quarta-feira, 28 de abril de 2010

Excursão a Fátima - Desastre

Ocorrido no caminho de Fátima, deu-se no último, 12, (Agosto), por volta das 5 horas da tarde, um lamentável desastre, que poz em perigo a vida de duas pessoas, e originou a morte de uma.
Como noticiámos, com destino a Fátima partiu no último domingo, numa camionete pertencente à firma Pascoal & Cª dessa cidade, uma pequena peregrinação constituída na sua maior parte, por gente deste logar.
Presenciámos a partida! Nunca nos passou pela mente o terrível desastre que ia dar-se, visto o contentamento de que todos iam possuídos.
Como se deu o desastre - Por informações dadas por algumas das vítimas deste terrível desastre colhemos o seguinte:
- Que a pouca distancia de Fátima, quando a camionete da firma Pascoal & Cª, Lda seguia com o maior cuidado, - pois assim foram todo o caminho – uma camionete manobrada por um “chaufeur” de Alcobaça – que nem carta possuía – que precedia aquela, pediu passagem. Mas quando a camioneta desta cidade principiava a dar-lha, a outra arrancava vertiginosamente, indo de encontro às rodas de direcção da sinistrada, fazendo-a virar imediatamente para a ribanceira, voltando-se logo a seguir, e cuspindo alguns peregrinos a longa distancia, ficando outros debaixo dela.
O que depois se passou, nada podemos dizer. Só afirmamos que foi um momento cheio de dor, de aflições, um momento de alucinação!...
Quando a nossa informação chegou a este momento, em que o nosso interlocutor nos contava como viu tanta vítima, conhecemos nele qualquer coisa aflita, como para sufocar um choro!
Os feridos – Depois de transportados para Leiria, todos os feridos em automóveis, mobilizados pela policia, deram entrada no Hospital D. Manuel de Aguiar, onde lhes foi prestado pronto socorro e pensados convenientemente pelo clínico sr. dr. Serafim Lopes Pereira, coadjuvado por todo o pessoal de enfermagem, as seguintes pessoas: Revdº Pároco da nossa freguesia, sr. Manuel Vicente, que sofreu uma grande comoção cerebral, lesões internas, e escuriações pelo corpo, inspirando o seu estado bastantes cuidados; Abílio Simões Baltazar, da “Quinta do Robim” com rotura da pleura e contusões pelo corpo, originando a morte do malogrado ancião; António Morais, barbeiro nessa cidade, com grandes ferimentos na cabeça e contusões; Maria José Pedro, esposa do extincto Abílio Simões; Beatriz Pedro, filha destes; Maria Palmira Morais, filha do barbeiro acima referido; e Emília Sansôa, creada do Revdº Manuel Vicente. Todas estas victimas ficaram gravemente feridas.
Também receberam tratamento no mesmo hospital os srs. Jacinto Pedro, Joaquim Lavoura, Belarmino Pedro, Adelino José de Carvalho, de Belide, Condeixa, todos com grandes ferimentos e algumas escoriações; e João Pereira, dos Condados, com um, braço fracturado e varias lesões.
Também seguiam na camionete sinistrada, que felizmente não sofreram nada, os srs. António, Pedro Manuel Vicente, da “Quinta do Robim”, José Rodrigues, Joaquim Rodrigues e sua esposa Estrela Saraiva, Luiza Pedro e Aurora Marques.
As victimas que inspiravam menos cuidados, regressaram na segunda-feira, a suas casas, ficando internados no hospital D. Manuel de Aguiar, o Revdº Manuel Vicente, António Morais e filha. Abílio Simões e esposa, foram transportados em automóvel para sua casa, tendo chegado por volta das 2 horas da madrugada de terça feira, e falecendo horas depois o proprietário, sr. Abílio.
Dizem-nos que o “chaufeur” que deu origem ao desastre, se encontra preso no Governo Civil de Leiria, pois a ele se atribuem todas as responsabilidades do ocorrido.
Bom será que as autoridades daquela cidade façam entrar na ordem todos os condutores de automóveis e camionetas, para que desastres tão pavorosos se não tornem a repetir.
A todas as victimas desejamos o seu breve e completo restabelecimento.

O falecimento – Faleceu ontem de manhã, na “Quinta do Robim”, e da qual era um dos proprietários, o sr. Abílio Simões Baltazar, de 79 anos, esposo da srª Maria José Pesdro, e pai do nosso amigo, José Simões Baltazar, e das srªas Maria Luiza, Arminda Beatriz e Luiza Pedro.
O extinto, que sofreu dolorosamente em poucas horas, era um carácter probo, cheio de dignidade, e dotado de excelente coração, pelo que a sua morte foi pranteada por todos os seus conhecidos, - em que contava numerosos amigos.
O seu funeral, realizado ontem de tarde, foi concorridíssimo, tendo-se, além de muitas pessoas de familia e amigos do extinto, encorporado muitos sócios do Grupo Musical e d’Instrução Tavaredense com o seu estandarte, e realisado vários turnos durante o pequeno trajecto.
À familia enlutada, apresentamos as nossas condolências. E áquele a quem a morte foi traiçoeira, deixámos sobre o seu leito mortuário lágrimas sentidas e saudosas.
Melhoras – Vão melhorando um pouco algumas victimas desta triste noticia, estando ainda gravemente enfermos os srs. Padre Manuel Vicente, João Pereira, António Morais e a srª Maria José Pedro.

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