sexta-feira, 20 de agosto de 2010

José Francisco da Silva



Nasceu no dia 26 de Junho de 1900, em Tavarede, filho de António Francisco da Silva e de Augusta Cruz. Foi casado com Guilhermina Nogueira e Silva, tendo, como descendentes, as filhas Benvinda, Armandina e Amélia.

“Começou com tipógrafo e empregou-se nos escritórios da Beira Alta”. Foi membro da Junta de Freguesia e regedor, nomeado em 1923. Como escrivão da Junta, promoveu uma subscrição pública para a compra do relógio colocado na torre da igreja.

Foi amador teatral do Grupo Musical, destacando-se na opereta, mas foi na música que exerceu maior actividade. Tocava na Tuna e fez parte do célebre quinteto que, além de abrilhantar os bailes nesta colectividade, tocava nas missas solenes, acompanhando o coral, em Tavarede e noutras localidades para onde eram convidados.

Quando o Grupo Musical mudou de sede e extinguiu a sua secção dramática, passou a colaborar com o grupo cénico da Sociedade de Instrução, em especial no ensaio dos coros, conjuntamente com José Medina e António Jerónimo, embora também chegasse a integrar o elenco teatral.

Ao mesmo tempo, continuava no Grupo Musical, tocando e dirigindo a Tuna, sendo, em 1931, escolhido para seu regente, por votação dos músicos. Já anteriormente reorganizara a Tuna daquela colectividade e, em 1929, com a colaboração dos músicos pertencentes às duas associações, levara uma Tuna à Martingança, a abrilhantar umas festas populares lá realizadas. Foi ele que teve a iniciativa da passagem da Tuna pelo Mosteiro de Batalha e ali deixar uma placa em homenagem ao Soldado Desconhecido.

Faleceu, inesperadamente, a 16 de Novembro de 1951, com 51 anos de idade.

“Era uma pessoa muito prestável e muito bondosa. Em Tavarede, pode dizer-se que não tinha um inimigo e muitos dali lhe ficaram a dever alguns bons favores”.

No dia 29 de Junho de 1952, “foi prestada homenagem à memória de um homem que tão desinteressadamente trabalhou para as associações recreativas do concelho e de modo particular para as locais, de que era sócio honorário. Elas devem-lhe serviços que não podem, com efeito, ser esquecidos, pelo desinteresse material com que foram prestados”. A sua campa, no cemitério local, foi construída por subscrição pública.

Como acima se referiu era sócio honorário do Grupo Musical e da Sociedade de Instrução, além de outras colectividades do concelho o terem distinguido com igual diploma. O seu retrato encontra-se exposto no salão do Grupo Musical.

Grupo 'Os Inseparáveis' - José Francisco da Silva é o segundo da direita, em pé

Era um excelente “garfo”. Um dia, encontrando-se no Porto com um grupo de amigos, foram almoçar a um restaurante. O prato do dia era “caras de bacalhau com couves e batatas”. Era um dos seus pratos favoritos. Notou, contudo, que nas restantes mesas, todos os comensais estavam comendo com faca e garfo, certamente com algumas dificuldades. Depois de servido, pendurando o guardanapo no colarinho da camisa, disse para os presentes: “Os senhores desculpem mas, na minha terra, isto come-se à mão”. Pouco depois, todos os presentes já chupavam os ossinhos à mão…

Caderno: Tavaredenses com História

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