quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Manuel Nogueira e Silva


Natural de Tavarede, onde nasceu no ano de 1907, era filho de Francisco da Silva Proa e de Amélia Augusta Nogueira e Silva. Casou com Fernanda da Silva Ribeiro e teve dois filhos: Madalena e João José. Faleceu no dia 10 de Dezembro de 1964. com 57 anos de idade.

Tipógrafo de profissão, era o proprietário da Tipografia Nogueira, na Figueira.

Foi amador dramático de elevada categoria. A primeira vez que o seu nome aparece na imprensa, é em 1916, numa notícia referente a uma “Festa da Árvore”, onde recitou a poesia A Luz do ABC. Integrou-se no grupo cénico do Grupo Musical protagonizando algumas peças, mantendo-se ali até esta colectividade acabar com a sua secção teatral.

Juntamente com Violinda Medina e outros, foi um dos elementos que transitaram para os amadores da Sociedade de Instrução, onde fez a sua estreia, em 1931, no papel de Jorge, em Os Fidalgos da Casa Mourisca.

Até ao ano de 1951, em que abandonou a actividade teatral, participou em diversas peças ali levadas à cena. Na primeira série de Chá de Limonete desempenhou os personagens de D. Sancho I, Fernando Gomes de Quadros e O Teatro, com que terminou a sua carreira.

Tavarede Futebol Clube (1946),
com Fernando Reis, à sua direita

Amador de largos recursos, tanto no drama como na comédia, entrou, entre muitas outras, em As pupilas do Senhor Reitor, Justiça de Sua Majestade, A Cigarra e a Formiga, O Sonho do Cavador, O Grande Industrial, Entre Giestas, Génio Alegre, Envelhecer, Injustiça da Lei, etc. Desempenhou, de forma a merecer muitos elogios, o papel de Joane, o parvo, no Auto da Barca do Inferno.


Em 1955, em espectáculo evocativo, voltou a reviver o personagem Miguel Mateus, em Entre Giestas.


Desde Os Fidalgos da Casa Mourisca “… sereno e grave, reflectido na sua pouca idade e sabendo sacrificar as aspirações do coração ao que ele considera o seu dever de filho”, até ao Teatro, onde “actua primorosamente mostrando poder convencional”, encontram-se muitas críticas elogiando as suas interpretações.


Morreu muito novo. “Talvez que a natural bondade de que era dotado, o conduziu tão cedo a pagar à Natureza o tributo que todo o ser humano lhe é devedor. O sentimento artístico que possuía, generosamente herdado dos seus ascendentes, manifestou-o, além de em outras actividades, na sua profissão de tipógrafo consciencioso e de amador dramático do melhor quilate, e a demonstrar esta nossa asserção está o facto de ainda não há muito tempo, o ilustre director cénico da SIT, de que fez parte durante largos anos, ter-lhe tecido, publicamente, os maiores e mais significativos louvores”.

Caderno: Tavaredenses com história

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