segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Fernando Gomes de Quadros

Morgado. 8º. Senhor de Tavarede.
Filho de Pedro Lopes de Quadros e Sousa e de D. Josefa.
Bacharel em Leis, viveu em Tavarede. Casou com D. Brites José da Silva e Castro, no ano de 1731.
De toda a família Quadros, terá sido o mais cruel e opressor do povo de Tavarede. Verdadeiro “senhor feudal”, escravizou os trabalhadores da aldeia, os quais obrigava a irem trabalhar para as suas terras, não lhes dando qualquer paga.
Numa exposição enviada ao rei D. José, o Cabido de Coimbra começa por referir que “traz as justiças daquele Couto debaixo do pé e nada se faz, pelo Juiz e vereadores, que se lhe não dê a saber. Não se faz (elege) Juiz, vereador e Procurador do Couto, que não sejam as pessoas que ele quer, ou não quer que sejam, porque quando se faz a Justiça (eleição), chama a casa os que hão-de votar, e quando eles não vão os procura e os faz votar nas pessoas que ele muito quer e fazendo o contrário, os ameaça com um vergalho, como fez ao Capitão Isidoro dos Reis, homem do hábito de Cristo, que sendo Juiz, ele o foi esperar para lhe dar com o dito instrumento”.
Só mais um pequeno exemplo para se apreciar as qualidades deste fidalgo. “… que anda actualmente amantizado com uma filha bastarda chamada Antónia, filha de Isabel Gomes, mulher de Manuel Gomes Raposo, há mais de dez anos, e tem parido dele várias vezes, e chegou a ir a casa da mãe furtá-la, e deu muita pancada no dito Manuel Gomes Raposo, porque entendia ser sua filha e como tal a defendia, para não ser roubada nem ofendida na sua honra…”. Deste caso, escreveu José Ribeiro um quadro que integrou numa das suas revistas sobre a história de Tavarede.
Esta exposição, muito longa, relata toda a espécie de abusos feitos por ele. Daqui resultou que, para acabar com tal situação, o rei acabou por elevar a vila o lugar da Figueira da foz do Mondego e para lá transferir a Câmara e Justiças de Tavarede.
Seus filhos varões, Pedro Joaquim e António Leite de Quadros e Sousa, não eram melhores do que ele, antes pelo contrário. O mais velho, matou um seu tio frade, dando-lhe um tiro quando ele estava a rezar, unicamente por este lhe ter dado uma repreensão e, ambos, foram autores de diversos crimes e tropelias, acabando por prestarem contas à Justiça. Tiveram mais duas filhas: D. Francisca, que morreu criança, e D. Joana Madalena de Quadros, que foi a herdeira do Morgado e Senhorio de Tavarede.


Caderno: Tavaredenses com história

Eis um extracto da carta enviada a El-Rei D. José, relatando alguns dos crimes do 'nosso' Morgado:
Que No d.º Couto de Tavarede vive disoluta, e despoticam.te Fernd.º Gomes de Quadros, com o foro de Fidálgo da Caza de V. Mag.e, e Commendador nas Alhádas com tão absoluto, e independ.º poder com véxação das Just.as, e povo
Que trás a Just.as daquele Couto debayxo do pé, e Nada se fás pello Juis, e vereadores q. Se lhe não de a Saber, Não se fás Juiz Vereadores, e Procd.or do Couto q. não sejão as pessoaz q. elle q.r, ou não quer, q, Sejão; porq. qd.º se fás a Just.ª chama a cáza os q. hão de vottár, e qd.º elles não vão os procúra, e os fás vottár Nas pessoas q. elle m.to q.r, e fazendo o contr.º os ameássa com hu vergalho; Como fes ao Cap.tão Izidoro dos Reyz homem do habito de Christo, q. Sendo Juiz elle o foi esperár p.ª lhe dár com o dº. instrom.to, o quál, tendo avizo, Se retirou, qd.º Não certam.te o descompúnha.
