Natural da Ereira, concelho de Montemor-o-Velho.
Foi provido no cargo de pároco de Tavarede em Junho de 1894, a que havia concorrido, por vaga devida à saída do padre António Augusto Nobreza. Era, então, coadjutor na paróquia de Paião.
Foi uma figura assaz controversa. Era uma pessoa muito inteligente e exerceu, em simultâneo com as funções paroquiais, o cargo de vereador na Câmara Municipal da Figueira. “Os próprios adversários políticos reconheciam-no como um denodado lutador pelo bem-estar dos povos das paróquias onde esteve”. Depois do Paião e Tavarede, foi transferido para Quiaios, em 1901, onde se manteve até ao seu falecimento em 28 de Dezembro de 1923.
“A doença que há tempo assaltava este sacerdote, há muitos anos colocado na freguesia de Quiaios, acabou na pretérita quinta-feira por subjugá-lo. O padre Joaquim da Costa e Silva que, antes de paroquiar Quiaios, esteve a dirigir a igreja de Tavarede, foi sempre um político activo, pondo a sua influência ao serviço dos homens que aqui defendiam a política regeneradora, antes de proclamada a República e, na vigência desta, dos que, monárquicos ou republicanos, combatiam a política democrática”.
Deve-se à sua influência a instalação da primeira escola primária oficial na nossa terra, no ano de 1896. Morou na casa da família Águas, tendo nós encontrado uma pequena nota que refere “… um ornamento da vida eclesiástica, que bem concebe, perante a ciência do século, qual o seu lugar como padre e como cidadão. Padres assim não destroem; moralmente, edificam”.
Teve uma história muito polémica na nossa terra. Quando teve conhecimento que o Conde de Tavarede, residente em Trancoso, havia resolvido vender a sua propriedade e solar, dirigiu-se àquela localidade para solicitar-lhe “um guarda-roupa para uma aplicação religiosa”.
Foi atendido e o Conde passou-lhe um bilhete para entregar ao seu feitor, no qual lhe ordenava que desse ao pároco “o que fosse preciso para a igreja”. Não vamos questionar o teor da conversa do padre Costa e Silva com o Conde. O que aconteceu é que levou muito mais mobília do que “um simples guarda-roupa”. De tal forma que, quando veio a Tavarede para assinar a escritura da venda e resolver o que fazer do restante de seus bens que aqui possuía, ao tomar conhecimento do que o pároco levara, teve o seguinte desabafo: “se a casa tivesse rodas também era capaz de a levar para casa dele”.
Todas estas notas foram recolhidas da imprensa local da época.
Caderno: Tavaredenses com História
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