Conforme vimos no último apontamento da SIT, criticava-se bastante a nova colectividade, especialmente no caso da apanha de alguns bilhetes de espectáculos. Isto era inteiramente verdade! Alguns sócios do Grupo Musical resolveram apresentar queixa na Polícia, contra a Sociedade, alegando a 'venda' de bilhetes para os seus espectáculos, que eram considerados, para efeitos fiscais, como exclusivamente para sócios e famílias e gratuitos.
Ora houve inquérito, a Sociedade foi chamada a 'contas' e teve que pagar uma multa. E, como referi, alguém utilizou para pagamento dessa multa o dinheiro que havia sido apurado para o relógio da torre, que ficou sem o necessário conserto... Mas, continuemos com a nossa história sobre os princípios da jovem colectividade. Com pouco mais de um ano de existência, logo surgiram problemas... e graves.
Poucos dias depois da declaração publicada pelo secretário da Assembleia Geral, Anibal Nunes Cruz, surge a reacção da Direcção, através de um comunicado bastante violento, mesmo insultuoso, para com aquele elemento demissionário. Conheci, pessoalmente, os principais envolvidos nesta polémica questão. Só posso atribuir as frases escritas publicamente, a um exagero momentâneo. Aliás, ambos estavam integrados na mesma família e, não muito tempo depois, estavam novamente todos reunidos na caminhada cultural desta colectividade da terra do limonete.
Mas o que tinha acontecido? Claro que um comunicado violento tinha que ter uma resposta igualmente violenta. Ou, até, ainda mais. Por me parecer ser a origem de toda a questão, vou transcrever, somente, este pequeno retalho: “... “Quem pertencer aqui não pode ser lá de cima!”... (Mais abaixo poderão tomar conhecimento mais detalhado desta nota)
Mas o que tinha acontecido? Claro que um comunicado violento tinha que ter uma resposta igualmente violenta. Ou, até, ainda mais. Por me parecer ser a origem de toda a questão, vou transcrever, somente, este pequeno retalho: “... “Quem pertencer aqui não pode ser lá de cima!”... (Mais abaixo poderão tomar conhecimento mais detalhado desta nota)
Não sabemos, concretamente, até onde iria a razão de um e do outro. Mas continuemos...
Eis alguns apontamentos da resposta da Direcção, publicada no jornal 'Gazeta da Figueira': "sr. redator – O Grupo Musical Tavaredense pede-lhe a fineza de publicar no seu muito lido jornal uma declaração justa e verdadeira, e não como uma igual que saíu no seu jornal de 16 do corrente, feita pelo sr. Anibal Cruz, que mal empregado é este nome de Cruz em tal pessoa, por pertencer a uma familia tão digna com o mesmo nome. O nome mais acertado para este cavalheiro era de vadio. É pena que a policia o não tenha apanhado na rede e levál-o para o canil, porque estão lá outros com mais raciocinio.
Querem os leitores saber os sacrificios que este cavalheiro tem feito pelo Grupo, de que ele diz pedira a demissão, o que mente descadaramente? A demissão que ele diz ter pedido, queríamos nós dar-lha, talvez acompanhada com alguns P. na primeira ocasião que ele entrasse à porta desta associação, devido a uma calúnia que ele levantou contra um rapaz digno, e comprometendo-nos a todos. Mas o garoto parece que adivinhou o que lhe sucedia. O sacrificio foi este: na fundação deste Grupo, que tem apenas 15 meses de vida, este cavalheiro foi pessoalmente oferecer-se para sócio, o que muitos recusaram, outros aceitaram, apontando-lhe o seu préstimo, que era para ponto, mas que ponto este ponto saíu! A fazer o que tem feito noutras sociedades que tem sido desconsiderado.
Apesar de tudo foi aceite, prestando em principio o seu serviço, depreciando, tratando pessimamente mal e a ridículo, nas suas cartas de Tavarede, certos cavalheiros que para não sujarem as mãos o desprezaram como deviam, e agora, a estes mais escandalizados, anda ele como um cão submisso, ajoelhar-se aos pés, para lhe engraxar as botas...
... Pois como íamos dizendo, devido ao seu trabalho, o que esse cavalheiro diz lhe pagarem com coices tremendos, foi unicamente apontar dois espectáculos, e depois voltou à mesma do costume e desprezando o seu cargo a que se tinha responsabilizado, tendo nós escolhido outro para exercer o seu lugar.
Decorreu algum tempo, aproximou-se o aniversário do Grupo, e este cavalheiro encarregou-se de se fazer secretário da assembleia geral, o que acceitámos a custo, julgando que ele se regenerava, mas não aconteceu isso. Desde esse dia nunca mais frequentou este Grupo, porque a sua pousada era na Figueira, nos sitios mais vergonhosos, praticando acções ridiculas, a ponto de usurpar ás infelizes algum dinheiro. Se quiser provas dão-se-lhe.
O pouco tempo que está em Tavarede é para calcar a pés a sua doutrina do costume contra os taberneiros, e ainda no domingo, 10, pela última vez, em casa dum dos taberneiros, estando ele com o vinho, praticou uma infâmia, como filho nenhum de Tavarede, infâmia esta que temos pejo de publicar por ser vergonha praticar-se na nossa terra.
E chama-nos o garoto absolutos! O contrário. O absolutismo criou-se só para este cavalheiro. Faz e diz o que quer e ninguém lhe pede contas, porque não merece importância. Merece só, como dizemos, de todos o desprezo como se dá a um cão vadio".