Que qd.º a Just.ª fás elleyção de recebedor das Cizas de V. Magd.e, ou quatro, e meyo por cento, e outras fintas, Se lho não dão a Saber, quer q. Livrem a todos q.tos fazem, e por este resp.º Sucçede as mais das vezes vir Caminhr.º pellos quarteis, por não haver Recebedor por Cauza delle, E o povo paga m.tas Custas, q. Se houvéra Recebedor, q. tivesse Cobrado o pedido a tempo, escuzáva o mesmo povo de pagár ao Caminhr.º, e de experimentár tam grd.e vexação pella d.ª Cauza.
Que toda a pessoa, q. intenta por algùa demanda justa, ou quér Cobrar alguma divida, Se a tal pessoa Não vay primeyro pedir Licença, e dár Conta do q. intenta fazer, fás q. as Justiças dem a Snn.ca contra a tál pessoa, ainda q. tenha razão e just.ª pondo-se pella p.te Contraria Com todo o Seu absoluto poder chamando as Testem.as p.ª jurem o q. elle q.r, e discompondo as q. jurão a favor da tál pessoa, E não Só as p.tes tracta desta Sórte, Mas aos Juizes mandando-lhes com imperio, e ameássos q. façao o q. elle lhes insinúa, aliás páo, e vergalho. Porem ainda aqui Não párão as vexaçõenz, q. o d.º povo padeçe com a vizinhança deste homem.
Que naquella terra há m.tos criminozos por roubos, q. fazem Em cazas, e fazendas, por dividas q. debem, pancadas, e facadas, q. dão, os quais Logo se vão recolher a Caza delle Como Coutto Mais privilegiado, q. algu q. haja no Reyno, e Elle os recebe, e he Padrinho de todos; porq. Só o hé dos Máos, E deste Valhacoutto entrão a Continuár Nos Seus roubos, e descompostúras dando, e ferindo á Sombra e Cápa do seu Patrono; Como tambem o hé dos Siganos qd.º vem ´aquéllas terras, Sendo Cápa, e dando hospedágem a todo o Ladrão, e pessoa de Má Consciencia.
Que Sendo o termo do Coutto de Tavarede, m.to pequeno trás Nelle hu grd.e rebanho de Cábras estuindo todas as vinhas, e mais Novid.es dos pobres, e Se acazo lhas deitão fóra os donnos das fazd.as, os Criados Se Levantaõ contra elles, e os Amiássaõ Com Seu Amo. Cujo resp.to os intimida a não defenderem o q. he Seu, E o mesmo Sucçede com os gádos das pessoas, q. Saõ da Sua Cáza, por Serem m.tos os Comp.es, e Afilhados, q Logrão da izensaõ, e privilegios da mesma, e Estes ainda q. os Seus Gados Sejão danninhos Não saõ Coymados, e Se algu. por esquecim.to da Just.ª o foy, Logo o fas riscar do Livro, e fica izento da Coyma.
Que p.ª Mayor splendor da Sua Nobreza, e resp.to da Sua Caza quer q. tudo, o que pede Se lhe faça ou Seja torto, ou dir.to p.ª o q. intimida as Justiças deste Coutto com a Sua Crueld.e q. Como Saõ homens de Menos Esféra quaiq.r couza os intiMida, e por esta Cauza lhe disfársaõ as Suas insolençias, e a toda a pessoa, q. Não fás o q. elle pede lhe Costuma levantár Labéos e formár Crimes falsos, e Como tem m.tas pessoas do Seu Sequito, e iguál Condição fás as provas, q. quer E a outras as indús a q. jurem o q. elle quer, e Se o não fazem os castiga Com páo, e vergalho, e assim se Vinga de q.m lhe ultrajou o resp.º faltando-lhe so Seu empenho Sendo Maxima deste Sobjeito, Como praticou a Certa pessoa, Que p.ª a Sua Caza Ser respeitada ham de andár os Vezinhos sempre debayxo de hu páo, Sendo palavra m.tº Sua = Elles não querem, pois há de sahir o Castanho = que he hu bordão daquella Madr.a, Com q. tem dado Muntas pancadas em M.tos, e da mesma sorte.
