quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sociedade de Instrução Tavaredense - 82


“Iniciada por “sinistro” cortejo sob o comando do Juiz seguido de luzido (muitas tochas) séquito a que a música fúnebre e muitos embuçados emprestavam um ambiente pesado através das ruas que levavam da SIT às ruínas do Paço, aí teve lugar a “prisão da Velha Malvada” que, após sumário exame (de grande comicidade brejeira), foi conduzida a tribunal (palco do Teatro da SIT)”. A tradição mantinha-se. Mais uma vez a “Serração da Velha” se cumpriu na data própria.

Em Maio de 1998 o então Ministro da Cultura, Dr. Manuel Maria Carrilho, visitou a sede da Sociedade, onde ouviu atentamente contar a história da nossa colectividade, bem como as necessidades mais prementes, na ocasião a instalação eléctrica. Depois de algumas palavras, ‘A cerimónia encerrou com breves palavras de Manuel Maria Carrilho que referiu ser preciso “manter vivos os anseios do povo”. Manifestou também conhecer o trabalho desenvolvido em Tavarede assim como no concelho figueirense, uma vez que a Figueira da Foz foi durante 18 anos a cidade das suas férias. Disse ser necessário “combinar esforços” e que o contributo que conferiu para o equipamento pode ser ampliado se tal o justificar”. O Ministro concedeu um subsídio de 4 mil contos para as obras referidas.

O 95º. aniversário foi festejado com um espectáculo com a representação da comédia ‘O Festim do Baltazar’ e uma parte com ‘História Cantada de Tavarede’, peça

que envolveu cerca de 50 pessoas. E foi anunciado que a SIT, a exemplo do que tem feito com outras figuras de relevo nacional, iria ‘assinalar o bi-centenário do nascimento de Almeida Garrett, um dos grandes vultos da literatura portuguesa’.


‘Na presença de Garrett’

“No ano em que se comemora o duplo centenário do nascimento do grande dramaturgo não podia a “Capital do teatro” do nosso concelho deixar passar em claro tal efeméride. Fê-lo de modo bem vincado e digno partindo de um texto adrede escrito, permitindo-se ilustrar a representação com diversas incursões por algumas obras do polígrafo, com especial realce para o Frei Luís de Sousa, de que nos apresentou o terceiro acto, completo. Teve esta encenação a particularidade de, em simultâneo, manter quase sempre em cena o próprio Garrett, o qual ia respondendo a curioso e bem elaborado questionário de uma arguta jornalista e, ao mesmo tempo, revendo-se, emocionado e feliz, na sua própria obra, a dois séculos de distância.


‘Na presença de Garrett’
‘Frei Luís de Sousa’

Confirmando o que alguém disse, muito justamente, ser Garrett “de entre todos os escritores do século XIX o mais lido, o mais estudado e o mais amado pelas novas gerações”, as autoras do texto, dras. Ilda Manuela Simões e Maria Clementina Reis Jorge Silva, tiveram a feliz ideia – como esclarecidas pedagogas que se orgulham de ser – de pôr em palco vários alunos das nossas escolas, os quais, além de breve troca de impressões com o presencial autor, declamaram alguns dos seus mais significativos poemas.

Também a História de Portugal, no que concerne à ligação ideológica do liberalismo defendido e vivido por Garrett no segundo quartel do século XIX, com a implantação da República em 1910, e, mais perto de nós, com a eclosão do 25 de Abril de 1974, foi feita uma abordagem oportuna e proficientemente pedagógica e digna de registo. Finalmente: ante os tão demorados agradecimentos expressos pela responsável a todo um ror de gente que contribuiram para tal realização, fica a todos a certeza de que o teatro mexe, verdadeiramente, em Tavarede. Parabéns!”.

O programa deste espectáculo refere ‘… procura dar uma visão da vida e da obra de Almeida Garrett. Uma jornalista convida o escritor para uma entrevista e à medida que esta se vai desenvolvendo irão surgindo no palco fragmentos de algumas obras de Garrett…’.

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