Querem os leitores saber os sacrificios que este cavalheiro tem feito pelo Grupo, de que ele diz pedira a demissão, o que mente descadaramente? A demissão que ele diz ter pedido, queríamos nós dar-lha, talvez acompanhada com alguns P. na primeira ocasião que ele entrasse à porta desta associação, devido a uma calúnia que ele levantou contra um rapaz digno, e comprometendo-nos a todos. Mas o garoto parece que adivinhou o que lhe sucedia. O sacrificio foi este: na fundação deste Grupo, que tem apenas 15 meses de vida, este cavalheiro foi pessoalmente oferecer-se para sócio, o que muitos recusaram, outros aceitaram, apontando-lhe o seu préstimo, que era para ponto, mas que ponto este ponto saíu! A fazer o que tem feito noutras sociedades que tem sido desconsiderado.
Apesar de tudo foi aceite, prestando em principio o seu serviço, depreciando, tratando pessimamente mal e a ridículo, nas suas cartas de Tavarede, certos cavalheiros que para não sujarem as mãos o desprezaram como deviam, e agora, a estes mais escandalizados, anda ele como um cão submisso, ajoelhar-se aos pés, para lhe engraxar as botas...
... Pois como íamos dizendo, devido ao seu trabalho, o que esse cavalheiro diz lhe pagarem com coices tremendos, foi unicamente apontar dois espectáculos, e depois voltou à mesma do costume e desprezando o seu cargo a que se tinha responsabilizado, tendo nós escolhido outro para exercer o seu lugar.
Decorreu algum tempo, aproximou-se o aniversário do Grupo, e este cavalheiro encarregou-se de se fazer secretário da assembleia geral, o que acceitámos a custo, julgando que ele se regenerava, mas não aconteceu isso. Desde esse dia nunca mais frequentou este Grupo, porque a sua pousada era na Figueira, nos sitios mais vergonhosos, praticando acções ridiculas, a ponto de usurpar ás infelizes algum dinheiro. Se quiser provas dão-se-lhe.
O pouco tempo que está em Tavarede é para calcar a pés a sua doutrina do costume contra os taberneiros, e ainda no domingo, 10, pela última vez, em casa dum dos taberneiros, estando ele com o vinho, praticou uma infâmia, como filho nenhum de Tavarede, infâmia esta que temos pejo de publicar por ser vergonha praticar-se na nossa terra.
E chama-nos o garoto absolutos! O contrário. O absolutismo criou-se só para este cavalheiro. Faz e diz o que quer e ninguém lhe pede contas, porque não merece importância. Merece só, como dizemos, de todos o desprezo como se dá a um cão vadio".
É claro que tão insultuoso comunicado, tinha que ter igualmente resposta de igual teor. Aqui vai alguma coisa da resposta, publicada no mesmo jornal:
"Temos procurado evitar pôr à luz do sol os animaizinhos que em pleno século XX – é verdade, no século das luzes – imitam o vestuário como os homens e que, quando nos apanham distraídos no meio da arena, nos levam bravamente de encontro à trincheira... É pena ser acto deshumano, pois que, pela nossa salvação – se não tivéssemos medo de censura – lhes ferrariamos no lombo com vontade o belo aguilhão que por mais duma vez, os tem conduzido ao redondel, onde aprenderam a ser dignos e honestos.
São animaizinhos, não merecem outra classificação, que ingratamente pagam com pontapés (é para não dizer coices) o único favor que lhe fizémos de perder um precioso tempo, e até a saúde, domando-os para os apresentar com agrado duas vezes em público!!
A declaração - ignorância - que pediram ao nosso amigo e sr. redactor da Gazeta, em nome do Grupo Musical Tavaredense, para publicar, é a prova suficiente de tudo quanto aqui temos afirmado e que toda a gente que nos conhece poude avaliar a canalha que continua envergonhando uma terra que tem filhos ilustres e onde habitam pessoas honradas que desejam o sossego e o respeito para se poder viver honestamente.
Os imbecis - tendo à frente os Medinas de Verride, nascidos e criados naquela terra como vagabundos - pediram a uma pessoa que devia, pela sua ilustração inibir-se de escrever as cóleras duma ignorância rara, fugindo por completo ao assunto de que se tratava, mas que nós vamos contar para quem nos ler admirar os actos que veementemente combatemos e que nos levou a pedir a demissão de sócio daquele Grupo. Apreciem:
Quando a Sociedade de Instrução Tavaredense abriu a matrícula de alunos para a escola nocturna que sustenta, foram dois rapazes, sócios do Grupo Musical, matricularem-se, visto o poderem fazer gratuitamente. No dia seguinte foram, como de costume, passar algumas horas da noite no seu Grupo, quando o António Medina, presidente da direcção, os chamou e lhes disse com uma autoridade de mandão: “Quem pertencer aqui não pode ser lá de cima!”... ...Bem, vendo estas coisas, frequentavamos poucas vezes o Grupo Musical, mas sempre que ali iamos admirava-se uma triste cena de taberna: o Medina chegando de casa, naturalmente de cear, pedia com um descaramento tão velhaco, para fazerem uma vaca, um vintém, outras vezes dez reis, etc., a todos os sócios que ali se encontravam reunidos e mandava comprar vinho que eles bebiam e mais algumas crianças que se embriagavam de tal maneira que era necessário irem buscal-as para casa.
Visto tal orientação, deixámos de frequentar o Grupo, mas sendo sempre sócio...".
Chamamos a atenção para o facto de tudo isto se encontrar publicado na imprensa figueirense. Mas o caso seguiu para Tribunal onde foi julgado. Tentámos ver o processo mas não conseguimos. Tudo deve ter ficado em bem, mas o Aníbal Cruz, primo dos Medinas, saíu de Tavarede para ir trabalhar para a região de Aveiro e só regressou à nossa terra na década de 1950/1960. Mas pouco tempo depois do julgamento já se tinham feito as 'pazes'. Já chega de intrigas e má-língua. Iremos prosseguir com a actividade da jovem Associação.
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