Que trés os pobres trabalhadores destas terras arrastados; porq. todas as vezes, q. quer algu: Serviço feito os Manda rogár, e Se Não vão Logo por terem promettido p.ª outro Serviço os desCompoem a páo, e vergalho, e m.tas vezes os Costuma hir tirár do Serv.º de outras pessoas Aonde andão, ou do seu proprio Serv.º; dizendo, q. está prim.ro q. Ninguem, e Como lhes não pága Ninguem o quer Servir, e se o Servem hé com o temor da outra paga, q. elle Costuma dár.
Que Só as pessoas, q. vivem màl, e saõ mál procedidas favoreçe, E os ajuda p.ª o Mál, e fás Com as just.as os não perSiguão, Só p.ª os ter da Sua Mão p.ª Com ajuda destes fazer tudo q.to q.r, e ser respeitádo e temido; pois o ajudão Nas pendencias Como pessoas proprias, e Nas occaziõns de Algua próva de algua . Cauza Com os juram.tos fálsos, q. por Seu resp.º dão.
Que tambem tomou humas Cazas de Sobrado, e quintál A Theotonio dos S.tos Pinhr.º da Figr.ª, as quáes tinha No Coutto de Tavarede, Sem q. té Ao prez.te as qr.ª restituir a Seus herdr.ºs.
Que querendo o Cabb.º Exponente arendár a renda de Tavarede este Contrato p.ª o q. Mandou por Editáes p.ª Se saber o dia, em que a d.ª renda se havia de arrematár, o d.º p.ª Sua vinguansa Mandou por outros Editáes, e vários papéis com Letra desconhecida, q. dizião: Que qual.r pessoa, q. tomáse aquella renda visse Como a tomáva; porq. lhe havião de roubár os frutos, e perseguir a q.m a tomáse, e por esta rezão persegue Ao Prez.te Rendeyro Cauzando-lhe Mil vexaçoens, e ao Mesmo Cabb.º, induzindo o povo a q. lhe não págue os fóros, q. lhe são devidos, assim pello foràl do Mesmo Coutto, Como por Snn.cas q. Contra elles tem alcansádo. Porem esta inimiz.e q. o Suplld.º tem ao Cabb.º Não só he por ser Malévolo, Soberbo, e de desordenados Costumes, Mas porq. lhe vem por herança de seus Antepassados, Contra os quais alcansou o Cabb.º Expon.te m.tas Snn.cas, Não Sóem favor do Mesmo Cabb.º, Mas tambem daquelles póvos, q. opprimidos das injust.as, q. aquelles preversos homens lhe fazião, reccorrião ao Cabb.º Como Donatr.º daquelle Coutto por m.ce do S.r Rey Dom Sancho de gloriosa Memoria, E não So o d.º S.r Rey os defendeo daquelles Crueis vezinhos, Mas os Sr.es Reys Seus Sucçessores, de q. se ácham Snn.cas , e Cartas Aos Correg.es de Coimbra p.ª q. acudão ás vexações, q. os d.ºs Successivam.te lhes hião fazendo. q. este Odio vem sucçedendo de Pays em filhos, de filhos em Neptos té chegár a este; E assim Como este Odio Se estabeleçeo por geração, assim tambem a Malignid.e, e perversid.e de génios, e Soberba se foi Seguindo de huns em outros.
Que fazendo algumas pessoas fornos p.ª Cozerem o Seu pão Em suas cázas lhes tem o suppd.º entrado pellas portas Dentro aCompanhado de seus Criados, e valentes, e lhos derrubão, e desfazem; Como fizerão a Luiz de Faria da Figr.ª, Theotonio dos S.tos Pinhr.º, Antonio Ozorio todos homens de bom daquella terra; o q. obra Com o pretexto de ter provizão, e Snn.cas possessorias p.ª ter forno de poya Na Figr.ª tudo obtido em tempo em q. aquella terra, e povoassão não cheguaria a ter Cem vezinhos, Sendo q. hoje tem mais de Seis Centos, Sendo impossivel q. este augmento de povo Seja bem Servido Só Com o d.º forno, e fornálha, q. o pred.º pertende Conservár apezár de toda a povoassão em Notoria perda da Mesma, e de seu pão, damno, q. Sófrem por Não Serem espancados, e descompostos pello pred.º, e Seu f.º Pedro Jozé.
