“Tornando público um programa que considera ‘ambicioso’. E para cuja concretização a falta de verbas apresenta o principal problema, a Comissão do Centenário da SIT mostra-se esperançosa de que ‘os apoios venham a aparecer’, e aposta nas mais diversas manifestações culturais para marcar uma importante data da colectividade. As actividades de angariação de verbas não têm parado, sendo que os almoços mensais realizados por senhoras da SIT, e a participação da ExpoACIFF têm dado frutos. Diversas entidades oficiais ligadas à cultura já foram abordadas mas, apesar de se mostrarem ‘receptivas a colaborar, a resposta não varia muito: não há dinheiro’. No entanto, afirmam, ‘não vamos deixar de celebrar esta data condignamente’.
A conferência de imprensaCumprindo o programa, foi já editada a medalha comemorativa do centenário, e está garantida uma exposição de teatro, no CAE, que exporá o espólio da SIT. O hino do centenário, da autoria de João Cascão, também se encontra em fase de orquestração para a Tuna, e deverá estar pronto no final do ano. O dia 15 de Janeiro vai começar com o hino da colectividade e o comemorativo do evento, tocados pela Tuna de Tavarede, realizando-se depois, à noite, o jantar de gala no pavilhão gimnodesportivo. O grande espectáculo está agendado para 17, e a sessão solene realiza-se a 18, data provável do lançamento do livro do centenário, coordenado por José Bernardes, e que ‘conta a história da colectividade e dos 100 anos de teatro, ao longo de 250 páginas ilustradas com cerca de 180 fotos’.
Realizar-se-ão ainda vários saraus e conferências, e homenagens a Violinda Medina, João de Oliveira Júnior e José Ribeiro. Programados estão ainda jogos florais, encontro de tunas, concurso de fotografia e desenho, jogos tradicionais e a criação de um memorial, em azulejo, que ostente o nome daqueles que mais deram à SIT, ao longo de 100 anos. Apesar das dificuldades, a comissão está confiante no surgimento de apoios: ‘a cidade vai estar, por certo, ao nosso lado”.
Sede da Sociedade de Instrução Tavaredense
E no dia 15 de Janeiro de 2004, às 8 horas da manhã, a Tuna de Tavarede tocou o hino da colectividade centenária, frente à sua sede, enquanto era hasteada a bandeira no mastro principal, seguindo-se a tradicional salva de 21 morteiros.
Aspecto do Jantar do Centenário
Pelas 21 horas teve lugar o ‘Jantar do Centenário’, no nosso Pavilhão Desportivo. Todas as paredes se encontravam revestidas com alguns dos cenários da Colectividade, nomeadamente aqueles que representam cenas da nossa aldeia. O tecto foi forrado com faixas de tecido azul e vermelho, as cores da SIT.
Foi presidido pelo representante do Governo Civil de Coimbra, encontrando-se presentes diversas entidades oficiais da Figueira da Foz e de Tavarede. Estiveram presentes cerca de 200 pessoas e o jantar foi servido pelo Restaurante O Amigo, da Tocha.
Durante o jantar houve acompanhamento musical pelo nosso consócio Maestro João da Silva Cascão e no final, depois de diversas intervenções oratórias, actuou o Orfeão Académico de Coimbra, patrocinado pelo Governo Civil. “ No pavilhão da colectividade, virado ‘museu’ com algumas das relíquias de cenários que marcaram o historial invejável de cem anos de devoção ao teatro no seio da Sociedade de Instrução Tavaredense a engalanar as paredes do amplo recinto e criar uma envolvência onde se ‘respirava’ teatro por todo o lado, decorreu o ‘Jantar do Centenário’, 1º acto do longo programa de realizações que ao longo do ano irão enriquecer as celebrações deste marco histórico: ‘primeiro centenário da SIT’. Solenidade que reuniu cerca de 200 pessoas, a maior parte delas amadores que pisaram o palco, para além dos muitos convidados que honraram o evento em representação do Governo Civil, Câmara Municipal da Figueira e autarquia local.
E o primeiro gesto de saudação à histórica entrada da colectividade no galarim dos ‘Centenários’ veio da apresentação pública da ‘Marcha do 1º Centenário’, referencial honroso de uma caminhada de muitos êxitos a envolver gerações e que guindou Tavarede ao lugar de destaque – houve quem a elegesse ‘Catedral do Teatro Amador’ – que extravasou o Concelho e mesmo o Distrito. Depois, abrilhantado pela suavidade musical saída do piano tocado por João Cascão, o banquete de sabores apadrinhados por celebridades ligadas à arte de Talma – entradas à Molière; creme à Garrett; bacalhau à D. João da Câmara; lombo assado à Gil Vicente; sobremesa à Shakespeare; café Pirandello, tudo regado a vinhos e digestivos à Terra do Limonete, com a novidade da ‘prova’ do Vinho do Centenário da SIT, uma recordação que pode ser comprada na colectividade -; a confraternização saudosa de cenas vividas naquele palco de tantas representações que moldaram vidas e criaram escola e as mesas davam vida nos dísticos que as distinguiram: ‘Romeu e Julieta’, ‘Frei Luís de Sousa’, ‘Os Velhos’, ‘As árvores morrem de pé’, a ‘chamar para a mesa’ ilustres desaparecidos cuja memória não poderia estar ausente deste momento alto do centenário, tudo serviu de motivo para solenizar esta data marcante de 15 de Janeiro de 2004…” .
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