“… Carpindo e choramingando a velha lá foi conduzida, à luz de archotes que teimavam em contrariar a chuva de “molha parvos”, até ao cadafalso, antecedida de um cómico julgamento, no palco da SIT. Não eram muitos os que acorreram à sala do Palácio da Justiça, e talvez por isso a velhota, de nome Ana Castanha Pilada, escutou o Juiz (que pelos vistos não saberá só de futebol…) declarar o corte como sentença final, talvez influenciado por uma bombástica testemunha. Claro que se ouviu o testamento, caseiro, para as pessoas da terra, a provocar alguns risos, não tantos quantos os necessários, o que parece vir a confirmar a falta de coragem… poética (só esta?) dos escribas”. Este apontamento vem a propósito do ‘Auto da Serração da Velha’ mais uma vez levado a efeito para cumprimento da tradição.
‘Auto da Serração da Velha’
Mas em 1996 cumpriam-se 10 anos da morte de José Ribeiro. Não esqueceu a data a Colectividade. “E José da Silva Ribeiro regressou a Tavarede na noite do passado sábado, tendo conseguido o milagre, cada vez mais inviável de concretizar, de esgotar a lotação possível da SIT, de tal forma que o nosso jornal (que se esquecera de marcar bilhete) passou a noite sentado (e bem) numa cadeira solta que, por simpatia da casa, conseguiu encostar a uma das paredes laterais da sala de espectáculos. Que bom seria que da próxima ida a Tavarede nos sucedesse o mesmo!
Como referimos na última edição de “O Figueirense”, no passado dia 13, sexta-feira, completavam-se dez anos sobre o falecimento de Mestre José da Silva Ribeiro, tavaredense que acreditamos ser o mais ilustre que a terra, dita do limonete, viu nascer. Dele não iremos ora traçar o bilhete de identidade de nobre cidadão, até porque, também no último jornal, já o fez – e com brilho – o dr. Pires de Azevedo. Apenas recordamos hoje que José da Silva Ribeiro tinha na Sociedade de Instrução Tavaredense o seu segundo lar, e que a sua gente (palavra para ele tão querida) era toda aquela que com ele criava e irradiava cultura através do Teatro, no palco e na plateia.
Pois bem, a sua gente, mesmo alguma que nunca viu o Mestre, marcou de forma extraordinariamente digna a saudade de 10 anos. E como o fez? Criando e divulgando cultura através do Teatro – tal como desde 1916 o fez Mestre José Ribeiro -. Pelas tábuas da SIT, num fim de semana super cultural, passaram os amadores de teatro da Chã, de Carritos e de Tavarede, prova provada que as sementes lançadas pelo homenageado, ao largo de uma vida, continuam a frutificar em agradável crescendo de vitalidade. Assistiu O Figueirense ao sarau inaugural deste ciclo de teatro e algumas notas, retiradas com certa emoção, terão certamente mais peso neste despretencioso apontamento de reportagem.
Cenas de ‘Lembranças’
Mas em 1996 cumpriam-se 10 anos da morte de José Ribeiro. Não esqueceu a data a Colectividade. “E José da Silva Ribeiro regressou a Tavarede na noite do passado sábado, tendo conseguido o milagre, cada vez mais inviável de concretizar, de esgotar a lotação possível da SIT, de tal forma que o nosso jornal (que se esquecera de marcar bilhete) passou a noite sentado (e bem) numa cadeira solta que, por simpatia da casa, conseguiu encostar a uma das paredes laterais da sala de espectáculos. Que bom seria que da próxima ida a Tavarede nos sucedesse o mesmo!
Como referimos na última edição de “O Figueirense”, no passado dia 13, sexta-feira, completavam-se dez anos sobre o falecimento de Mestre José da Silva Ribeiro, tavaredense que acreditamos ser o mais ilustre que a terra, dita do limonete, viu nascer. Dele não iremos ora traçar o bilhete de identidade de nobre cidadão, até porque, também no último jornal, já o fez – e com brilho – o dr. Pires de Azevedo. Apenas recordamos hoje que José da Silva Ribeiro tinha na Sociedade de Instrução Tavaredense o seu segundo lar, e que a sua gente (palavra para ele tão querida) era toda aquela que com ele criava e irradiava cultura através do Teatro, no palco e na plateia.
