O quarto aniversário do Grupo, o primeiro festejado nas novas instalações, teve um espectáculo em que foram apresentadas, com bom desempenho, as chistosas comédias “Amo, creado e creada”, “Hospedaria do Tio Anastácio”. A cena cómica “O Chainças” e a cançoneta “Não vos digo mais nada...”, nas quais “se salientaram Emília Gomes. José Medina, Faustino Ferreira, Medina Júnior, etc., sendo todos bastante aplaudidos”. No domingo houve “baile que durou até às 24 horas, dançando-se animadamente ao som duma afinada orquestra, composta de elementos do mesmo Grupo”.
No dia 30 de Outubro de 1915 teve lugar a inauguração da época teatral /15/16, apresentando o grupo cénico o emocionante drama em 3 actos “Os Salteadores da Floresta Negra” e a engraçada comédia em 1 acto “Cada doido...”.
Uma pequena notícia sobre este espectáculo: “O drama em 3 actos Os Salteadores da Floresta Negra foi correctamente desempenhado, tendo scennas emocionantes, e no papel de Fernando, official do exercito, Faustino Ferreira, como nos papeis de Beatriz, a menina Emilia Pedrosa, e no de Fresco, Antonio Medina Junior, e no de Capitão dos Salteadores, José Medina, por vezes foram applaudidos.
As restantes personagens tambem agradaram.
Na comedia Cada doido... a plateia esteve em franca gargalhada, recebendo Maria Esteves, José Medina e Faustino Ferreira muitas palmas no final”, referindo depois que “a orquestra, composta de bons elementos, esteve sob a regência do sr. João Jorge da Silva, que há tempo se encontrava afastado daquela colectividade, mas que, de novo, resolveu tomar conta da organização da tuna do Grupo, devendo em breve começar os ensaios”. Fica esclarecida, assim, a notícia sobre um outro regente nas festas sanjoaninas.
E em Novembro surge a informação de que começaram a ensaiar o tradicional “Presépio”, “peça sacra que antigamente se representava nesta localidade com muito interesse e sempre com casas à cunha”.
Não posso garantir que tenha sido realizado o espectáculo, pelo Natal, com aquela peça. O que se apresentou, e isso é certo, foi o outro drama sacro, “Os Reis Magos”, embora duas semanas depois do dia devido. Julgo que terá acontecido pelo falecimento, em 31 de Dezembro, de António da Cruz, pai dos drs. Manuel e José Gomes Cruz e avô de Manuel Jorge Cruz, director do jornal “A Voz da Justiça”, figuras de bastante saliência na localidade e que, presumo, tenha motivado o cancelamento da apresentação do “Presépio” e o adiamento dos “Reis Magos”.
Sobre esta apresentação aparece, dias depois, um anúncio informando de que “Adelino Alves Pereira, comerciante desta praça e distinto amador fotográfico, tem à venda no seu estabalecimento, à Praça Velha, uma bonita colecção de nítidos retratos dos Reis Magos e várias cenas pastoris, tais como a Romagem do Diabo, Camilo e Cacilda, Cena Nova, Gil Brás Gaiteiro, etc., que foi um dos últimos domingos tirar a Tavarede, no teatro do Grupo Musical, onde foram representados”.
Sem comentários:
Enviar um comentário