segunda-feira, 26 de outubro de 2009

D. Maria Amália de Carvalho


Foi a primeira professora oficial da escola primária de Tavarede, nomeada em Janeiro de 1897.
Professou as quatro classes, mistas, numa escola sita no Largo do Forno, onde tinha as condições mínimas para exercer as suas funções.
Esteve colocada em Tavarede até ao ano de 1915. No ano de 1911, foi promovida a professora de 1ª classe. Tinha, em cada ano lectivo, uma média de 50 alunos.
Foi transferida para a Figueira da Foz e, anos mais tarde, para o Paião, onde, em 1926, atingiu a idade de aposentação.
“A srª D. Amália de Carvalho chegou ao fim da sua carreira com uma folha brilhantíssima de serviços. Sendo uma professora competente sob todos os pontos de vista, exerceu sempre a sua profissão com grande consciência e uma dedicação sem limites, tendo por ela um verdadeiro culto.
Na classe do professorado, a srª D. Amália de Carvalho constitui um exemplo que merece lembrar-se para ser seguido. Trabalhou sempre – e o resultado do seu patriótico trabalho patenteava-se no aproveitamento dos seus alunos. Cumpria zelosa e dedicadamente a sua nobre missão de ensinar, e assim conquistou, duma maneira invulgar, a simpatia, o respeito e a maior gratidão das populações que tiveram a felicidade de apreciar-lhe as suas belas qualidades morais e as suas invulgares faculdades de trabalho”.
Com o maior entusiasmo e carinho, colaborou activamente com as duas colectividades locais, nomeadamente na organização de duas festas muito queridas pelos seus alunos: a “Festa da Árvore” e a “Merenda Grande”.
Em 1947, Tavarede, por intermédio da Junta de Freguesia, prestou-lhe pública homenagem. Foi dado o seu nome ao antigo Largo do Forno, tendo sido descerrada uma lápida, onde se lê a seguinte inscrição:
“Largo de D. Maria Amália de Carvalho, professora ilustre que durante mais de vinte anos, foi abnegada mãe espiritual de algumas gerações de tavaredenses. Homenagem de respeito e gratidão do povo de Tavarede. Primavera de 1947”.
Na ocasião foi-lhe entregue, pelo presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, a insígnia do Grau de Cavaleiro da Ordem da Instrução Pública, com que o Governo a condecorara. Foi, também, nomeada “Sócia Honorária” do Grupo Musical e de Instrução Tavaredense, onde assinou o livro de honra da colectividade, com uma dedicatória. “… educadora sublime, que durante largos anos contribuiu para a formação intelectual de muitas gerações de tavaredenses como professora exemplar, tornando-se merecedora, a todos os títulos, desta distinção por parte do nosso Grupo, para quem a instrução foi sempre objecto do maior carinho…”, lê-se na proposta, que foi aprovada por unanimidade.
Por ocasião do seu falecimento, ocorrido em Lisboa no dia 29 de Abril de 1960, muitos dos seus antigos alunos tavaredenses deslocaram-se à capital, para lhe prestarem uma última homenagem integrando-se no seu funeral.
Desde o portão da entrada do cemitério até ao local do enterramento, a urna foi conduzida, à mão, por ex-alunos tavaredenses.
Nota - O desenho acima é da autoria do tavaredense João Nunes da Silva Proa e encontra-se na sala da biblioteca da SIT.
Caderno: Tavaredenses com história

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