Natural de Lisboa, onde nasceu no ano de 1886, veio para a Figueira da Foz, empregando-se na Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira Alta, como desenhador.
“Era um verdadeiro artista, de grande sensibilidade e envergadura, e ainda como cenógrafo e decorador. Modesto no trato, prestável e bondoso, muito lhe ficaram a dever as colectividades concelhias, para as quais pintou imensos cenários, quase sempre sem se fazer cobrar do seu trabalho. Durante mais de três décadas fez decorações para o Casino Peninsular, as quais ficaram célebres”.
Destas decorações, e para confirmar o acima escrito, transcrevemos uma nota encontrada relativa a uma ”Festa Vindimária”, ali levada a efeito. “… confiado o arranjo ornamental, conseguiu este distinto artista fantasiar uma decoração original a todos os títulos. … quatro enormes cestos, transbordantes de uvas, estavam suspensos do tecto. Em torno da sala, as paredes enfeitavam-se de grandes cachos. Nas quatro colunas centrais, uvas enormes escorriam o precioso sumo sobre vastas taças. Mas o que, designadamente, atraía os olhares do público, era a feliz ideia de Reynaud, de enquadrar em medalhões de uvas e parras bustos de raparigas envergando os trajos pitorescos das várias regiões vinícolas, encimada cada uma pelo escudo de armas da cidade ou vila a que pertence”.
Em 1946, a solicitação da Junta de Freguesia de Tavarede, desenhou os painéis que, em azulejo, foram colocados na nossa fonte “um dos quais representa o baptismo de Cristo e os dois restantes ostentando conceituosas quadras do poeta figueirense Cardoso Marta”.
Fez variadíssimas pinturas de cenários para a Sociedade de Instrução Tavaredense. Em Janeiro de 1948, as colectividades do concelho promoveram-lhe homenagem, num
espectáculo realizado no Teatro do Parque-Cine. A nossa colectividade apresentou “a encantadora peça bíblica O nascimento do Messias, peça do Natal, mas escolhida, expressamente, para permitir serem postos em evidência quatro magníficos trabalhos de cenografia da autoria do homenageado”.
No final da estreia de Chá de Limonete, em Novembro de 1950, foi-lhe feita uma chamada especial, pela autoria de “alguns dos belos cenários da peça”. Querendo esquivar-se à ida ao palco, Rogério Reynaud, que também era o caracterizador do grupo cénico, procurou refugiar-se nos anexos do palco, fazendo-o com tanta infelicidade que caiu numa escada de cimento, tão violentamente que, conduzido de imediato ao Hospital da Figueira e, logo a seguir, aos Hospitais da Universidade de Coimbra, lhe foi diagnosticada fractura do crânio e de uma clavícula”.
Recomposto do acidente, ainda continuou a prestar a sua colaboração por mais alguns anos.
“Faleceu no dia 14 de Abril de 1970, com 83 anos de idade. Possuidor dos melhores predicados morais, extremamente bondoso, soube sempre angariar simpatia, admiração e boas amizades. Pintor de arte de muito mérito e cenógrafo distinto, foi, durante muitos anos, elemento indispensável nas iniciativas ou manifestações culturais e recreativas da Figueira, dando-lhe a sua preciosa e desinteressada colaboração. Quase todas – senão todas – as colectividades do nosso concelho lhe devem relevantes serviços, sempre prestados com enorme abnegação e carinho, sem mira de qualquer remuneração.
Nas verbenas e outras festas de beneficência, nos cortejos alegóricos, na encenação de peças de teatro representadas por vários grupos cénicos, nas festas escolares, havia sempre alguma coisa da sua arte…”.
Sócio honorário da SIT em 1950.
“Era um verdadeiro artista, de grande sensibilidade e envergadura, e ainda como cenógrafo e decorador. Modesto no trato, prestável e bondoso, muito lhe ficaram a dever as colectividades concelhias, para as quais pintou imensos cenários, quase sempre sem se fazer cobrar do seu trabalho. Durante mais de três décadas fez decorações para o Casino Peninsular, as quais ficaram célebres”.
Destas decorações, e para confirmar o acima escrito, transcrevemos uma nota encontrada relativa a uma ”Festa Vindimária”, ali levada a efeito. “… confiado o arranjo ornamental, conseguiu este distinto artista fantasiar uma decoração original a todos os títulos. … quatro enormes cestos, transbordantes de uvas, estavam suspensos do tecto. Em torno da sala, as paredes enfeitavam-se de grandes cachos. Nas quatro colunas centrais, uvas enormes escorriam o precioso sumo sobre vastas taças. Mas o que, designadamente, atraía os olhares do público, era a feliz ideia de Reynaud, de enquadrar em medalhões de uvas e parras bustos de raparigas envergando os trajos pitorescos das várias regiões vinícolas, encimada cada uma pelo escudo de armas da cidade ou vila a que pertence”.
Em 1946, a solicitação da Junta de Freguesia de Tavarede, desenhou os painéis que, em azulejo, foram colocados na nossa fonte “um dos quais representa o baptismo de Cristo e os dois restantes ostentando conceituosas quadras do poeta figueirense Cardoso Marta”.
Fez variadíssimas pinturas de cenários para a Sociedade de Instrução Tavaredense. Em Janeiro de 1948, as colectividades do concelho promoveram-lhe homenagem, num
espectáculo realizado no Teatro do Parque-Cine. A nossa colectividade apresentou “a encantadora peça bíblica O nascimento do Messias, peça do Natal, mas escolhida, expressamente, para permitir serem postos em evidência quatro magníficos trabalhos de cenografia da autoria do homenageado”.
No final da estreia de Chá de Limonete, em Novembro de 1950, foi-lhe feita uma chamada especial, pela autoria de “alguns dos belos cenários da peça”. Querendo esquivar-se à ida ao palco, Rogério Reynaud, que também era o caracterizador do grupo cénico, procurou refugiar-se nos anexos do palco, fazendo-o com tanta infelicidade que caiu numa escada de cimento, tão violentamente que, conduzido de imediato ao Hospital da Figueira e, logo a seguir, aos Hospitais da Universidade de Coimbra, lhe foi diagnosticada fractura do crânio e de uma clavícula”.
Recomposto do acidente, ainda continuou a prestar a sua colaboração por mais alguns anos.
“Faleceu no dia 14 de Abril de 1970, com 83 anos de idade. Possuidor dos melhores predicados morais, extremamente bondoso, soube sempre angariar simpatia, admiração e boas amizades. Pintor de arte de muito mérito e cenógrafo distinto, foi, durante muitos anos, elemento indispensável nas iniciativas ou manifestações culturais e recreativas da Figueira, dando-lhe a sua preciosa e desinteressada colaboração. Quase todas – senão todas – as colectividades do nosso concelho lhe devem relevantes serviços, sempre prestados com enorme abnegação e carinho, sem mira de qualquer remuneração.
Nas verbenas e outras festas de beneficência, nos cortejos alegóricos, na encenação de peças de teatro representadas por vários grupos cénicos, nas festas escolares, havia sempre alguma coisa da sua arte…”.
Sócio honorário da SIT em 1950.
Fotos: Retrato de Rogério Reynaud; Entrada do Céu (cenário de R. Reynaud)
Caderno: Tavaredenses com história
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