Pois bem, a sua gente, mesmo alguma que nunca viu o Mestre, marcou de forma extraordinariamente digna a saudade de 10 anos. E como o fez? Criando e divulgando cultura através do Teatro – tal como desde 1916 o fez Mestre José Ribeiro -. Pelas tábuas da SIT, num fim de semana super cultural, passaram os amadores de teatro da Chã, de Carritos e de Tavarede, prova provada que as sementes lançadas pelo homenageado, ao largo de uma vida, continuam a frutificar em agradável crescendo de vitalidade. Assistiu O Figueirense ao sarau inaugural deste ciclo de teatro e algumas notas, retiradas com certa emoção, terão certamente mais peso neste despretencioso apontamento de reportagem.
Cenas de ‘Lembranças’
E a primeira radica-se, desde logo, no facto da SIT não ter deixado passar em claro um evento que seria criminoso esquecer. Assinalou-o agregando à festa da gratidão mais duas colectividades teatrais da freguesia, numa divisão de honras que enobrece a SIT e, particularmente, a figura do evocado. Depois, já o escrevemos, não nos recordamos, mesmo olhando anos para trás, de encontrar na SIT uma casa tão repleta e tão participativa, verdadeiro oásis na desertificação que consome os campos da cultura.
Depois ainda, - reconfortante e esperançosa realidade – as nossas palmas ecoaram mais forte quando olhávamos para a quantidade de gente jovem – e talentosa – que os responsáveis da SIT tiveram a magia de apresentar em palco. Como Zé Ribeiro se sentiria feliz se pudesse (será que não pôde?!) aplaudir esta sua “nova gente”! Sem juventude não há futuro e de tal se aperceberam, até pedagogicamente, os continuadores do Mestre.
Uma palavra mais para os minutos “sofridos” pela plateia na primeira parte desta noite de evocação, quando em ecrã gigante se projectou parte de um filme no qual a personagem é o próprio José Ribeiro, falando de si, do Teatro, da SIT e “da minha gente”. O silêncio na sala durante a projecção da película e a bombástica ovação final… para bom entendedor. Mas, e o espectáculo?
Lembranças, de seu nome, ele é corporizado por um conjunto de curtas e variadas representações a que o Mestre em vida deu vida e que agora em palco (re)vivem com “gente velha e gente nova”, gente discípula directa do Mestre e gente (repetimos intencionalmente o termo) que José Ribeiro gostaria de ensinar. Também intencionalmente não falamos em nomes, pois tal não desejariam os amadores envolvidos nesta homenagem. Pensamos, finalmente, que este magnífico espectáculo, mesmo desatempadamente inserido na data que lhe deu razão de existir, necessitava de ser aplaudido uma outra vez, até porque certamente na SIT não esteve toda a “minha gente” de Zé Ribeiro”.
Depois ainda, - reconfortante e esperançosa realidade – as nossas palmas ecoaram mais forte quando olhávamos para a quantidade de gente jovem – e talentosa – que os responsáveis da SIT tiveram a magia de apresentar em palco. Como Zé Ribeiro se sentiria feliz se pudesse (será que não pôde?!) aplaudir esta sua “nova gente”! Sem juventude não há futuro e de tal se aperceberam, até pedagogicamente, os continuadores do Mestre.
Uma palavra mais para os minutos “sofridos” pela plateia na primeira parte desta noite de evocação, quando em ecrã gigante se projectou parte de um filme no qual a personagem é o próprio José Ribeiro, falando de si, do Teatro, da SIT e “da minha gente”. O silêncio na sala durante a projecção da película e a bombástica ovação final… para bom entendedor. Mas, e o espectáculo?
Lembranças, de seu nome, ele é corporizado por um conjunto de curtas e variadas representações a que o Mestre em vida deu vida e que agora em palco (re)vivem com “gente velha e gente nova”, gente discípula directa do Mestre e gente (repetimos intencionalmente o termo) que José Ribeiro gostaria de ensinar. Também intencionalmente não falamos em nomes, pois tal não desejariam os amadores envolvidos nesta homenagem. Pensamos, finalmente, que este magnífico espectáculo, mesmo desatempadamente inserido na data que lhe deu razão de existir, necessitava de ser aplaudido uma outra vez, até porque certamente na SIT não esteve toda a “minha gente” de Zé Ribeiro”.
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