assim tem acontecido, pois que, o theatro acabado, ali teem effectuado récitas magnificas, representando-se dramas de sensação, d’aquellas peças tragicas de que tu eras apaixonado. Os Medinas (principalmente o Zé), são as fãbricas do riso d’esses espectaculos. Que fartadella tu apanhavas se o visses na comedia O Cabo de Ordens...
O João da Simôa é o regente da tuna e, tem sido incansavel, os rapazes apresentam-se afinadinhos e executam módinhas de gosto. O Antonito Medina, o filho do Antonio que tu, por certo, conheces, é tambem muito activo e dedicado socio do Grupo Musical e vem a ser ainda outro tio... Ora aqui tens tu mais uma sociedade com futuro.
Na tua carta publicada no sabbado preterito na Gazeta perguntas-me se o Zé Medina é vivo e se o Chico Prôa bebe zurrapa pelo côco que elle te disse comprar na Ilha da Madeira. Ó menino, respondo-te que o Medina está vivinho e hilariante, e o Chico Prôa faltou-te ao promettido e disse-me que nem sequer te conhece”.
Pois atrevo-me a dar uma outra informação: o autor desta resposta, tão elogiosa para o Grupo, assinava-se por “Labina”, pseudónimo nada mais nada menos do que do secretário da Assembleia Geral que, havia cerca de quatro anos, pedira a demissão do cargo em seguimento a tão pouco agradáveis “mimos” trocados com a Direcção de então e a que fiz referência. Como vêem tudo acabou em bem...
Pois atrevo-me a dar uma outra informação: o autor desta resposta, tão elogiosa para o Grupo, assinava-se por “Labina”, pseudónimo nada mais nada menos do que do secretário da Assembleia Geral que, havia cerca de quatro anos, pedira a demissão do cargo em seguimento a tão pouco agradáveis “mimos” trocados com a Direcção de então e a que fiz referência. Como vêem tudo acabou em bem...
Fotos - 1 - Emblema do Grupo Musical; 2 - Era aqui a sede do Grupo. O palco ficava neste lado do edificio; 3 - Violinda Medina, protagonosta da peça 'Erro Judicial'.
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