Comerciante, com estabelecimento de mercearias e vinhos. Foi ele quem, em 1938, adquiriu à Diocese de Coimbra o edifício onde tiveram a sede o Grupo Musical e, depois, o Grémio Educativo. Este prédio era pretendido por uma comissão de moradores, encabeçada por Belarmino Pedro, para ali instalarem uma Casa do Povo. Não o conseguiram e António Pedro de Carvalho, instalando ali o seu estabelecimento, deu-lhe, ironicamente, o nome de Loja do Povo. Era natural do lugar de Lameira, da freguesia de Luso, Mealhada, e casou com Etelvina Pereira, da mesma localidade.
Profissionais do mesmo ramo, manteve grande rivalidade com António Lopes. Tiveram mesmo graves desavenças. No entanto, vamos recordar um episódio ocorrido entre os dois, que, na verdade, acabou por ter graça e que ocorreu em Agosto de 1961.
António Lopes deixara o cargo de presidente da Junta de Freguesia e era o correspondente local do jornal “O Figueirense”. Passou, até, a ser um grande crítico em relação à actividade daquele órgão autárquico. Escreveu, então, uma local, sobre o funcionamento do relógio da torre da Igreja, que havia sido adquirido por subscrição pública, onde referia “…um destes últimos dias, eram sete horas e dez minutos no nosso companheiro de há mais de quarenta anos e que diariamente acertamos pela Emissora Nacional, os ponteiros do relógio da torre de Tavarede marcavam seis e meia horas e ouvimos, nada mais nada menos, do que bater… treze badaladas!”.
António Carvalho não perdeu a oportunidade para mais uma “ferroada”. Escreveu para aquele jornal uma carta de onde recortamos este pedaço: “Tem toda a razão o seu solícito correspondente, sr. Director! Toda a razão!
Mas eu peço a devida licença para dizer que, com todo o arrazoado de agora — e outros de igual quilate em números transactos - o correspondente pretende talvez que, quem tem a infelicidade de o ler, se convença de que caiu sobre esta terra, de há dois anos para cá, uma série de desgraças só pelo facto da Junta de Freguesia não ser ainda presidida pela pessoa que durante 14 anos desempenhou essas funções a seu belo talante.
Se é como suponho, aconselho que tenha mais calma, pois pode candidatar-se daqui por dois anos e pico e montar negócio dentro do burgo. Isto, agora, é uma calamidade!
Mas o que eu lamento — e o que toda a gente de bom senso certamente também lamenta - é que só agora o seu correspondente veja que o relógio anda "desorientado", pois é doença - congénita! - que trouxe já da terra onde foi fabricado — Tarouca.
Ele sabe que é assim; o pobrezito já veio daquela terra enguiçado, e talvez tenha até - quem sabe? - responsabilidade na sua aquisição. E se a doença - de nascença! - tem cura, o remédio devia ter-lhe sido ministrado por quem de direito, há muitos anos, que bastante tempo para isso tiveram.
Quem hoje no caso podia intervir — se o mal tivesse remédio — responsabilidade alguma tem na aquisição de aparelhagem tão ordinária, que há dilatados anos - ou só agora? - vem desorientando o povo da terra do limonete.
Além disso, julgo não ser de admirar que o relógio "marque" tão pessimamente, se atendermos aquilo que o seu solícito correspondente diz a respeito do seu próprio relógio... "eram sete horas e dez minutos no nosso companheiro de mais de quarenta anos e que diariamente acertamos pela Emissora Nacional "...
Outra desgraça, senhores da terra do limonete!
Também regula mal o relógio do correspondente em Tavarede do jornal "O Figueirense", pois que diariamente desde há 40 anos, pelo menos, o acerta pela Emissora Nacional! É bem certo que uma desgraça nunca vem só! O facto, que deveras lamentamos! — leva-nos a concluir que o correspondente o adquiriu também na Tarouca; se assim não foi, isto é, se a proveniência é outra e de marca de confiança absoluta, o relógio não regulará bem, pelo facto, - talvez! da companhia...”.
Profissionais do mesmo ramo, manteve grande rivalidade com António Lopes. Tiveram mesmo graves desavenças. No entanto, vamos recordar um episódio ocorrido entre os dois, que, na verdade, acabou por ter graça e que ocorreu em Agosto de 1961.
António Lopes deixara o cargo de presidente da Junta de Freguesia e era o correspondente local do jornal “O Figueirense”. Passou, até, a ser um grande crítico em relação à actividade daquele órgão autárquico. Escreveu, então, uma local, sobre o funcionamento do relógio da torre da Igreja, que havia sido adquirido por subscrição pública, onde referia “…um destes últimos dias, eram sete horas e dez minutos no nosso companheiro de há mais de quarenta anos e que diariamente acertamos pela Emissora Nacional, os ponteiros do relógio da torre de Tavarede marcavam seis e meia horas e ouvimos, nada mais nada menos, do que bater… treze badaladas!”.
António Carvalho não perdeu a oportunidade para mais uma “ferroada”. Escreveu para aquele jornal uma carta de onde recortamos este pedaço: “Tem toda a razão o seu solícito correspondente, sr. Director! Toda a razão!
Mas eu peço a devida licença para dizer que, com todo o arrazoado de agora — e outros de igual quilate em números transactos - o correspondente pretende talvez que, quem tem a infelicidade de o ler, se convença de que caiu sobre esta terra, de há dois anos para cá, uma série de desgraças só pelo facto da Junta de Freguesia não ser ainda presidida pela pessoa que durante 14 anos desempenhou essas funções a seu belo talante.
Se é como suponho, aconselho que tenha mais calma, pois pode candidatar-se daqui por dois anos e pico e montar negócio dentro do burgo. Isto, agora, é uma calamidade!
Mas o que eu lamento — e o que toda a gente de bom senso certamente também lamenta - é que só agora o seu correspondente veja que o relógio anda "desorientado", pois é doença - congénita! - que trouxe já da terra onde foi fabricado — Tarouca.
Ele sabe que é assim; o pobrezito já veio daquela terra enguiçado, e talvez tenha até - quem sabe? - responsabilidade na sua aquisição. E se a doença - de nascença! - tem cura, o remédio devia ter-lhe sido ministrado por quem de direito, há muitos anos, que bastante tempo para isso tiveram.
Quem hoje no caso podia intervir — se o mal tivesse remédio — responsabilidade alguma tem na aquisição de aparelhagem tão ordinária, que há dilatados anos - ou só agora? - vem desorientando o povo da terra do limonete.
Além disso, julgo não ser de admirar que o relógio "marque" tão pessimamente, se atendermos aquilo que o seu solícito correspondente diz a respeito do seu próprio relógio... "eram sete horas e dez minutos no nosso companheiro de mais de quarenta anos e que diariamente acertamos pela Emissora Nacional "...
Outra desgraça, senhores da terra do limonete!
Também regula mal o relógio do correspondente em Tavarede do jornal "O Figueirense", pois que diariamente desde há 40 anos, pelo menos, o acerta pela Emissora Nacional! É bem certo que uma desgraça nunca vem só! O facto, que deveras lamentamos! — leva-nos a concluir que o correspondente o adquiriu também na Tarouca; se assim não foi, isto é, se a proveniência é outra e de marca de confiança absoluta, o relógio não regulará bem, pelo facto, - talvez! da companhia...”.
Caderno: Tavaredenses com História
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