Que o pred.º Suppd.º acutilou Nas Logeas do P.e Cura Manoél Thomas Ao feitor de Fernando Maria Morador Na Cid.e de Coimbra, q. habitáva No lugár da Figr.ª por Nome MaNoel Ribr.º Brávo, q. No d.º Lugár tinha Logea de Comercio Correndo atras deste Com a espada Núa desde o Armazem, em q. estava quantid.e de peixe, té ás d.as Logeas, por o pred.º Feytor lhe Não dár fiadas humas arobas de pescadas Secas, q. lhe pedia.
Que o d.º Suppd.º foi a Caza de Caetano dos Sanfos do d.º Lugar da Figr.ª p.ª lhe dar, o quál Com medo p.ª Se Livrár Saltou de hua jeenella abayxo de q. ficou manco de ambos os pés, E assim vive.
Que Não querendo hu preto do P.e Jozé dos Reys consintir que o gado do Suppd.º andase em hua fazd.ª do referido Snr. do preto o d.º Suppd.º com hu. seu filho entrarão Na d.ª fazd.ª p.ª Mál tractarem o d.º preto, q. por fugir escapou de ser espancádo Com ármas, q. Levávão.
Que as Just.as daquelle Coutto de Tavarede todas temem, e tremem do Suppd.º, e de Seus Criados; por estes Não Só castigárem por obra, e palavra, Não Só ao q. lhe fázem Coymas a seus Comp.es, ou Caz.ros, ou outros Seus protegidos; Mas a quaesa.r q. lhe não obedecão, em quáisq.r Matr.as de Seu empenho; porq. Contra o Suppd.º, e Sua familia Se não administra Just.ª Naquelle Coutto em tanto
Que dando o Suppd.º huns Capítulos contra o Rendr.º do Cabb.º Exponente, e do Juis Executor do Mesmo Cabb.º No Supposto Nome do povo, e Cam.ra, Sendo V. Mag.e Servido Mandar q. o Correg.or de Coimbra o informá Se, Mandou o referido Correg.or chamar os off.es da d.ª Cam.ra de Tavarede p.ª q. asignassem os d.ºs Capítulos, os quáes Sendo Vistos pellos d.ºs off.es da referida Cam.ra disserão, q. taiz Capítulos Não fizerão, Nem Mandarão fazer, e q. o denominarem se feitos em Seu Nome, hera com falsid.e, como o hera a Narrativa dos mesmos, e q. por este Motivo os Não asignávão, do q. Sendo Sabedor o Suppd.º Mandou chamár os d.os off.es a sua Cáza, e os descompos, e ameassou, q. Se não asignasem os d.ºs Capítulos os havia de Moer Com hu. páo; E os pred.os off.es por se verem Livres das vexaçoens, q. o d.º Suppd.º Costuma executár com medo os asignarão. Sem embb.º do q. V. Mag.e informado da Verd.e pello d.º Correg.or foi Servido escuzár o requerm.to
Que he o Suppd.º de tão depravado Animo q. té aos Religiozos Franciscanos de S.to Ant.º do d.º Lugár da Figr.ª chegua a ferir a tirannia daquelle; porq. querendo, fundádo Na Sua Fidalguia, Se lhe faça tudo o q. pede, e Sucçedendo Lansár fóra do Serv.º daquella Communid.e o P.e Guardião della ao Barbr.º da mesma, por fáltas q. tinha feito, recorreo o d.º Barbr.º ao patrocínio do Suppd.º , e pedindo este Ao referido P.e Guardião o houvese de tornar a admitir; porq. lhe negou a d.ª graça Logo o Suppd.º o Ameassou q. lhe havia de tirár q.tas esmollas pudése, Como Com eff.º pratica impedindo-lhe pellos Meyos, q. pode excogitár os Sermoens daquellas freguezias Vezinhas, e outras mais esmóllas, q. Se lhe costumão dár.
