Natural de Lavos, viveu durante muitos anos no lugar dos Carritos, onde era dono de uma quinta. Possuidor de avultados meios de fortuna, foi um grande protector do Grupo Musical e de Instrução Tavaredense.
Fez um importante donativo à Câmara da Figueira para a compra do terreno onde está construída a escola primária dos Carritos, e doou o terreno necessário para a construção da Capela erigida no mesmo lugar.
Comprou os prédios, sitos na Rua Direita, onde viveu a família Águas e, conhecedor das deficientes condições em que estava instalado o Grupo Musical, cedeu-lhes aquelas casas para sua sede, sem lhes cobrar qualquer renda. Ainda colaborou nas obras ali realizadas para adaptação à sede, pelo que, em Janeiro de 1915, por ocasião da inauguração da referida sede, lhe foi prestada homenagem e descerrado o seu retrato, que foi colocado em lugar de destaque na sala de espectáculos.
Continuou, ao longo do tempo, a proteger aquela colectividade e, em 1924, anuindo à vontade manifestada pelos sócios, vendeu-lhes o aludido prédio em condições muito favoráveis e concedendo-lhes um dilatado prazo para pagamento de metade do valor da venda.
Por várias vezes a colectividade o homenageou e, pela Páscoa, todos os anos a Tuna o ia visitar aos Carritos para lhe desejar as Boas-Festas. No entanto, em 1928, como o Grupo Musical nunca havia feito qualquer amortização ao débito, exigiu a sua liquidação.
Não há muito conhecimento da forma como aconteceu a regularização da dívida, mas tudo terminou pela venda da sede e consequente mudança para outras instalações.
O que se sabe é que, em 1929, o presidente da Direcção da colectividade “deu conhecimento que já havia liquidado contas com o credor do Grupo, sr. Manuel da Silva Jordão, propondo que o mesmo senhor seja suspenso de sócio até à realização da primeira Assembleia Geral, pela qual deverá ser demitido, para o que se tem em vista o que se encontra estatuído, pois não só difamou o Grupo como menosprezou a honorabilidade de todos os componentes da Direcção e ainda que, em atenção à incorrecção manifestada, ou por outra, posta em prática pelo mesmo sr. Jordão, propôs também que fosse retirado imediatamente, da nossa sala de espectáculos, a sua fotografia, que ali se achava exposta, o que pôde ser feito acto contínuo, não deixando, no entanto, de ser levado este gesto ao conhecimento da digna Assembleia Geral, na primeira oportunidade”. Não comentamos e não conseguimos encontrar o retrato em questão. Mas sabemos que, em 1930, Manuel da Silva Jordão voltou a colaborar com o Grupo Musical, ofertando-lhe as acções de que era titular.
Também prestou colaboração ao Grémio Educativo e de Instrução Tavaredense.
Faleceu na sua terra natal, em Fevereiro de 1954, com a idade de 94 anos. Foi casado com Ana Maria da Silva Jordão, brasileira, que faleceu em Fevereiro de 1933, com 54 anos de idade.
Caderno: Tavaredenses com História
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