quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sociedade de Instrução Tavaredense - 77

No dia 18 de Novembro de 1994 comemorou-se o centenário do nascimento de Mestre José da Silva Ribeiro. A colectividade e o seu grupo cénico de forma alguma poderiam deixar de assinalar a efeméride. E fizeram-no com enorme brilho, segundo os comentários publicados em diversa imprensa.

“… Com a lotação esgotada, a SIT assistiu, na noite do dia 18, ao regresso, às tábuas do seu palco, de Mestre José Ribeiro, sempre presente mercê de uma feliz encenação, que transportou para o palco objectos do Mestre, como a sua secretária, a sua cadeira, o seu candeeiro… o seu lugar de trabalho. Depois, bastaria um pouco de imaginação. E essa não faltou aos que conceberam esta representação, estas “Palavras de Uma Vida”, baseada em textos retirados do diário do homenageado, de passagens de algumas cartas, de peças que o Mestre levou à cena. Depois de tudo o que vivemos no dia 18 … Tavarede cantou os parabéns a José da Silva Ribeiro”.

Centenário do nascimento de José da Silva Ribeiro ‘Palavras de uma Vida’

O relatório da Direcção desse ano, refere, a propósito desta homenagem: “… gostaria de referir que se o êxito obtido com este espectáculo nos envaidece, também nos leva a sentir uma maior responsabilidade… … sabendo-se, pela experiência, que a defesa da tradição não significa, necessariamente, repetição, tudo faz supôr que a SIT esteja a escrever não só mais uma página na sua longa e rica história, como também tenha aberto o capítulo dedicado ao futuro. Mas o futuro não se mostrou nada fácil. E só com grande esforço e dedicação se tem conseguido manter em actividade a tradição tavaredense de fazer Teatro”.

“Antes do espectáculo houve uma sessão solene, a que presidiu o presidente da Câmara Municipal, e durante a qual vários oradores se referiram à vida e obra de Mestre José da Silva Ribeiro. Em nome da Sociedade de Instrução Tavaredense usou da palavra a presidente da Direcção drª Ilda Simões, que falou da herança nobre e rica legada por José da Silva Ribeiro e da responsabilidade de lhe dar o devido sentido, especialmente por falta de apoios financeiros, terminando com uma saudação especial ao homenageado. Este tom teria sequência na poética e tocante mensagem de Isaura Carvalho e prolongado na intervenção da drª Ana Maria Caetano que a rotulou como de gratidão e que desenvolveu com o comovido sentido autobiográfico devido a um pai espiritual.

Centenário do nascimento de José da Silva Ribeiro - Aspecto da sessão solene

A emoção cedeu lugar à razão quando foi lida mensagem do “Grande Oriente Lusitano” de saudação a José da Silva Ribeiro, na qual se destacava o papel na intransigente defesa dos valores da maçonaria e de como os soube pôr em prática na imprensa, na educação, na filantropia e no teatro… … O Dr. Deolindo Pessoa, homem de teatro que tem espalhado os conhecimentos adquiridos no TEUC por diversos agrupamentos nomeadamente o CITEC (Montemor-o-Velho) ou por terras de Lamego onde exerceu medicina, prestou homenagem ao saber e perseverança de José da Silva Ribeiro (sem esconder que as diferenças estéticas eram suplantadas pelo amor ao teatro) e pediu à Câmara Municipal que institucionalizasse o organismo coordenador das actividades teatrais do concelho, solicitado em 1986 aquando do 1º Encontro Regional de Teatro de Amadores organizado pelo Lions Clube da Figueira da Foz.

Na sua intervenção o presidente da Câmara Municipal, no que devia ter sido o encerramento da sessão solene, centrou a sua filosófica intervenção em torno da coerência e verticalidade da vida de José Ribeiro e da “probidade e profunda qualidade da sua pluridisciplinar e multifacetada obra” aspectos que em sua opinião cumpre analisar num sentido prospectivo e “não numa redutora perspectiva exclusivamente revivalista e panegírica”.

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