Que o Suppd.º he costumado a proteger Facinorozos, e a injuriár os honrados; porq. andando hu. Franc.co de Olivr.ª do d.º Lugár da Figr.ª Omiziado por Crime de trayção, e Aleyvozia se refugiou p.ª o Caza do mesmo Suppd.º (com Exemplo deste proteger a outros mais delinquentes) E o d.º Suppd.º o acompanhou Com hua espada debayxo do braço te o d.º Lugár da Figr.ª, e cheguando ambos á porta do P.e Liborio (q. hera o offendido Com a d.ª trayção, e aLeyvozia) estiverão quietos m.to tempo olhando p.ª as janéllas, e Cázas do d.º P.e observando se Sahia p.ª o discomporem, Segundo Se entendeo.
Que o Suppd.º Nunca pagou a pessoa algua, q. o Servise Assim Com Couza fiáda, Como emprestada, e Se acázo Alguns Credores lhe pedem o q. lhe emprestárão, ou fiarão os descompoem espancando-os Com páo, ou vergálho, e ao pouco de palávra, e Se manda pedir algua. Couza fiáda E Se lhe não fia fás o Mesmo, Com o q. vivem aquelles povos tam opprimidos q. Ninguém he S.r de ter couza algua.Ao pé do Suppd.º; porq. tudo o q. lhe fás conta, fás Seu, tomando por forsa de pancádas o alheyo Se lho não dão, Não paguando tambem aos trabalhadores, q. o Servem.
Que Mandando o pred.º Suppd.º pedir a hu. Ingles chamádo Daniel humas pipas emprestadas; porq. este lhas não Emprestou, em rezão de lhe Serem necessr.as p.ª a Condução dos Seus vinhos p.ª o q. já as tinha postas Na práya p.ª Se embarcarem p.ª a d.ª Condução, o d.º Suppd.º Mandou Conduzir p.ª Sua Caza as de q. Necessitáva contra a vont.e do d.º Daniél Seu dono Sem Sua Çic.ª; Como tambem mandou Conduzir p.ª Sua Cása hua pouca de Madr.ª, e páos de grd.e preço, q. achou Nas d.as prayas da Figr.ª; Sendo a d.ª Madr.ª de hu. homem de Lx.ª de q. estáva entregue por Coomissão Luís da Costa do d.º Lugár da Figr.ª; E haverá dous annos Com pouca diferença Mandou o d.º Suppd.º pedir hua Carrada de Canas a hu. homem de Buárcos, e não Condescendendo este Com a p.am porq. as queria p.ª as suas Vinhas, o d.º Suppd.º Com absoluto poder Mandou os Seus Criados a fazenda do dº. homem, e q. della trouxessem as Canas; Como Com eff.º violentam.te trouxerão p.ª as vinhas do referido Suppd.º
Que tendo António Jozé de Saldanha de Aveyro huma Quinta chamada da Fonte Com huma Morada de Cazas de Sobrádo No Coutto de Tavarede, q. São de huma Capélla lhas demullio violentam.te o Suppd.º, e Se aproveitou de toda a pédra, telha, e Madr.as, E fes das Cazas, e Área dellas picadeyro de Cavállos, dmnificando os béns da Cappella, q. lhe Não pertençem, e andando os béns desta arendados por tres Moyos de Milho Annualm.te o d.º Suppd.º pello Odio, que tinha ao referido Antonio Jozé, fes com que Ninguem arendase a d.ª Quinta por Mais de Setenta alq.res de Milho; E alguns annos a fes ficár com menos renda por falta das d.as Cazas, q. herão Nobres, e tinhão acomodação p.ª os frutos, q. Agora Não tem.
Que ao Marchante João Lopes de Mayorca deve o Suppd.º quantid.e de dr.º de Váca, q. lhe fiou, e qd.º aquelle lhe pede a dívida o ameássa, e descompoem Com hu. vergalho chamando-lhe Nomes injuriozos; E todo o Marchante q. vay com Váca Ao Lugar da Figr.ª, ou há de dár vaca p.ª Caza do Suppd.º E de suas Amigas Sem osso, q. Nunca lhe pága, ou se algu. o Não fás hé descomposto Com páo, ou vergalho pello Suppd.º, ou sua familia.
(Album Figueirense - A mudança da Câmara de Tavarede para a Figueira)

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