quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Manuel da Silva Jordão

Natural de Lavos, viveu durante muitos anos no lugar dos Carritos, onde era dono de uma quinta. Possuidor de avultados meios de fortuna, foi um grande protector do Grupo Musical e de Instrução Tavaredense.

Fez um importante donativo à Câmara da Figueira para a compra do terreno onde está construída a escola primária dos Carritos, e doou o terreno necessário para a construção da Capela erigida no mesmo lugar.

Comprou os prédios, sitos na Rua Direita, onde viveu a família Águas e, conhecedor das deficientes condições em que estava instalado o Grupo Musical, cedeu-lhes aquelas casas para sua sede, sem lhes cobrar qualquer renda. Ainda colaborou nas obras ali realizadas para adaptação à sede, pelo que, em Janeiro de 1915, por ocasião da inauguração da referida sede, lhe foi prestada homenagem e descerrado o seu retrato, que foi colocado em lugar de destaque na sala de espectáculos.

Continuou, ao longo do tempo, a proteger aquela colectividade e, em 1924, anuindo à vontade manifestada pelos sócios, vendeu-lhes o aludido prédio em condições muito favoráveis e concedendo-lhes um dilatado prazo para pagamento de metade do valor da venda.

Por várias vezes a colectividade o homenageou e, pela Páscoa, todos os anos a Tuna o ia visitar aos Carritos para lhe desejar as Boas-Festas. No entanto, em 1928, como o Grupo Musical nunca havia feito qualquer amortização ao débito, exigiu a sua liquidação.

Não há muito conhecimento da forma como aconteceu a regularização da dívida, mas tudo terminou pela venda da sede e consequente mudança para outras instalações.

O que se sabe é que, em 1929, o presidente da Direcção da colectividade “deu conhecimento que já havia liquidado contas com o credor do Grupo, sr. Manuel da Silva Jordão, propondo que o mesmo senhor seja suspenso de sócio até à realização da primeira Assembleia Geral, pela qual deverá ser demitido, para o que se tem em vista o que se encontra estatuído, pois não só difamou o Grupo como menosprezou a honorabilidade de todos os componentes da Direcção e ainda que, em atenção à incorrecção manifestada, ou por outra, posta em prática pelo mesmo sr. Jordão, propôs também que fosse retirado imediatamente, da nossa sala de espectáculos, a sua fotografia, que ali se achava exposta, o que pôde ser feito acto contínuo, não deixando, no entanto, de ser levado este gesto ao conhecimento da digna Assembleia Geral, na primeira oportunidade”. Não comentamos e não conseguimos encontrar o retrato em questão. Mas sabemos que, em 1930, Manuel da Silva Jordão voltou a colaborar com o Grupo Musical, ofertando-lhe as acções de que era titular.

Também prestou colaboração ao Grémio Educativo e de Instrução Tavaredense.

Faleceu na sua terra natal, em Fevereiro de 1954, com a idade de 94 anos. Foi casado com Ana Maria da Silva Jordão, brasileira, que faleceu em Fevereiro de 1933, com 54 anos de idade.
Caderno: Tavaredenses com História

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