sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Sociedade de Instrução Tavaredense - 79

A 15 de Janeiro de 1904, um grupo de homens simples de Tavarede fundou a Sociedade de Instrução Tavaredense tendo como principais objectivos – instruir e educar. Os tempos eram dificeis, mas estes homens perceberam que sem instrução e cultura não seriam cidadãos de corpo e alma. Por outro lado, esta colectividade foi bafejada pela sorte de ter entre os seus associados José da Silva Ribeiro, o tavaredense responsável pelo notável desenvolvimento da cultura neste espaço. Através do teatro ele ajudou muitos daqueles que com ele trabalhavam ou que somente assistiram aos seus espectáculos a encontrarem o seu sentido de vida. Os textos por si escritos ou por si escolhidos entre os grandes autores literários mostravam mensagens diversas, onde cada um se podia encontrar e defender a sua dignidade social.

Passados dez anos da sua morte, a Sociedade de Instrução Tavaredense continua a manter-se fiel ao propósito dos seus fundadores, reforçado por José Ribeiro. Por isso o teatro continua: a preocupação com a cultura está mais viva do que nunca. Assim, no dia 20 de Janeiro junte-se aos tavaredenses, assista à representação da peça de Luís Francisco Rebelo “O Dia Seguinte”. Neste texto o autor elogia a vida, fala dela como uma maravilhosa aventura, única e digna de ser vivida. Nestes tempos de alguns desencontros dos homens com o mundo, vá a Tavarede e reafirme o valor da sua vida nas palavras de Luís Francisco Rebelo: “O teatro deve ajudar os homens a viver”.

‘O Dia Seguinte’

Foi com esta peça que comemorou o aniversário de Janeiro de 1996. E em Fevereiro coube a vez ao Kiwanis Clube da Figueira da Foz homenagear a nossa colectividade, o nosso Teatro e José da Silva Ribeiro. Na reunião efectuada num restaurante da Figueira, a que assistiram diversos elementos responsáveis da nossa terra e da SIT, foram vários os oradores que historiaram a nossa actividade ao longo de tantos anos de existência. “… Claro que, para falar de José da Silva Ribeiro, lá estava a drª Ana Maria Caetano, a “filha” que ele não teve mas foi confidente, menina dos seus olhos, repositório vivo de muitos segredos que José Ribeiro jamais revelara.





Placa da Medalha de
José da Silva Ribeiro
(Átrio da entrada da SIT)







E a sua intervenção, qual oração ao Homem que durante 91 anos fez da liberdade uma opção, deixou comovidamente absortos os presentes que viram passar “o Homem de Tavarede”, o “Amigo da Família”, o “Político Assumido”, o “Filantropo”, o “Jornalista”, o “Escritor” e… o “Vulto de Teatro”. Com citações, confidências, anotações, conselhos, desabafos, ensinamentos e muito humanismo teceu, primorosa e devotadamente, a drª Ana uma imagem sublime desse Homem bom que legou aos vindouros exemplos tão nobres como trabalho, tolerância, fraternidade, liberdade.

O lutador que considerou o irreverente jornal “Voz da Justiça” sua glória e seu Calvário, fez da arte a sua Política, do palco de Tavarede “cátedra” de prestigiados amadores cénicos que deixavam confundidos famosos profissionais e “morreu de bem com a sua consciência” jamais poderá ser esquecido, afirmou a drª Ana que para remate da sua intervenção não encontrou melhor expressão que esta: = Resta-me a consolação de ter visto morrer um Homem de grande verticalidade”.

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