Faleceu em 25 de Fevereiro de 1914. Antigo capitão da marinha mercante, residia em Tavarede e exercia o cargo de piloto da barra da Figueira.
“Relativamente novo, o seu passamento foi muito sentido pelos seus muitos amigos que lhe apreciavam as excelentes qualidades de carácter. Muito trabalhador, passara toda a vida na labuta rude do mar.
Iniciando-se na costa, bem depressa se lançou em carreiras mais longínquas, percorrendo muitos portos do Brasil e fazendo ali estações demoradas.
Adquirindo alguns meios de fortuna e resolvendo fixar definitivamente residência na sua casa de Tavarede, não quer ainda deixar de empregar a sua actividade, ocupando assim o lugar de piloto da nossa barra, que desempenhou com energia, revelando sempre conhecimentos técnicos que inspiravam confiança aos que têm interesses ligados à navegação que demanda o nosso porto”.
Viúvo de Belmira Jorge Lé da Cunha, falecida em Março de 1913, deixou uma filha, Palmira Lé da Cunha, que veio a casar com Arménio dos Santos, da Quinta dos Condados.
Fez parte dos corpos directivos da Sociedade de Instrução Tavaredense.
Por ocasião da morte de sua esposa, encontrámos a seguinte nota: “… apesar de esperado o triste desenlace, foi imenso o sentimento que se apossou de todas as pessoas que conheciam as belas qualidades da extinta. Sofrendo há anos da doença que dia a dia lhe minava a existência, ela compadecia-se mais ainda das dores alheias e a ocultas, sem alardes, sabia exercer actos de verdadeira caridade. É por isso que hoje muitos infelizes, a quem valeu em momentos aflitivos, pranteiam sinceramente o seu desaparecimento”.
Foto: Rua Direita ao Largo do Paço - A primeira casa à esquerda foi a residência de Silvestre Monteiro da Cunha
Caderno: Tavaredenses com História
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