Como estava anunciado, realizou-se effectivamente no sabbado e domingo ultimos a festa em honra do SS. Segundo o que dissémos, a festa foi promovida por esta irmandade, ha pouco fundada n’esta freguezia, para assim festejar a sua inauguração official.
No sabbado, pelas 8 horas e meia da noite, chegou a esta risonha aldeia a philarmonica das Alhadas. Á sua chegada foram lançados ao ar muitos foguetes e deu-se começo aos festejos.
A noite apresentou-se feia, de um tempo chuvoso e acompanhado de vento sul que soprava com alguma violencia, dando-nos apenas um pequeno aguaceiro, que ainda assim fez desanimar os promotores da festa.
No largo em frente da egreja, onde se deviam realisar os festejos, o vento soprava com mais força, visto aquelle local se achar desabrigado, não podendo por isso illuminar-se convenientemente tanto a frontaria da egreja, como um pequeno pavilhão que se achava armado para a musica tocar, e por cujo motivo não o poude fazer.
A egreja esteve exposta é veneração dos fieis desde as 8 horas da noite até ás 11, sendo muito visitada.
O fogo foi regular.
Danças, apenas um pequeno rancho dansou na rua Direita, desde as 11 horas da noite até á 1 e meia da madrugada, mas muito desanimado em consequencia do tempo.
Domingo, o dia esteve lindissimo, celebrando-se com a maior pompa e solemnidade a missa e procissão. Era quasi meio dia quando se principiou a dizer a missa, acabando perto das 3 horas da tarde. O templo regorgitava de christãos. Foi cantada pelo revº. Manuel José da Cunha, que actualmente está fazendo as vezes de parocho da freguezia, por este se achar ausente, acolytando sua reverencia n’este acto religioso os srs. padres Fortunato das Neves, das Alhadas, e Emygdio, d’essa cidade. Ao Evangelho subiu ao pulpito o revº. parocho da Ferreira, sr. Manuel Vicente, que prégou muito bem.
Acabada a missa formou-se a procissão que foi concorridissima, e sempre na melhor ordem. N’ella viam-se encorporados além dos respectivos sacerdotes, um grande numero de irmãos e muitas creancinhas vestidas de anjo. Fechava a procissão a philarmonica Alhadense, tocando uma bonita marcha adequada a este acto. A procissão recolheu á egreja pelas 4 horas.
O côro era, como dissemos, composto por distinctos cantores e musicos de Coimbra e d’essa cidade. Foi magnifico. É digno de muito elogio o nosso conterraneo sr. José Gomes Cruz, um bom amador musical, que empregou todos os esforços para arranjar um excellente côro, para cujo serviço se tinha promprificado gratuitamente.
O sr. Horta a quem estava confiada a decoração da egreja, mais uma vez revelou as suas aptidões para este serviço, pois que a armação tinha um aspecto elegante.
Durante o resto da tarde o templo foi muito visitado.
A Estudantina Tavaredense tambem formou um rancho no mesmo local onde tinha dansado o outro na vespera e madrugada, estando sempre muito animado e dansando-se até ás 8 horas da noite.
E assim acabou esta festa, que agradou muito, louvando nós desde já a irmandade promotora, e desejando que ella para o anno se faça com o mesmo esplendor.
(Gazeta da Figueira - 23.Setembro.1896)
No sabbado, pelas 8 horas e meia da noite, chegou a esta risonha aldeia a philarmonica das Alhadas. Á sua chegada foram lançados ao ar muitos foguetes e deu-se começo aos festejos.
A noite apresentou-se feia, de um tempo chuvoso e acompanhado de vento sul que soprava com alguma violencia, dando-nos apenas um pequeno aguaceiro, que ainda assim fez desanimar os promotores da festa.
No largo em frente da egreja, onde se deviam realisar os festejos, o vento soprava com mais força, visto aquelle local se achar desabrigado, não podendo por isso illuminar-se convenientemente tanto a frontaria da egreja, como um pequeno pavilhão que se achava armado para a musica tocar, e por cujo motivo não o poude fazer.
A egreja esteve exposta é veneração dos fieis desde as 8 horas da noite até ás 11, sendo muito visitada.
O fogo foi regular.
Danças, apenas um pequeno rancho dansou na rua Direita, desde as 11 horas da noite até á 1 e meia da madrugada, mas muito desanimado em consequencia do tempo.
Domingo, o dia esteve lindissimo, celebrando-se com a maior pompa e solemnidade a missa e procissão. Era quasi meio dia quando se principiou a dizer a missa, acabando perto das 3 horas da tarde. O templo regorgitava de christãos. Foi cantada pelo revº. Manuel José da Cunha, que actualmente está fazendo as vezes de parocho da freguezia, por este se achar ausente, acolytando sua reverencia n’este acto religioso os srs. padres Fortunato das Neves, das Alhadas, e Emygdio, d’essa cidade. Ao Evangelho subiu ao pulpito o revº. parocho da Ferreira, sr. Manuel Vicente, que prégou muito bem.
Acabada a missa formou-se a procissão que foi concorridissima, e sempre na melhor ordem. N’ella viam-se encorporados além dos respectivos sacerdotes, um grande numero de irmãos e muitas creancinhas vestidas de anjo. Fechava a procissão a philarmonica Alhadense, tocando uma bonita marcha adequada a este acto. A procissão recolheu á egreja pelas 4 horas.
O côro era, como dissemos, composto por distinctos cantores e musicos de Coimbra e d’essa cidade. Foi magnifico. É digno de muito elogio o nosso conterraneo sr. José Gomes Cruz, um bom amador musical, que empregou todos os esforços para arranjar um excellente côro, para cujo serviço se tinha promprificado gratuitamente.
O sr. Horta a quem estava confiada a decoração da egreja, mais uma vez revelou as suas aptidões para este serviço, pois que a armação tinha um aspecto elegante.
Durante o resto da tarde o templo foi muito visitado.
A Estudantina Tavaredense tambem formou um rancho no mesmo local onde tinha dansado o outro na vespera e madrugada, estando sempre muito animado e dansando-se até ás 8 horas da noite.
E assim acabou esta festa, que agradou muito, louvando nós desde já a irmandade promotora, e desejando que ella para o anno se faça com o mesmo esplendor.
(Gazeta da Figueira - 23.Setembro.1896)
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